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A prevista baixa das temperaturas para os próximos dias está a deixar
preocupados os agricultores algarvios, a maior parte deles sem seguros
de colheitas para cobrir a perda de produção, disseram hoje à Lusa
responsáveis agrícolas da região.
"Se vier uma geada muito forte pode haver problemas graves, porque a
maioria dos nossos associados não tem seguros de colheitas, porque são
muito caros", disse à Lusa a presidente da Associação dos Agricultores
do Concelho de Faro e Concelhos Limítrofes, Ana Lopes.
Reclamando a existência de seguros adaptados à produção, a agricultora
lamentou que a esmagadora maioria dos produtores, sobretudo de
hortícolas, não consiga ter seguros devido ao preço pedido pelas
seguradoras, situação que se mantém há vários anos.
A acrescer ao prémio, os produtores têm ainda que pagar uma quota para
o fundo de calamidade, que se destina a compensar agricultores por
danos sofridos decorrentes de riscos que não podem ser cobertos pelo
contrato de seguro de colheitas.
A falta de seguros de colheita alastra aos citricultores, 10 a 15 por
cento dos quais não têm seguro, disse à Lusa o diretor geral da
Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve, Horácio Ferreira.
Contudo, o dirigente cooperativo mostrou-se esperançado em que a baixa
das temperaturas nos próximos dias não venha a afetar a produção de
laranja e outros citrinos, uma vez que o sol algarvio "deverá garantir
que as temperaturas sobem" ao longo do dia.
"Só se tivermos temperaturas abaixo de zero durante vários dias
seguidos é que a produção poderá estar em risco", disse, observando
que as temperaturas mais baixas costumam ocorrer entre as 05:00 e as
07:00 da manhã, após o que sobem progressivamente até meio da tarde.
@Lusa
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