Oeste
"É preciso trabalhar e bem"
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, jantou no passado dia 28
de fevereiro com empresários agrícolas da região, na coletividade das
Matas, concelho da Lourinhã. A convite das estruturas locais do PSD e
do CDS, foi explicar aos empresários as estratégias adotadas para o
desenvolvimento da agricultura e do mundo rural.
A governante falou para mais de uma centena de empresários e, após o
jantar, respondeu às suas questões, num período cujo acesso foi vedado
aos jornalistas.
Considerando que "a agricultura é um setor central para o
desenvolvimento económico do país", Assunção Cristas defendeu que "é
preciso trabalhar e bem". A seu ver, o caminho passa pelo aumento da
produção e da exportação agrícola, sendo que é preciso criar condições
para captar gente para a agricultura, sobretudo os jovens, e "alterar
a ideia de que esta é uma área onde só fica quem não consegue
estudar".
Fazendo as honras da casa, o deputado Duarte Pacheco explicou à
ministra que os empresários da região pedem essencialmente "que o
Ministério da Agricultura nos deixe trabalhar e seja nosso parceiro".
O social-democrata falou da realidade própria da região e salientou
que "o nosso setor agrícola há muito tempo que é claramente exportador
e ajuda ao equilíbrio do país ".
Reconhecendo o dinamismo do Oeste, Assunção Cristas garantiu aos
empresários que "queremos trabalhar em conjunto, simplificar e
agilizar procedimentos. Não faz sentido ter gente do ministério a
bater à porta do agricultor todos os dias".
A ministra defendeu três vetores essenciais para o setor: o
financiamento, o acesso à terra e o equilíbrio das relações entre a
produção e a distribuição.
No que concerne ao financiamento, a governante tranquilizou os
empresários, porque o país corre o risco de não receber mais ajudas
comunitárias devido ao atraso na revisão do parcelário agrícola. No
entanto, "a primeira fase do processo está prestes a ficar concluída e
esperamos até que Bruxelas nos possa facilitar o pagamento dessas
multas", garantiu.
Assunção Cristas remeteu para este mês a abertura de novo concurso no
âmbito do Proder para verbas no valor de 50 milhões de euros, frisando
que os apoios para os jovens agricultores estão sempre em aberto.
Verbas para repor pomares
A marcar presença numa região afetada pelo fogo bacteriano, a ministra
anunciou que "esperamos contemplar verbas para repor a capacidade
produtiva da região e criar um apoio específico, no âmbito do Proder,
para a reposição dos pomares".
Assunção Cristas explicou aos empresários os objetivos do projeto da
bolsa de terras, que irá facilitar o conhecimento e o acesso a terras
disponíveis para a produção.
A ministra defendeu uma relação mais transparente e justa entre a
produção e a distribuição, nomeadamente ao nível dos preços pagos ao
produtor. Assunção Cristas falou sobre a criação de um código de boas
práticas e mostrou disponibilidade para promover consensos, mas
garantiu que se isso não for possível o Governo irá pela via
legislativa.
Autor: Eunice Francisco
http://www.badaladas.pt/site/php/noticia.php?ide=2931&idr=300002&idn=5
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