domingo, 9 de dezembro de 2012

"Está na hora" de acabar com o "desleixo" na floresta

Associação que representa a indústria florestal considera que o sector
tem margem para crescer, mas o Estado tem de fazer o seu papel.
08-12-2012 2:18 por José Pedro Frazão


Chegou a hora de acabar com anos de "desleixo" e de encarar a floresta
como um "sector essencial" para Portugal, defende o presidente da
Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal
(AIFF).

Em entrevista à Renascença, o economista João Ferreira do Amaral
afirma que "durante muitos anos, porque era pouco visível na opinião
pública, houve um certo desleixo em relação às nossas florestas" e
aponta o dedo ao Governo. "Está na hora", apela, "de olharmos para a
floresta e para as actividades da Fileira como um sector essencial
para o nosso crescimento futuro."

Para o presidente da AIFF, "há problemas básicos que ainda estão por
resolver na nossa estrutura fundiária, por exemplo coisas tão simples
como o cadastro da propriedade, que é muito defeituoso e inexistente e
é um processo que se vai arrastando durante muito tempo. Isso compete
ao Estado, não às entidades privadas".

A floresta portuguesa emprega 260 mil pessoas, é responsável por 3% do
Produto Interno Bruto (PIB) e por 11% das exportações nacionais, e tem
margem de crescimento. João Ferreira do Amaral diz que há capacidade
industrial, mas é preciso "desenvolver a produção da floresta, em
termos de madeira e cortiça, para que a indústria tenha matéria-prima
com que possa desenvolver-se".

Tendo em conta as alterações climáticas e ao contrário das outras
indústrias, é também um instrumento fundamental para o futuro do país,
como sumidouro de dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo
efeito de estufa.

"A questão ambiental é óbvia, de sumidouro de carbono, e também as
questões de lazer, da paisagem, etc… Portanto, aí também se justifica,
para esse efeito, uma intervenção estatal", sublinha João Ferreira do
Amaral.

Nesta entrevista à Renascença, o presidente da AIFF defende a actuação
da indústria florestal portuguesa. Argumenta que "hoje são conhecidas
as práticas necessárias para garantir a sustentabilidade das florestas
e não há nenhuma incompatibilidade com uma utilização económica
racional".

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=88288

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