domingo, 2 de dezembro de 2012

Pastel de Chaves é produto de Indicação Geográfica Protegida 150 anos depois

Publicado ontem

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No ano em que comemora 150 anos, o Pastel de Chaves, feito à base de
massa folhada e carne picada, foi classificado como produto com
Indicação Geográfica Protegida. A produção diária ascende às 25.000
unidades.

foto Global Imagens/Arquivo
Pastel de Chaves é produto de Indicação Geográfica Protegida 150 anos depois
Produção manual do pastel de Chaves


O processo de certificação, agora publicado em Diário da República,
iniciou-se em 2006 e permite valorizar, reconhecer e proteger os
pastéis quanto à sua origem, natureza e qualidade, evitando fraudes e
imitações.

A classificação do produto de pastelaria, em forma de meia-lua,
constituído por uma massa folhada e recheada com um preparado
específico à base de carne de vitela picada, evita quaisquer práticas
que, sem direito, utilizem ou façam apelo à denominação registada para
beneficiar da sua reputação.

Segundo o vice-presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira, era
"urgente" a decisão de reconhecimento do Pastel de Chaves enquanto IGP
face à proliferação da comercialização de produtos com este nome, sem
qualquer ligação a Chaves, o que denigre a reputação de que goza o
nome e o produto e lesa os consumidores e os produtores.

"A demora deste processo em nada contribuiu para a melhoria da
economia da região, criação de emprego e existência de uma sã e leal
concorrência", disse à agência Lusa.

O município pretendeu "defender a produção concelhia do genuíno Pastel
de Chaves contra utilizações abusivas de um património que é
propriedade de todos os flavienses", salientou.

A produção diária ascende, segundo dados da autarquia, a mais de
25.000 unidades, distribuídas por cerca de 30 unidades de produção,
sendo que a maioria das pastelarias da cidade produz e vende o produto
nas suas próprias instalações.

O aumento da procura do pastel a nível nacional permitiu, nestes
últimos anos, o aparecimento de quatro novas indústrias direcionadas
para a sua produção, levando à criação de novos postos de trabalho e
investimento local.

A valorização do produto, realçou António Cabeleira, insere-se no
Plano Municipal de Combate à Desertificação Rural, através do gabinete
de apoio às iniciativas locais, com o objetivo de incentivar à criação
de novas fábricas.

Este processo foi realizado em parceria com a Associação Empresarial
do Alto Tâmega (Acisat).

O presidente da associação, João Miranda Rua, explicou que a
classificação é motivo de orgulho, mas obriga os produtores a serem
mais responsabilizados na manutenção da qualidade e procedimentos de
fabrico.

O pastel, garantiu, já representa um "grande" volume de negócios na cidade.

A história do Pastel de Chaves data de 1862, quando uma vendedora,
cuja origem se desconhece, percorria a cidade de Trás-os-Montes com
uma cesta de pastéis de forma estranha e insuficientes para satisfazer
a "gula" dos habitantes.

A fundadora da Casa do Antigo Pasteleiro decidiu, então, oferecer uma
libra pela receita da iguaria que acabou por conquistar um lugar de
destaque na gastronomia flaviense.

http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Vila%20Real&Concelho=Chaves&Option=Interior&content_id=2920506&page=-1

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