CAP: É “doloroso” para os agricultores verem “que todo o esforço que estão a fazer pode estar em perigo”

PS RECEBE PARCEIROS SOCIAIS

25 Fevereiro 2013, 21:06 por Ana Laranjeiro | alaranjeiro@negocios.pt



João Machado diz que "é muito doloroso, os agricultores, verem que a economia se está a afundar e que todo o esforço que estão a fazer pode estar em perigo". O responsável destacou ainda que "sem consumo interno não haverá nenhum milagre para as empresas agrícolas continuarem a vender e criar emprego".
João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), considera que "para a agricultura - que é um sector que tem investido nos últimos anos, que tem criado emprego, que tem crescido (…) e que tem exportado cada vez mais - é muito doloroso" ver "que a economia se está a afundar e que todo o esforço" que estamos "a fazer pode estar em perigo porque a economia se afunda".

"Sem consumo interno não haverá nenhum milagre para as empresas agrícolas continuarem a vender e criar emprego", acrescentou João Machado aos jornalistas após o encontro com o líder do PS, António José Seguro.

O responsável apontou ainda que Portugal tem "um orçamento muito recessivo, temos um período muito difícil este ano e a economia está a dizer ao Governo e à troika que por este caminho não vamos conseguir crescer, criar emprego e pagar as dívidas".

A CAP já tinha alertado as autoridades nacionais para este cenário durante a negociação para o Orçamento do Estado deste ano. Mas, agora "a nossa maior preocupação é que este orçamento já está a dar este resultado e ainda temos mais medidas, ao que parece, que vêem retirar capacidade económica ao País".

O responsável vai também sinalizar esta questão à troika, com quem se irá encontrar ainda esta semana, contudo "não sei se com sucesso porque temos transmitido isso nas seis avaliações anteriores e não tivemos sucesso até agora".

"Esperemos que o estado do País e os últimos números tragam ao FMI, Comissão Europeia e BCE alguma noção daquilo que estão a fazer ao País".

E se nada for feito, o País, no final do ano, defende, pode " estar com perto de 20% de desemprego, com menos economia, menos arrecadação de receitas fiscais e vai estar mais longe de cumprir os objectivos que a troika definiu para o País e que o Governo também definiu com este Orçamento".

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