A evolução da primeira cultura do projeto "Sanimilho", que vigora durante oito anos, foi apresentada hoje, num "dia de campo", que contou com a presença de produtores e promotores do projecto
Novas técnicas de produção que previnam a cefalosporiose, doença que afeta o milho, estão a ser ensaiadas em 10 hectares de terreno, em Coruche, numa das estações experimentais do Estado alvo de um acordo de parceria com produtores.
A Estação Experimental António Teixeira tem a decorrer um ensaio com 24 variedades de milho, envolvendo 12 empresas da fileira, no âmbito de um projeto aprovado no início deste ano pelo Proder (Programa de Desenvolvimento Rural) e que resulta de uma parceria entre a Associação Nacional de Produtores de Milho e Sogro (Anpromis), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e a Terramilho (agrupamento local de produtores de cereais).
A evolução da primeira cultura do projeto "Sanimilho", que vigora durante oito anos, foi apresentada hoje, num "dia de campo", que contou com a presença de produtores e promotores do projeto.
O secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, apontou a investigação aplicada e a disseminação do conhecimento para os produtores como "o caminho certo" e a orientação que esteve na base das parcerias que o Governo tem vindo a promover para retomar o investimento nas estações experimentais criadas em meados do século passado em Portugal.
O presidente da Anpromis, Luís Vasconcellos e Souza, saudou o modelo de acordo encontrado com o Estado, "rápido e célere", admitindo que o projeto em curso poderá vir a permitir a instalação de um centro científico da associação, área em que esta não tem atuado.
Vasconcellos e Souza aproveitou para desafiar o Estado a "reformar o seu modelo de investigação agrária".
Nuno Vieira e Brito afirmou que está a ser criado um centro de competências, sem estruturas pesadas, mas funcionais, efetivas e eficazes.
Para o secretário de Estado, Portugal "sabe produzir bem", resultado não só do conhecimento empírico mas também do que tem sido produzido por universidades e politécnicos, havendo necessidade de promover "ou mesmo impor" um "encontro de vontades" entre as várias entidades e interessados.
O secretário-geral da Anpromis, Tiago Silva Pinto, referiu que o ensaio agora iniciado – um investimento de 80.000 euros assumido pela Anpromis com uma comparticipação de 25% do Proder - visa estudar uma doença que afeta a principal cultura de cereais do país.
Segundo Tiago Pinto, a cultura de milho ocupa 136.000 hectares em Portugal (40% da área de cereais), sendo o distrito de Santarém o de principal produção (22,6 mil hectares) e Coruche o quarto concelho do país com maior área de milho (4.300 hectares).
Nesta parceria, a Anpromis assumiu o investimento, o INIAV disponibilizou quatro investigadores para acompanharem o projeto e a Terramilho será responsável pela sensibilização junto dos agricultores, adiantou.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa
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