Cerca de cem hectares de culturas hortícolas, de um total de 500 afetados pelas cheias no concelho da Lourinhã, estão destruídos por completo, estimou a Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste.
foto CARLOS BARROSO/LUSA
Uma centena de hectares de hortícolas da Lourinhã destruídos pelas cheias
Lourinhã coberta de lama após chuva forte e transbordo do leito de um rio
O presidente da associação, António Gomes, disse à agência Lusa que a maior parte dos agricultores destes 500 hectares não tem seguros.
"Uns ficaram com as culturas prejudicadas, outros estavam a ser preparados para novas plantações, que já não vão ser feitas, devido ao estado dos solos, e noutros ocorreram fortes deslizamentos e arrastamentos de terras que, em alguns casos, abriram valas" nos terrenos, especificou.
Do total da área afetada, cerca de cem hectares, situados sobretudo nas várzeas do Rio Grande - freguesias de Lourinhã/Atalaia e Miragaia - são de culturas de hortícolas que estão "totalmente destruídas", desde brócolos, diferentes variedades de couves e batatas.
Devido aos danos na agricultura, o dirigente estimou que deverão chegar ao mercado menos duas a três mil toneladas, o equivalente a 5% das 60 mil toneladas de hortícolas que são produzidos em vários concelhos da região Oeste, onde se concentra a maior parte da produção nacional.
Na vinicultura, as chuvas fortes derrubaram uvas, prontas a serem vindimadas.
Também a Adega Cooperativa da Lourinhã registou estragos, ainda não contabilizados. O presidente da direção, João Pedro Catela, disse à agência Lusa que a água atingiu meio metro de altura nas naves da adega, onde permanecem a boiar cascos cheios de centenas de litros de aguardente, em processo de envelhecimento.
"É um problema em cima de tantos outros, porque surge depois de um período de seca extrema e de um inverno com chuva, que contrastou com o inverno ameno do norte da Europa. Tivemos mais dificuldades para exportar os nossos produtos dada a concorrência dos outros", explicou.
A Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO) estimou que foram exportadas menos 50 mil toneladas, reduzindo o rendimento dos agricultores.
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