Fevereiro 06
12:26
2015
Os últimos relatórios do grupo de peritos para a evolução do clima são claras. As mudanças climatéricas vão ser uma realidade e vão ter consequências.
No caso da Europa e no pior cenário possível, é previsível um aumento da temperatura média de 4,8ºC até ao ano 2100, o que implicará três consequências principais:
a) Fortes prejuízos causados por mais inundações, aumento da precipitação, subida do nível das águas do mar, erosão costeira e poluição dos cursos de água. Um país como a Holanda pode ver centenas de km2 inundados e vários rios europeus podem sair dos seus leitos habituais.
b) Restrições na utilização da água, devido à redução da quantidade de águas subterrâneas e de certos rios, a que se junta uma maior procura. Estas restrições vão atingir vários sectores, como a agricultura, a energia e, também, a utilização doméstica.
A região mediterrânica será a mais afectada com este fenómeno, ao mesmo tempo que os períodos de seca serão cada vez mais frequentes.
c) Multiplicação dos episódios de calor extremo, com graves prejuízos para a economia europeia, a produtividade, a produção agrícola, a saúde e o bem-estar da população, a qualidade do ar ou, ainda, a maior ocorrência de fogos florestais.
Este pior cenário é perfeitamente realista se não houver uma inversão na trajectória que o mundo tem vindo a registar. No melhor cenário, a temperatura aumentará entre 1ºC a 2,4ºC.
Uma situação parece ter consenso, o limite do aumento de mais 2ºC em 2100 nunca deve vir a ser ultrapassado. Para isso são apontadas várias soluções a nível local, regional e global.
Foram identificados certos pontos sensíveis, tais como:
- No sector energético, um aumento da eficácia do sector e uma mudança de comportamento serão importantes para reduzir as emissões de gases.
- No sector dos transportes, é necessária uma maior utilização de transportes públicos em detrimento dos privados.
- No sector agrícola, é fundamental uma gestão mais durável dos terrenos, assim como uma luta eficaz contra a desflorestação.
Estes esforços sectoriais devem ser apoiados pelo desenvolvimento das energias renováveis e pela harmonização das normas ecológicas.
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