sexta-feira, 17 de março de 2017

Estado injecta mais de 20 milhões em Alqueva em duas semanas

O accionista público da EDIA injectou dinheiro na empresa pela segunda vez no espaço de 11 dias: no total, são 22,2 milhões de euros colocados na gestora do Alqueva no que vai de 2017.

Paulo Zacarias Gomes Paulo Zacarias Gomes paulozgomes@negocios.pt

16 de março de 2017 às 13:34

Em menos de duas semanas, a EDIA - empresa que gere a barragem do Alqueva - viu reforçados por duas vezes os seus capitais, com a injecção de mais dinheiro público.

Depois dos 13,9 milhões de euros colocados no aumento de capital que tinha sido decidido a 2 de Março, o Estado pôs, 11 dias depois, mais 8,3 milhões de euros na empresa. No total, são já 22,23 milhões de euros desde o início deste ano.

A entrada de capital consta de um comunicado enviado esta quinta-feira, 16 de Março, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que assim faz ascender o capital social da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva aos 486,57 milhões de euros.

"No dia 13 de março de 2017 foi aprovado por deliberação social unânime por escrito aumentar o capital social da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, S.A., em 8.315.120 euros, através da emissão de 1.663.024 de ações nominativas, no valor de 5 euros cada, a subscrever e realizar pelo acionista Estado Português, em numerário," lê-se no documento.

Esta é a terceira operação de reforço de capital em três meses. No final de 2016, colocou 17,2 milhões de euros no capital da empresa e a 2 de Março mais 13,9 milhões. 

No ano passado o Estado procedeu a seis aumentos de capital, levando-o a aumentar em 63,48 milhões de euros.

No primeiro semestre do ano passado – de acordo com as contas mais recentes disponíveis no site da CMVM – a empresa investiu 19 milhões de euros na rede de rega primária e secundária associada à barragem, sem contar com capitalizações de encargos de estrutura e financeiros.

A empresa tem em curso o projecto que aumenta o perímetro de rega de 120 para 170 mil hectares, que implica um investimento de 217 milhões de euros. O objectivo, como disse em Janeiro ao Negócios o presidente da EDIA, José Pedro Salema, é candidatar metade do valor a apoio do Banco Europeu de Investimento, "ao abrigo do plano Juncker", vindo o montante restante de recursos próprios e do Plano de Desenvolvimento Rural.

No mesmo semestre de 2016 foram reembolsados empréstimos de médio e longo prazo de 19,135 milhões de euros para pagamentos dos créditos contraídos junto da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e do Banco Europeu de Investimentos. Estes pagamentos colocaram o financiamento líquido ao empreendimento nos 6 milhões de euros entre Janeiro e Junho.

No mesmo intervalo, a EDIA teve prejuízos de cerca de 9,7 milhões de euros, que comparam com 6,24 milhões de euros um ano antes. Nesse mesmo período, o capital próprio foi reforçado em cerca de 21 milhões de euros. 

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