sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Orçamento para a agricultura é “muito, muito forreta"



16 nov, 2017 - 10:03

É o dirigente da Confederação Nacional da Agricultura quem o diz na Renascença, onde também levanta o véu sobre o um possível protesto em Coimbra.

Os agricultores ponderam sair à rua para pedir apoio. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) diz que o Governo não está a resolver os graves problemas que afectam o sector e a parte do Orçamento do Estado a ele destinada é curta.

"Aquilo que nós conhecemos era muito muito forreta para a agricultura e para a floresta. Para a floresta, aliás, praticamente nem conseguimos descortinar orçamento específico", critica João Dinis, presidente da direcção da CNA.

Na Manhã da Renascença, esta quinta-feira, o responsável lembra que a floresta é um sector "estratégico. Estratégico porque precisamos de respirar" e insiste na necessidade "de prevenir a sério os incêndios florestais, esta tragédia".

Tragédia que, este ano, provocou alargados prejuízos no sector, agora agravados com a seca extrema que o país vive.

João Dinis diz que os agricultores estão desesperados.

"Os pequenos agricultores e produtores florestais vêm ter connosco aflitos, desorientados com o problema da perda de património, de rendimento – que é o que mais se sente no imediato – mas também com esta complicação que está montada no terreno e esta confusão inadmissíveis", afirma, referindo-se à burocracia em redor dos apoios pós-incêndios.

"Vamos ter de, provavelmente, sair para a rua", admite o dirigente. "Estive em duas reuniões muito recentes com bastantes agricultores e estamos a encarar a ida Coimbra, à delegação da direcção regional", concretiza.

Na quarta-feira, o Ministério da Agricultura abriu um novo período de candidatura para a estabilização dos solos nas zonas afectadas pelos incêndios de 15 de Outubro. São mais 23 milhões de euros, num total de apoio financeiro que passa assim a ser de 89 milhões.

1 comentário:

Jorge Mendes disse...

A piorar a situação vivida, está o atraso no pagamento das ajudas aos agricultores que foram alvo de controlo de campo, os quais não receberam a 30 de Outubro, como todos os outros. Questionado o IFAP, responde que há milhares de relatórios de controlo para carregar no sistema informático e enquanto isso não for feito não serão realizados os pagamentos. No meu caso pessoal, que fui controlado em Agosto, considero inaceitável e mesmo deplorável, que até hoje o relatório do meu controlo não tenha sido carregado, e pior, segundo eles, nem sabem se será até ao fim do ano. Num ano catastrófico como este, em que temos que alimentar os animais com suplementos comerciais, esta situação veio agravar ruinosamente a tesouraria das explorações. É inqualificável este desrespeito do IFAP pelos agricultores. Apelo a todos, e são centenas, possivelmente alguns milhares, que se juntem numa plataforma de protesto a que chamaremos "Lesados do IFAP". Basta de tanta inação, estamos fartos de ser vítimas da incompetência.

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