sábado, 30 de setembro de 2017

Homem morre num acidente com trator em Barcelos





Um homem de 59 anos não resistiu aos ferimentos e acabou por falecer na sequência de um acidente de trator, numa zona de mato, em Adães, Barcelos.

O incidente aconteceu numa altura em que a vítima, madeireiro de profissão, manuseava um trator numa zona bastante íngreme.

O veículo terá tombado e esmagado o condutor. O trator só ficou imobilizado depois de amparado por alguns eucaliptos. O alerta foi fado às 13.38 horas.

No local, os Bombeiros Voluntários de Barcelos, apoiados pela VMER de Barcelos, ainda procederam a manobras de reanimação, mas sem sucesso. O óbito acabou por ser declarado ainda no sítio do acidente.


A vítima estava acompanhada pelo patrão, sendo que este se tinha ausentado para levar uma carga de madeira a um camião. Quando chegou ao local, o funcionário estaria já caído no chão. "Acho que já não trabalho mais", terá ainda dito ao patrão, antes de perder os sentidos.

O corpo da vítima foi transportado para a morgue do Hospital de Barcelos.

No local esteve também a GNR de Barcelos e elementos da Autoridade para as Condições do Trabalho.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

InovMilho – produtores de milho vão ter um centro de formação e transferência de conhecimento

COMUNICADO 

ANPROMIS

A Estação Experimental António Teixeira, em Coruche, é oficialmente desde 26 de Setembro, um centro de formação e transferência de conhecimento para a cultura do milho. Novas tecnologias, como a taxa variável de sementeira ou a rega gota-a-gota enterrada, estão a ser testadas neste centro dinamizado pela ANPROMIS, o INIAV e a Câmara Municipal de Coruche.

A ANPROMIS recebeu, a 26 de Setembro, 240 convidados num dia de campo na Estação Experimental António Teixeira, onde foi assinado pela Câmara Municipal de Coruche e o INIAV- Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária um protocolo para criação de um espaço de formação e demonstração para a cultura do milho.

O objetivo do Centro é disponibilizar conhecimento cientificamente validado ao utilizador final (produtor/gestor/técnico), através de propostas de ação/gestão baseadas numa análise custo/benefício; prosseguir a experimentação, investigação e inovação, nomeadamente, no âmbito do Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo "InovMilho" e apoiar o empreendedorismo e a instalação de empresários agrícolas no concelho de Coruche.

O presidente da ANPROMIS, José Luís Lopes, afirmou que a assinatura deste protocolo «é um sinal inequívoco da importância do milho no concelho de Coruche e no país» e reconheceu ainda que «representa para nós um alento a recente criação por parte do Governo de um grupo de trabalho que tem por missão definir uma Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais».

Recorde-se que o milho é a cultura arvense com maior expressão em Portugal, ocupando uma área de ronda os 150 mil hectares e estando presente em 67 mil explorações agrícolas distribuídas por todo o território nacional.

No dia de campo foram apresentadas, por 13 empresas parceiras do evento, variedades de milho inovadoras, bem como novas soluções de fertilização e herbicidas, e tecnologia de agricultura de precisão aplicada à cultura do milho e sorgo. O ensaio de rega gota-a-gota enterrada foi realizado pelo terceiro ano consecutivo, permitindo uma poupança que pode ir até 30% de água e energia, em comparação com outros sistemas de rega.

O pivot de milho foi acompanhado no âmbito da agricultura de precisão pelo docente do Instituto Superior de Agronomia, Prof. Ricardo Braga, com cartas de altimetria, de condutividade elétrica, de produtividade e humidade do grão, com vista a demonstrar a importância de aplicar os fatores de produção a taxa variável, em função da heterogeneidade das parcelas. Este ano foi ainda realizado um ensaio com taxa variável de sementeira, a duas velocidades de avanço do semeador (6 km/h e 12 km/h).

Além das variedades de milho híbrido, foram instaladas na Estação Experimental António Teixeira 6 populações de milho tradicional, pertença do Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV) e da Associação Zea Mays. Ana Barata, responsável pelo BPGV, esteve em Coruche para explicar o trabalho desta instituição, que conserva em Braga 2384 variedades tradicionais de milho, ou seja, a segunda maior coleção de milho do mundo.

A parcela despertou grande interesse dos participantes e suscitou da parte do Presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, uma sugestão: «face à descida do preço do milho, Portugal deve voltar-se para negócios de valor acrescentado, que também nascem da inovação. As variedades tradicionais aqui apresentadas são matéria a ser aproveitada».
A Estação Experimental António Teixeira é também, desde este ano, um dos centros oficiais de ensaio de variedades de milho para o Catálogo Nacional de Variedades. Na sequência da assinatura de um protocolo de colaboração entre a ANPROMIS e a DGAV-Direção Geral de Alimentação e Veterinária, foram testadas 11 novas variedades de milho na Estação de Coruche em 2017.

A preocupação com a disponibilidade e a qualidade da água para regadio foi abordada pelo presidente da CAP, que instou o Governo a criar reservas estratégicas de água, dando o exemplo do problema que se viveu este ano no Vale do Tejo, onde as reservas de água estiveram na eminência de ser invadidas por água salina do mar, comprometendo todas as culturas de regadio.

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Sobre a Anpromis A ANPROMIS- Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo é um centro de apoio e informação aos Produtores e suas Organizações, participando, propondo, discutindo e debatendo todas as questões que afetam a produção de Milho e Sorgo, em Portugal. O milho é a cultura arvense com a maior expressão em Portugal, ocupando uma área que ronda os 150 mil hectares, com uma produção média anual estimada nas 930 mil toneladas, o que permite que Portugal tenha uma capacidade de auto-aprovisionamento neste cereal de cerca de 35%.

Diploma sobre actos próprios de veterinários é "extremamente importante"

Documentos determinam o que pode ser feito e praticado por técnicos como enfermeiros veterinários e por auxiliares de veterinária. Vão facilitar a apresentação e prosseguimento das várias queixas que são apresentadas ao Ministério Público sobre a prática ilegal, diz bastonário.

LUSA 21 de Setembro de 2017, 19:10 Partilhar notícia


O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários considerou hoje "extremamente importante" que o Parlamento tenha aprovado, em plenário, os projectos de lei que definem os actos próprios dos médicos veterinários, mas admitiu que o próximo passo é investir na fiscalização.

"Foi uma aprovação extremamente importante", disse Jorge Cid, observando que, até agora, as normas existentes sobre a matéria eram "vagas" e "só definiam as linhas gerais" dos actos praticados pelos médicos veterinários.

Na quarta-feira, com a abstenção do PSD e os votos favoráveis das restantes bancadas parlamentares, foi aprovado um diploma do PS que define os actos médicos veterinários, visando suprir uma lacuna na lei que regula actividade daqueles profissionais.

O bastonário precisou que os diplomas aprovados, além de definirem os actos próprios dos médicos veterinários, determinam ainda o que pode ser feito e praticado pelos técnicos ligados ao sector, designadamente enfermeiros veterinários e por auxiliares de veterinária.

Embora a aprovação destes diplomas seja um passo importante para a classe profissional dos médicos veterinários, Jorge Cid reconheceu que a falta de fiscalização continua a ser um problema sério, notando que existe "falta de pessoal" na Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (Ministério da Agricultura) para fazer cumprir as normas e regras impostas, juntamente com a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).

O bastonário alertou ainda para o problema da falta de veterinários municipais em mais de 100 municípios do país, criticando o facto de nos últimos anos não ter sido contratado nenhum destes profissionais.

Com a ausência dos veterinários municipais, advertiu, é a actividade sanitária do concelho que fica em risco, pois estes profissionais deviam fiscalizar tudo aquilo que os portugueses consomem de origem animal - ovos, leite e carne, por exemplo.

Os veterinários municipais deviam ainda desempenhar um papel relevante no controlo dos medicamentos que são administrados aos animais em todo o país, pois está a escapar completamente o controlo na administração 'ad hoc' de antibióticos aos animais, com consequências graves para a saúde dos portugueses.

Apesar de a fiscalização ser muito fraca, o bastonário reconheceu que os diplomas agora aprovados pelo Parlamento vão facilitar a apresentação e prosseguimento das várias queixas que são apresentadas ao Ministério Público sobre a prática ilegal de actos reservados aos médicos veterinários.

Gestor corrupto foi denunciado pela própria Jerónimo Martins


Ricardo Santos Ferreira
 25 Set 2017

Denúncia foi feita pelo grupo português, que detetou irregularidades através do sistema de controlo interno. Gestor já reconheceu culpa.


Cristina Bernardo
O português que dirigia as operações da ARA, a empresa de retalho do grupo Jerónimo Martins na Colômbia, foi detido pelas autoridades colombianas e já se reconheceu culpado das acusações de corrupção e de coação para ato ilícito. A denúncia partiu da própria Jerónimo Martins, que detetou irregularidades através do sistema de controlo interno, alertou as autoridades colombianas e entregou-lhes toda a informação e documentação recolhida.

A Fiscalia General colombiana, que tem as funções do Ministério Público, revelou que a investigação feita determinou que Pedro Coelho pedia entre 50 e 80 milhões de pesos colombianos (entre cerca de 14.500 e 23.000 euros) a empresas de construção, em troca de lhes adjudicar contratos para a construção de lojas da rede ARA.

Além disso, o gestor português pediu a um construtor um salário de 20 milhões de pesos (cerca de 5.750 euros) para a sua mulher e a integração desta na folha de pagamentos da empresa, sem que tivesse de ir trabalhar.

Num comunicado interno, a que o Jornal Económico teve acesso, o presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos revelou que a denúncia foi feita pelo próprio grupo, depois de detectadas irregularidades através do sistema de controlo interno, e que Pedro Coelho foi "demitido com efeitos imediatos", a 19 de setembro, dia em que foi detido, depois de um "processo de investigação criminal".

"Este tipo de conduta, mesmo tratando-se de um caso isolado, não é tolerado por parte da empresa e vai contra os valores do grupo Jerónimo Martins", garante Pedro Soares dos Santos, sublinhando que "a empresa tem tolerância zero face a qualquer acto de corrupção e actuará sempre de forma firme e contundente".

Soares dos Santos agradece a ação das autoridades colombianas e avisa que o grupo se reserva o direito de processar Pedro Coelho, "por todos os eventuais danos reputacionais e de imagem" relacionados com este caso.

Pedro Jorge Marques Silvestre da Costa Coelho era colaborador do grupo Jerónimo Martins desde 1994 e estava na Colômbia há um ano. Antes, esteve três anos na Polónia, onde foi responsável pela gestão do segmento de perecíveis para todas as lojas. Fez carreira no grupo em Portugal e esteve, também, por três anos, ainda com a Jerónimo Martins, no Brasil. Antes de se juntar ao retalhista liderado pela família Soares dos Santos, esteve quatro anos na concorrente Modelo Continente.

Licenciado em Gestão pela Universidade Nova, Pedro Coelho também fez formação em universidades como o INSEAD e a Kellogg School of Management na Northwestern University.

Como medidas de coacção, o tribunal determinou que Pedro Coelho está impedido de sair da Colômbia e obrigado a apresentar-se quinzenalmente às autoridades.

O grupo Jerónimo Martins está a operar na Colômbia desde 2013, através da rede de lojas de retalho alimentar ARA. Atualmente, tem cerca de 220 lojas, mas espera abrir 150 no conjunto do ano. O objectivo é ter uma rede de 1.000 lojas em 2020.

Esta é a terceira geografia onde o grupo se instalou, depois de Portugal e da Polónia.

CNA e COAG reúnem para debater as políticas Europeias Agrícolas e Alimentares

COMUNICADO

CNA e COAG

A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e a COAG (Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Ganaderos) reuniram, em Coimbra, para debater as políticas agrícolas e alimentares europeias.
Entre outros assuntos, estiveram em debate os Tratados de Livre Comércio e a OMC (Organização Mundial do Comércio), as Reformas da PAC de 2013 e a Reforma para o pós 2020, os desequilíbrios dos mercados agro-pecuários e da cadeia alimentar e uma análise aos contextos nacionais de Espanha e Portugal e as formas de cooperação.
Na reunião ambas as Confederações concordaram que, antes de se definir que políticas agrícolas são necessárias para a Europa, é necessário definir que modelo de produção e de comercialização responde aos desafios que se colocam à Europa e ao mundo, nomeadamente ao nível da segurança e soberania alimentares, emprego, desenvolvimento rural, sustentabilidade do modelo produtivo, combate às alterações climáticas, entre outros, e que modelos respondem aos anseios manifestados pelos cidadãos Europeus na consulta pública levada a cabo pela Comissão Europeia.
Ao nível da PAC e da próxima reforma para o pós 2020, CNA e COAG coincidiram na necessidade de colocar em debate os instrumentos de regulação de mercado e produção, na necessidade de existência de legislação Europeia que impeça projectos para instalação de mega explorações de 20 mil vacas leiteiras como a que pretendem construir em Espanha e na recusa do caminho dos seguros ao rendimento, enquanto forma de resposta à volatilidade dos mercados agro-pecuários, coincidindo que tal significa a financeirização da PAC e a privatização da gestão das ajudas. 
Também a este nível, as duas Confederações ibéricas entendem que o sector dos pequenos ruminantes é um tema que deve unir esforços de Espanha e Portugal, tendo em conta a sua importância social, económica e ambiental em ambos os países e que em muitos territórios esta é a única alternativa viável de produção, nomeadamente em muitas regiões de montanha. Como tal, COAG e CNA defendem a necessidade das chamadas pastagens pobres ou arbustivas voltarem a beneficiar integralmente dos pagamentos directos e a necessidade de um sistema de identificação animal simplificado para os pequenos ruminantes que sirva a realidade dos pequenos produtores em regime extensivo.
CNA e COAG manifestaram também o repúdio à entrada de determinados sectores de produção em sistemas de integração vertical, onde os produtores, muitas vezes, sem alternativa, passam a ser, na prática, trabalhadores de determinados monopólios, sem direito de decisão sobre a sua exploração, passando a ser meros "fabricantes" de matérias-primas agro alimentares para o grande agro-negócio internacional. Preocupação igualmente manifestada por ambas organizações sobre o crescimento de investimentos no sector agro-pecuário por parte de fundos financeiros, enquanto factor de criação de maior instabilidade nos mercados e de reforço da concentração da produção.
Por último, as duas confederações coincidiram na necessidade de criação de legislação, quer em Espanha, quer em Portugal, para a criação do Estatuto da Agricultura Familiar, por forma a direccionar as políticas públicas para estas explorações, pela sua importância estratégica do ponto de vista social, ambiental, económico e no abastecimento às populações de produtos de qualidade.

Coimbra 27 de Setembro de 2017
  A Direcção da COAG e da CNA

Seca destapa ponte escondida há 19 anos


Antiga ponte na região do Alentejo tem estado submersa pelas águas da barragem do Pego do Altar

Há duas décadas que a ponte de Rio Mourinho estava submersa pelas águas da barragem do Pego do Altar (Alcácer do Sal), mas a seca que tem atingido o Alentejo provocou a descida do nível da albufeira, destapando a antiga passagem entre as localidades de Santa Susana e São Cristóvão. A ponte, com cerca de 30 metros, foi construída há 200 anos e o seu regresso à luz do dia atesta o pesadelo que a falta de chuva representa para a bacia do Sado, onde as albufeiras registam uma média de 19,2% da sua capacidade. Em ano normal estariam nos 46%.

A barragem do Pego do Altar tem hoje 8% da sua capacidade, traduzidos em cerca de sete milhões de metros cúbicos, nas contas do coordenador da Associação de Regantes, Gonçalo Lince de Faria, dos quais cinco milhões são para garantir a sobrevivência dos peixes. Já foram retiradas várias toneladas de carpas e outras espécies para diminuir a carga piscícola. "Em 70 anos de barragem houve poucos com uma seca tão grande", sublinha, recordando que a associação optou por ratear a área de arroz em 40%, logo em abril, para que a água não faltasse de vez.

O prejuízo estende-se à pecuária na maioria das zonas do país, com os produtores a alimentarem o gado à mão, enquanto o governo aciona o "alerta laranja" e já admite rigor na preparação da próxima campanha agrícola, antes dos investimentos dos empresários nas sementeiras.


"Vamos ter de articular com o Ministério da Agricultura, perceber quais são as espécies que exigem mais água e regiões de maior risco, para darmos um sinal aos produtores sobre o que devem fazer", avança o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, admitindo que, por exemplo, a produção de arroz venha a ter um ano pouco recomendável.

Será um tema para debater a 2 de outubro na reunião da Comissão de Gestão de Albufeiras, admitindo Carlos Martins que o abastecimento público esteja assegurado para os próximos três meses nas regiões mais críticas, sem excluir dificuldades, caso se mantenha a falta de chuva. Sobretudo nas zonas que dependem de águas subterrâneas, já que a ausência de precipitação impede a recarga de aquíferos.

Os fluxos de água proveniente de Espanha, que também atravessa um período de seca, merecem atenção do governo. O secretário de Estado admite que os caudais ecológicos estão a respeitar os acordos ibéricos, mas Carlos Martins receia que a "diminuição da quantidade de água afete a sua qualidade" do lado de cá da raia. Francisco Ferreira, presidente da Zero, diz que o cumprimento por parte de Espanha dos caudais "é essencial" para os abastecimento português, alegando que há o risco de a seca prosseguir: "Temos de antever as consequências para saber lidar coma falta de água."