quarta-feira, 24 de abril de 2019

Regadio é "necessário" num país com clima mediterrâneo -- Direção-geral Agricultura


Lisboa, 23 de abril de 2019 (Lusa) -- O responsável da Direção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) Gonçalo de Freitas Leal defendeu hoje, no parlamento, que o regadio é "necessário" para um país com clima mediterrâneo como Portugal.


Lusa
23 Abril 2019 — 16:34

"A necessidade do regadio impõe-se num país com clima mediterrâneo. [Portugal] é um país onde não chove no verão, ao contrário do que acontece no norte da Europa. Muitos dos que são contra o regadio nem entendem a sua necessidade", vincou o diretor-geral da DGADR, Gonçalo de Freitas Leal, no parlamento, durante a audição pública Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030.

De acordo com o responsável, o regadio é igualmente importante "para aliviar" as questões relacionadas com as alterações climáticas, como a diminuição da precipitação.

"A importância do regadio é económica, social e ambiental. O regadio em Portugal tem cerca de 560 hectares, sendo 35% regadios públicos", disse.

No âmbito do PNI são atribuídos 700 milhões de euros ao regadio, divididos entre a revitalização do regadio existente e a criação de novas áreas.

Este valor é independente do montante já previsto para o Programa Nacional de Regadios (PNRegadios).

O Programa Nacional de Investimentos 2030, que se insere no Portugal 2030, define os investimentos infraestruturais estratégicos prioritários, nos setores da mobilidade e transportes, ambiente e energia.

De acordo com a informação disponível na página do Portugal 2030 na internet, o PNI abrange as infraestruturas localizadas em Portugal Continental e estrutura-se por projetos ou programas com investimentos superiores a 75 milhões de euros.

O PNRegadios, apresentado pelo Governo em março de 2018, tem como objetivos aumentar, reabilitar e modernizar os regadios existentes e criar novas áreas, com uma dotação de 560 milhões de euros até 2023.

De acordo com o Programa de Estabilidade 2019-2023, já foram aprovados 60 projetos num investimento total de 280 milhões de euros financiados pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.

O Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal foi aprovado na sequência da decisão da Comissão Europeia em dezembro de 2014 e visa o apoio às atividades do setor agrícola assente numa gestão eficiente dos recursos.

Agricultores querem Capoulas como próximo comissário europeu


23 abr, 2019 - 17:31 • Lusa

A CAP quer que o próximo comissário seja de um país do sul, e que ainda não é tempo de ser a Grécia a assumir este papel.

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defendeu esta terça-feira que o ministro Capoulas Santos deverá ser o próximo comissário europeu da Agricultura, sublinhando que já manifestou essa ideia junto do primeiro-ministro, António Costa.

"Já manifestámos junto do primeiro-ministro que o ministro da Agricultura [Capoulas Santos] deverá ser o próximo comissário europeu para a Agricultura", afirmou Eduardo Oliveira e Sousa, no parlamento, durante a audição pública sobre o Plano Nacional de Investimentos 2030.

Para o responsável da confederação, o comissário europeu da Agricultura tem que ser de um país pequeno, acrescentando que "está na altura" de ser um país do Sul a assumir esse cargo.
Eduardo Oliveira e Sousa considerou que o único país "que pode vestir este casaco" é Portugal, pondo de parte Espanha e Itália e afirmando que "ainda não é tempo" de a Grécia assumir esta posição.

O presidente da CAP destacou o trabalho que o ministro da Agricultura tem feito na defesa do mundo rural, ressalvando que não sabe se, "por questões de saúde", Capoulas Santos estará disponível para suceder ao irlandês Phil Hogan.

No início de abril, o Ministério da Agricultura informou que o ministro Capoulas Santos tinha sido submetido "com êxito" a uma cirurgia preventiva do foro vascular.

Em 11 de abril, a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) já tinha demonstrado o mesmo desejo.

Em comunicado, a AJAP disse que, atendendo a "algumas prioridades" que o ministro da Agricultura introduziu em Portugal, como o Programa Nacional de Regadios e o estatuto do Jovem Empresário Rural, Capoulas Santos "está em ótimas condições" para assumir a pasta.

"Por cá semeou ideias, algumas foram germinando e outras concretizadas. Importava agora que a sua visão global sobre a agricultura na Europa face ao seu 'curriculum' europeu e sensibilidade em relação a outros continentes, nomeadamente África, pudesse ser associado a um quadro de maior responsabilidade e de intervenção política integrada e estratégica para a Europa", defenderam.

Abertas candidaturas a apoio no valor de 20 milhões de euros para reforço da defesa floresta


16/4/2019, 23:18

O concurso é financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural e visa investir e apoiar a prevenção e controlo da floresta contra danos causados por pragas e doenças.

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Cada beneficiário pode apresentar até três candidaturas, até 28 de junho

As candidaturas aos apoios disponibilizados pelo Governo, no montante de 20 milhões de euros, para reforçar a defesa da floresta contra os danos causados por pragas e doenças já estão abertas, anunciou esta terça-feira o Ministério da Agricultura.

"Estão já abertas as candidaturas aos apoios disponibilizados pelo Governo para reforçar a defesa da floresta contra danos causados por agentes bióticos (pragas e doenças)", anunciou, em comunicado, o ministério tutelado por Capoulas Santos.

De acordo com o Governo, o concurso, no valor de 20 milhões de euros, destina-se a apoiar "investimentos na prevenção e controlo de agentes bióticos nocivos com escala territorial relevante, e circunscritos a determinadas áreas críticas e prioritárias, para o pinheiro bravo, pinheiro manso, sobreiro e azinheira, castanheiro e eucalipto".

Entre as pragas abrangidas está a "processionária do pinheiro, a vespa das galhas do castanheiro, o gorgulho do eucalipto e ainda o nemátodo da madeira do pinheiro".

O concurso, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, tem a verba distribuída por cinco sistemas florestais – pinheiro bravo (oito milhões de euros), pinheiro manso (três milhões de euros), sobreiro e azinheira (cinco milhões de euros), castanheiro (dois milhões de euros) e eucalipto (dois milhões de euros). Cada beneficiário pode apresentar até três candidaturas, uma por sistema florestal, até ao dia 28 de junho, através da página do PDR 2020 na internet.

"No caso dos povoamentos mistos, com exceção do sistema florestal sobreiro e azinheira, poderão ser submetidas duas candidaturas, uma por cada espécie. As entidades gestoras de Zonas de Intervenção Florestal [ZIF] e as entidades gestoras de baldios poderão submeter três candidaturas por cada ZIF e por cada unidade de baldio, respetivamente", ressalvou o Ministério da Agricultura. Também as entidades coletivas públicas podem apresentar três candidaturas por cada mata nacional e por cada perímetro florestal.

O Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal foi aprovado na sequência da decisão da Comissão Europeia em dezembro de 2014 e visa o apoio às atividades do setor agrícola assente numa gestão eficiente dos recursos.

Brexit: Juncker quer deixar de falar do processo para destacar sucessos de Bruxelas


Estrasburgo, França, 17 abr 2019 (Lusa) -- O presidente da Comissão Europeia defendeu hoje que se deixe de falar do 'Brexit', que tem "ocupado muito a agenda", para se destacar "os feitos" de Bruxelas neste mandato, em que foram aprovadas 350 propostas.


Lusa
17 Abril 2019 — 10:42

"O 'Brexit' tem ocupado muito a nossa agenda e acho que agora, antes das eleições europeias, é uma boa altura para se chamar a atenção dos cidadãos para os feitos dos últimos anos", declarou Jean-Claude Juncker, falando na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.

Naquela que foi a sua última intervenção no plenário da assembleia europeia, dadas as eleições para o Parlamento Europeu marcadas para final de maio, o líder do executivo comunitário insistiu que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o 'Brexit', "é importante, mas a vida quotidiana dos cidadãos europeus é mais ainda".

Fazendo um balanço deste mandato da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker salientou que, entre maio de 2018 e até hoje, "foram aprovadas 350 propostas e 164 continuam na mesa dos colegisladores".

"E falo aqui de propostas importantes, como o regime de asilo", exemplificou.

Acresce que, segundo o responsável, esta foi também "a Comissão do diálogo".

"Conseguimos levar a cabo reuniões com os vários cidadãos, num total de 1.600 diálogos, o que mostra que a Comissão não fecha as suas portas no 'bunker' do Berlaymont [edifício sede do executivo comunitário, em Bruxelas]".

Frisando que a Comissão Europeia "está aberta à Europa", Jean-Claude Juncker considerou que a instituição "não é ilegítima porque está sempre em contacto com os cidadãos".

"A Europa não existe contra a vontade dos povos, sem as nações", sustentou, numa alusão também ao 'Brexit'.

E vincou: "Não há qualquer contradição entre um patriotismo responsável e fazer parte de uma grande comunidade como a UE".

Já falando sobre o futuro, Jean-Claude Juncker defendeu que se continue a "apostar na inovação, na investigação, na juventude e na defesa", admitindo que "isso só é possível se houver cortes noutras políticas, por exemplo na coesão e na agricultura".

"Não é algo que me apraz particularmente, mas temos de pensar nas novas prioridades que devem ser financiadas", observou.

Aludindo às discussões com os Estados-membros e com o Parlamento Europeu sobre o orçamento da UE nestas áreas, Jean-Claude Juncker referiu que é necessário "ver o que fazer com as políticas".

"As políticas de coesão e de agricultura são importantes, mas mais para uns países do que para outros", concluiu.

Jean-Claude Juncker falava num debate, em plenário, em que participou também o primeiro-ministro da Letónia, Krisjanis Karins, sobre o futuro da Europa.

Agricultores lesados por animais selvagens exigem ser indemnizados pelo Estado


Coimbra, 17 abr 2019 (Lusa) -- Agricultores de vários municípios da região Centro cujas plantações têm sido destruídas por javalis e outros animais selvagens manifestaram-se hoje, em Coimbra, e exigiram que o Estado os indemnize pelos prejuízos.


Lusa
17 Abril 2019 — 13:14

Após intervenções de dirigentes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), junto às instalações da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, uma delegação dos manifestantes foi recebida pelo diretor regional.

Os agricultores entregaram a Fernando Martins uma exposição em que reclamam do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural uma "resposta favorável" às suas pretensões, no prazo de um mês.

Foi igualmente entregue ao responsável um abaixo-assinado, através do qual exigem "ser ressarcidos dos prejuízos na agricultura provocados por animais". O documento reúne cerca de 300 signatários, segundo Isménio Oliveira, da Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO), associada da CNA.

"Estes animais, sobretudo os javalis, estão a destruir as culturas agrícolas de centenas de explorações", disse aos jornalistas João Dinis.

Os produtores "não são inimigos dos veados, javalis e corças, nem dos caçadores", mas recusam ser "obrigados a ter de alimentar" os animais, cabendo ao Estado ressarcir os agricultores, acentuou o dirigente da CNA.

"Há populações destes animais fora de controlo em certas regiões", segundo os manifestantes, que pedem a intervenção do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Ministério da Agricultura e Governo.

João Dinis defendeu ainda a intervenção dos diferentes órgãos de soberania, considerando que "até o Presidente da República", Marcelo Rebelo de Sousa, "que anda sempre a deslocar-se pelo interior, pode ter uma palavra" para que o problema seja resolvido.

Na exposição, o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, é também alertado para "o perigo real de se precipitarem problemas graves" na sanidade de animais domésticos, como os porcos, "com destaque para a peste suína africana, a partir dos javalis".

Os manifestantes exigiram "o controlo da densidade, capacidade reprodutiva e mobilidade das populações destes animais selvagens", com elaboração "urgente, mas participada", de planos públicos de contingência.

A ação visou ainda assinalar o Dia Internacional de Luta Camponesa, instituído pela Via Campesina, da qual a CNA é filiada, "em homenagem às vítimas do massacre de camponeses sem-terra" do Brasil, em Eldorado dos Carajás, em 17 de Abril de 1996.

Na organização da iniciativa, estiveram igualmente envolvidas a União dos Agricultores do Distrito de Leiria e a Associação dos Baldios e Agricultores da Região de Viseu.

O diretor regional de Agricultura, Fernando Martins, não esteve disponível para falar com os jornalistas.

‘Alqueva do Ribatejo’ vai avançar



Governo dá luz verde a estudos para avaliar a viabilidade técnica do projeto estimado em €4,5 mil milhões

VÍTOR ANDRADE

Um ano depois de ter sido apresentado, o Projeto Tejo — também conhecido por 'Alqueva do Ribatejo' — vai começar a ser estudado pelo Governo, para avaliar a respetiva viabilidade técnica e financeira.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, confirmou ao Expresso que até 15 de maio será lançado o concurso para o estudo que permitirá ao Governo apurar se o projeto tem pernas para andar.

"Acabei de dar ordens para que seja lançado o primeiro estudo, que ainda deverá ter autorização do Tribunal de Contas, e que irá custar €500 mil", frisa o ministro da Agricultura. Capoulas Santos prevê que as propostas sejam entregues até julho e que, o mais tardar até final do primeiro trimestre do próximo ano, as conclusões sejam conhecidas.

"Nessa altura, já estará em funções outro Governo, mas terá então disponível toda a informação de base para que se possa partir para o início da obra. Mas, sublinho, será sempre uma opção política pois há mais zonas do país para onde poderá ser encaminhado investimento público em regadio", nota Capoulas Santos.

O responsável pela pasta da Agricultura acredita que o Projeto Tejo poderá ter viabilidade do ponto de vista técnico. "Já em termos financeiros, é preciso apurar se o país estará em condições de suportar este investimento, apesar de ele ser diluído no tempo."

Uma coisa é certa: o Projeto Tejo não foi incluído no Programa Nacional de Regadio referido esta semana pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na apresentação do Programa de Estabilidade e que prevê investimentos da ordem dos €500 milhões para aplicar até 2023.

MARCELO TAMBÉM ESTÁ A PAR DO PROJETO

Ainda assim, Jorge Froes, especialista em planeamento agrícola e um dos promotores do Projeto Tejo (juntamente com os empresários Manuel e Miguel Campilho), considera que estamos perante o arranque formal de todo o processo, visto que "foi assumido politicamente pelo Governo".

Neste último ano o projeto foi apresentado a todos os grupos parlamentares, associações ambientalistas, perto de 30 autarquias envolvidas pelo regadio, empresas de turismo, EPAL, Fórum para a Competitividade, Ordem dos Engenheiros e chegou mesmo ao Palácio de Belém. "O Presidente da República foi, aliás, um dos nossos interlocutores mais bem informado sobre o assunto. Demonstrou ter estudado aprofundadamente a nossa proposta e acabou por nos dar vários conselhos e pistas a seguir", sublinha Jorge Froes.

Agora que o Governo deu luz verde aos estudos para o 'Alqueva do Ribatejo', aquele especialista começa já a elaborar um calendário e estima que entre os primeiros estudos e o arranque das obras, "é provável que daqui a oito anos possamos estar já a beneficiar dos primeiros açudes do Tejo".

O projeto prevê a construção não de uma grande barragem (como em Alqueva) mas de seis ou sete açudes, que deverão ficar espaçados em cerca de 20 quilómetros uns dos outros, sucedendo-se entre Vila Franca de Xira e Abrantes.

O objetivo, além de garantir água para o regadio é, também, permitir a navegabilidade do Tejo entre Lisboa e Abrantes; conter a 'cunha' de água salgada na zona de Vila Franca de Xira, pois até já começa a ameaçar a captação de água da EPAL (em Valada do Tejo, que abastece Lisboa); agilizar o controlo de cheias no Tejo; fomentar o turismo fluvial e a ligação aos cavalos e aos touros, além da aquacultura e dos desportos náuticos; e, não menos importante, aproveitar os açudes para a produção de energia renovável, com pequenas centrais hidroelétricas.

Os açudes serão em borracha, de baixo perfil (até 6 metros de altura, exceto o de Almourol que poderá apresentar uma altura de 10 a 12 metros), rebatíveis, equipados com eclusas, criando um plano de água contínuo e navegável até Belver. Ficarão ainda equipados com escadas de peixe para minimizar o impacte ambiental.

Jorge Froes explica que a questão dos peixes e das areias arrastadas pela água é o que mais preocupa os ambientalistas. No entanto, assegura, "vamos demonstrar que com os açudes as areias não vão ficar retidas e que o número de peixes no Tejo vai aumentar consideravelmente pois, atualmente, praticamente não há vida no rio. O Tejo está morto. Pior não vai ficar certamente".

As paredes dos açudes serão uma espécie de câmara de ar gigante que se enche, para reter a água entre abril e outubro, e que se esvazia para deixar a água correr livremente durante todo o inverno e inicio da primavera.

O TEJO JÁ SE ATRAVESSA A PÉ

O empresário Manuel Campilho lembra que, "agora toda a gente anda preocupada porque não chove ou chove pouco e a água não dá para tudo. Mas de concreto nada acontece". E, na verdade, em algumas zonas "o Tejo praticamente atravessa-se a pé".

O Projeto Tejo prevê um investimento de €4,5 mil milhões ao longo de 30 ou 40 anos e, depois de concluído, poderá regar 300 mil hectares (quase o dobro do regadio de Alqueva). Estimativas feitas pelos promotores apontam para a criação de 70 mil empregos diretos, no Ribatejo, na zona Oeste e também na Península de Setúbal, e 100 mil indiretos.

Quanto ao financiamento, aponta-se para dinheiros públicos, sobretudo comunitários, mas não está descartada a hipótese de ter privados a explorar, nomeadamente, a vertente hidroelétrica associada a todo o projeto.

terça-feira, 23 de abril de 2019

Manual do Medronho

Alter do Chão recebe cimeira internacional sobre economia do cavalo em 2020


Por Publituris a 16 de Abril de 2019 as 12:49

A Câmara Municipal de Alter do Chão vai apresentar, a 24 de abril, a primeira edição da Alter International Horse Summit, iniciativa que vai decorrer em abril de 2020 e que consiste num projeto inédito, que vai levar "ao município do Alto Alentejo especialistas de referência nacional e internacional para discutir a economia do cavalo".

A cerimónia de apresentação está marcada para as 11h00, no Castelo de Alter, e conta com a presença do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, e do presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão, Francisco Reis.

A cerimónia coincide com a Festa do Cavalo 2019 e inclui também a assinatura de memorandos de entendimento pelos diversos parceiros da iniciativa, que incluem a Presidência da República, o Ministério Adjunto e da Economia e o Ministério da Agricultura.

Cerimónia de Entrega dos Prémio Floresta e Sustentabilidade a 8 de maio


A CELPA, em associação com o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios organiza o Prémio Floresta e Sustentabilidade com o apoio da PwC e o patrocínio do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. Esta iniciativa, bienal, distingue as melhores práticas florestais e reconhecer a importância da fileira florestal e dos seus atores para a economia.

Os vencedores vão ser anunciados dia 8 de maio, numa cerimónia que se realiza na Estufa Real, Calçada Galvão, em Lisboa, com a presença de Luís Capoulas Santos, Ministro da Agricultura.

O orador convidado é Sadanandan Nambiar, Honorary Fellow do CSIRO Forest Ecosystem Science Group com a apresentação "It is Time for Re-Imaging a New Narration in Forestry".

Entrada livre, sujeita a inscrição em www.premiofloresta.cmjornal.xl.pt

Cerimónia de Entrega de Prémios

8 de maio de 2019 | Estufa Real | Lisboa

16:30 Recepção dos Convidados

Welcome Coffee

17:00 Boas-Vindas

CELPA – Associação da Indústria Papeleira


17:05 Abertura Institucional

Luís Capoulas Santos, Ministro Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural

17:30 IT IS TIME FOR RE-IMAGING A NEW NARRATION IN FORESTRY

Sadanandan Nambiar, Hon. Fellow, CSIRO Forest Ecosystem Science Group

18:10 Critérios de Avaliação das Candidaturas

Ana Cláudia Coelho, Directora, Responsável pela Área de Serviços de Sustentabilidade, PwC

18:20 ENTREGA DE PRÉMIOS

18:45 Porto de Honra

Associação angolana defende transferência de poderes para o desenvolvimento agrícola do país


Luanda, 10 abr 2019 (Lusa) - O diretor geral da Associação para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) angolana considerou hoje que Angola enfrenta a "resistência das estruturas centrais" em transferir competências para os municípios, defendendo "descentralização e desconcentração" de poderes no setor agrícola.


Lusa
10 Abril 2019 — 15:32

Belarmino Jelembi, que falava no âmbito da conferência sobre a "Agricultura: do Passado à Atualidade, Principais Constrangimentos e Caminhos a Seguir", que decorreu hoje em Luanda, referiu que o desenvolvimento da agricultura deve estar ligado à transferência de poderes.

"Hoje há responsabilidades do Ministério da Agricultura que têm de ser transferidas para os municípios, tal como em outros ministérios. Parte do poder tem de passar para os municípios, porque, se não discutirmos isso, depois não há coerência no discurso", disse.

Segundo Belarmino Jelembi, a transferência de competências contribui para o "fortalecimento da economia local", como a questão das estradas, circulação dos produtos.

"Isto tem que envolver os municípios. Isto não é um discurso fácil, por ser o ponto do poder. Um dos aspetos que o país hoje enfrenta é a resistência das estruturas centrais em transferir competências para os municípios", criticou.

O diretor geral da ADRA afirmou também que, atualmente, "parece que existem sinais de vontade" de se fazerem reformas, apontando, contudo, a capacidade institucional e de recursos humanos do país como "grandes desafios" das ações em curso.

"O país tem uma série de novos documentos como o Programa de Apoio ao Crédito, o subsídio aos combustíveis, a introdução das caixas comunitárias, mas várias dessas iniciativas estão diante de um desafio que é a capacidade institucional e de recursos humanos", salientou.

Para o líder associativo, as iniciativas do Governo angolano devem ser adequadas a "um ritmo que seja suportado pela realidade angolana".

"Deve ser invertida a lógica de investimento assente em fatores externos. Durante muito tempo adotou-se um modelo de substituição, grande parte dos modelos assentes em fatores externos, como consultores, tecnologias. Quando se baseia um investimento essencialmente em fatores externos não é sustentável e inverter essa lógica é fundamental", concluiu.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Adotar uma laranjeira e receber a colheita em casa? Está aí o 'crowdfarming'


SOCIEDADE 21.04.2019 às 18h00

O crowdfarming é um novo conceito que permite ter uma relação mais próxima com o produtor e receber em casa o fruto do investimento. Há laranjas, arroz, café, queijo e mantas de lã...
Rui Antunes



Se pudesse escolher, plantaria uma laranjeira em Valência, um cafeeiro na Colômbia ou um cacaueiro nas Filipinas? Antes de responder, considere a hipótese de encomendar o serviço a um agricultor especializado e, depois, no final de cada campanha, receberá em casa o resultado das colheitas, em forma de laranjas, café em grão ou chocolate. Sim, é possível: está em marcha um novo conceito agrícola em que os produtos são cultivados por encomenda, em várias regiões do globo, e entregues ao domicílio, como uma pizza qualquer. Chama-se crowdfarming, dispensa supermercados e também já disponibiliza arroz, azeite, mel, romãs, alperces, queijo, vinho, vinagre, tomates, alcachofras, amêndoas, mantas de lã Merino e até folhas de aloé vera.

A ideia surgiu em Espanha, há cerca de três anos, quando os irmãos Gonzalo e Gabriel Úrculo, além da venda de laranjas através da internet, decidiram dar aos clientes a possibilidade de adotarem uma laranjeira do pomar que herdaram do avô, na periferia de Valência. De 700 consumidores regulares, em 2016, a Naranjas del Carmen passou a ter mais de 10 mil árvores adotadas por clientes (e mais uns milhares de interessados em espera), cada uma a produzir 80 quilos de laranjas por ano e com o escoamento garantido logo à partida.

O sucesso imediato do negócio particular levou os dois irmãos a abrirem o conceito a outros agricultores. Em dezembro de 2017, lançaram a plataforma online CrowdFarming, que hoje agrega 14 projetos agrícolas distintos e soma 47 mil clientes registados, a maioria da Alemanha (25 mil). "O nosso sonho é tornar o crowdfarming um movimento global, por isso é importante partilhar com os outros este novo modelo e esta nova filosofia de cultivo", afirma à VISÃO Gonzalo Úrculo, cuja principal bandeira é o combate ao desperdício alimentar – a União Europeia estima que 20% da comida produzida nos 28 Estados-membros seja desaproveitada (o equivalente a 88 milhões de toneladas).

"Este modelo poderá levar a uma maior consciência dos consumidores no sentido de prevenirem o desperdício, permitindo que a CrowdFarming deixe de ser um sucesso local para se tornar uma revolução socioagrícola a nível mundial", enfatiza um dos mentores da ideia. À escala atual, é como se a plataforma fosse um minimercado, com produtos muito específicos. Para o futuro, os irmãos Úrculo ambicionam transformá-la numa espécie de Amazon de produtos agrícolas.

As árvores de fruto são as mais procuradas. De momento, não é possível adotar as que dão romãs, alperces ou clementinas, por terem atingido o limite de quota disponível. Um dos dois pomares de laranjeiras (além da Naranjas del Carmen, que mantém o seu negócio a solo, prestando apenas apoio logístico à CrowdFarming) também está no seu máximo de adoções (2 500), mas o outro já terminou a campanha de 2019 e está aberto a novas inscrições para 2020.

LARANJAS PARA FAMALICÃO
As laranjas são colhidas entre janeiro e abril e, como todos os outros produtos, só estão disponíveis para entrega durante a época de colheita. É regra da casa enviá-las frescas, embora possa dispersar-se a encomenda por várias datas, dentro daquele intervalo temporal. Para quem não consegue ou não quer adotar, existe a possibilidade de comprar caixas avulso. Pedro Gomes, um dos 92 clientes portugueses registados na plataforma, já teve as duas experiências: comprou 20 quilos de laranjas a cada pomar e, num deles, adotou e batizou uma laranjeira para a campanha deste ano.

"As últimas chegaram no início deste mês e já desapareceram. Faço uma alimentação muito à base de fruta e usei-as sobretudo em sumos", conta este pianista de Famalicão, que pagou €2,5 por quilo (despesas de envio incluídas). "É um bom projeto para os pequenos produtores e gostei da ideia de não haver intermediário entre o agricultor e o consumidor final. Além disso, as laranjas eram muito boas", sublinha.

O modelo de comercialização não difere de produto para produto. Quem adota escolhe o nome e recebe uma fotografia por ano da árvore ou do animal, para ficar a par do seu crescimento, além de estabelecer um contacto direto com o agricultor, por via do acesso a uma área privada na plataforma. Também pode visitar o local, com marcação prévia.

As adoções implicam um custo de manutenção por campanha (não renovável automaticamente) e contemplam uma gama de produtos predefinida: 12 plantas de café colombiano resultam em 2,72 kg de grãos torrados; de um cacaueiro filipino saem 2 kg de chocolate; uma ovelha dá 150 litros de leite a cada seis meses, transformados em 27 kg de queijo para distribuir, neste caso, por nove "donos adotivos", três quilos a cada; 10 m2 de uma plantação de arroz rende 9 kg (adoções completas de momento); uma amendoeira fornece 3,6 kg de amêndoas.

Os preços variam consoante o país de origem e o de destino, por causa das despesas de envio. Para Portugal, por exemplo, um cafeeiro custa €91 por campanha, um pedaço de arrozal fica a €34, uma romãzeira dá romãs a €5,5 ao kg, cinco folhas de aloé vera saem a 30 euros. O custo final é sempre indicado no momento da encomenda, assim como a calendarização das entregas.

Na Naranjas del Carmen, Gonzalo Úrculo aposta em produtos 100% orgânicos, incluindo o mel (tem colmeias para adotar), o azeite e os tomates e alcachofras da horta. Mas nem todos os agricultores presentes na CrowdFarming fizeram a desejada (e incentivada) transição. Por isso, em cada projeto aparece assinalado se está ou não isento de pesticidas e herbicidas.

Por enquanto, não há produtores portugueses associados, mas Gonzalo Úrculo lança a escada a todos os interessados em aderir a "uma cadeia de distribuição alimentar" que ele pretende "livre e de mente aberta". Pedro Gomes torce para que os agricultores nacionais comecem a apostar em produtos biológicos "entregues à porta". Diz este famalicense de 27 anos que um projeto desta natureza "não só iria promover a agricultura local" como tornaria o consumo "mais ecológico do que mandar vir de Espanha". E, à partida, menos oneroso.

domingo, 21 de abril de 2019

Regime de apoio de aconselhamento agrícola passa a apoiar 100% das despesas elegíveis


Lisboa, 11 abr 2019 (Lusa) -- O Governo procedeu à quarta alteração do regime de aplicação de operações de apoio ao fornecimento de serviços de aconselhamento agrícola, passando a apoiar a totalidade das despesas elegíveis, segundo uma portaria publicada hoje em Diário da República.


Lusa
11 Abril 2019 — 14:10

"O nível de apoio para esta operação [...] 'Apoio ao fornecimento de serviços de aconselhamento agrícola e florestal' é de 100% das despesas elegíveis, assumindo a modalidade de tabela normalizada de custos unitários, por tipologia de serviço organizada por área temática", lê-se no diploma.

Antes desta alteração o nível de apoio das despesas desta operação fixava-se em 80%, até ao montante máximo de 1.500 euros por serviço de aconselhamento individual.

De acordo com a tabela de custos, para um conteúdo de base agrícola ou florestal o montante de apoio é de 416,79 euros, correspondendo a 100% de apoio.

Por sua vez, para um conteúdo de base agrícola mais três áreas extra o montante é 631,06 euros (100%) e com cinco áreas extra 813,58 euros (100%).

Já para o conteúdo de base florestal mais três áreas extra com um nível de apoio de 100%, o montante é 813,58 euros.

No que se refere ao apoio à criação de serviços de aconselhamento consideram-se como despesas elegíveis, entre outras, bens, equipamentos e serviços técnicos especializados, despesas gerais de funcionamento e deslocações, alojamentos e ajudas de custo.

Este regime de aplicação que se refere também ao apoio à criação de serviços de aconselhamento, formação de conselheiros, integrado do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), destina-se a promover o Sistema de Aconselhamento Agrícola e Florestal (SAAF) e a utilização dos serviços de aconselhamento por parte das pessoas singulares ou coletivas "que exerçam atividade agrícola ou que detenham espaços florestais".

Entende-se como este tipo de aconselhamento o serviço técnico especializado que seja prestado por entidade reconhecida no âmbito do SAAF, "que abrange o diagnóstico e análise dos problemas concretos e oportunidades de uma exploração agrícola ou florestal e a elaboração de um plano de ação com as recomendações a implementar".

Podem beneficiar dos apoios deste regime as entidades prestadoras de serviços de aconselhamento reconhecidas no âmbito do SAAF, sendo excluídas dos apoios as entidades que, por exemplo, estejam com um processo de recuperação dos auxílios de estado, "declarados incompatíveis com o mercado interno, pela Comissão Europeia".

A portaria, assinada pelo secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, em representação do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, entra em vigor esta sexta-feira.