Em 2009 existiam 305 mil explorações agrícolas em Portugal, menos 111
mil do que em 1999. Em dez anos uma em cada quatro explorações cessou
a sua atividade.
Os portugueses não querem ser agricultores e muitos dos que são, estão
sempre à espera de uma oportunidade para mudar de vida. Não gostam de
trabalhar a terra.
Os dados agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
mostram quem em 2009 a população agrícola familiar, formada pelo
produtor agrícola e pelos membros do seu agregado doméstico, quer
trabalhem ou não na exploração, totalizava cerca de 793 mil
indivíduos, aproximadamente 7% da população residente, mas menos 36%
da população agrícola familiar recenseada há dez anos atrás.
Menos 18% que em 1999
Os trabalhadores permanentes perfazem pouco mais do que 50 mil
indivíduos, contribuindo com 11% do total do volume de trabalho
agrícola. Comparativamente com 1999, verifica-se um decréscimo de 18%
no número de assalariados agrícolas permanentes. À excepção do
Alentejo onde estes aumentaram ligeiramente (+1%), o número de
trabalhadores assalariados diminuiu em todo o território nacional, com
destaque para a Madeira (-41%) e para a região Norte (-29%).
Em Portugal as explorações agrícolas apresentam uma dimensão média de
12 hectares por exploração, cinco hectares inferior à da UE e também
abaixo da Espanha e da França mas superior a outros países do Sul da
Europa como a Itália e a Grécia onde, juntamente com Malta e Chipre, o
peso da pequena agricultura é maior.
Portugueses são os mais velhos
Na UE 25, cerca de 27% dos produtores têm mais de 65 anos. Os
produtores portugueses e italianos são os mais idosos com
respectivamente 48% e 43% a ultrapassarem os 65 anos de idade. A
França com os produtores mais idosos a representarem apenas 13%,
apresenta um perfil mais próximo dos países do Norte e Centro da
Europa como a Alemanha, a Áustria e a Finlândia, em que os produtores
neste escalão etário representam menos de 10%.
http://www.jornaldoalgarve.pt/2011/05/portugueses-fogem-da-agricultura/
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