Um dos vogais da direcção da Federação das Associações de Agricultores
do Baixo Alentejo (FAABA) criticou esta quinta-feira, 13, o alegado
ritmo "lento" de obras do Alqueva, mas a empresa gestora do projecto
garante que estão a decorrer "como previsto".
"Nota-se, a olho nu, que as obras estão a decorrer muito
lentamente", disse à Agência Lusa Luís Mira Coroa, apontando, como
exemplo, o ritmo das obras do bloco de rega de Pedrógão, que "abrandou
completamente" por alegada "falta de financiamento".
Confrontado pela Lusa, o porta-voz da Empresa de Desenvolvimento e
Infraestruturas do Alqueva (EDIA), Carlos Silva, garantiu que as obras
decorrem "como previsto" e não há obras paradas ou a decorrer num
ritmo lento "por razões relacionadas com financiamento".
"Apenas as obras da barragem de São Pedro estão suspensas por
questões relacionadas com o empreiteiro" e é "expectável" que sejam
retomadas "em breve", indicou Carlos Silva.
Segundo Luís Mira Coroa, também agricultor e presidente da União
das Cooperativas Agrícolas do Sul, "com os actuais ritmos" será
"impossível" terminar o projecto global de Alqueva em 2015, conforme
anunciado pelo Governo.
"Não acredito que o regadio de Alqueva programado esteja concluído
em 2015. Só com um milagre", disse Luís Mira Coroa.
De acordo com Carlos Silva, a EDIA, nos meses de Julho e Agosto,
lançou concursos públicos para construção de três blocos de rega, no
concelho de Beja, num investimento de 120 milhões de euros, que vai
permitir regar 20 mil hectares.
Trata-se dos blocos de rega de São Pedro/ Baleizão, Cinco Reis/
Trindade e Baleizão/ Quintos, cujas obras de construção já foram
aprovadas pelo Programa de Desenvolvimento Regional (Proder) e deverão
arrancar no "início de 2013, como previsto", indicou.
Segundo Carlos Silva, das obras previstas terminar este ano, os
blocos de rega de Loureiro/ Alvito e Bloco 1 de Ervidel, que abrangem
um total de 17 mil hectares, "já estão concluídos e a regar".
Os restantes blocos de rega (Pedrógão, Selmes, Aljustrel e Ervidel
2 e 3) deverão ficar concluídos até final deste ano e começarão a
funcionar na próxima campanha de rega, "como previsto", explicou.
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