terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Brasil vê dificuldades para acordo de livre comércio entre UE e EUA

18 de fevereiro de 2013 • 20h15 • atualizado 20h21


O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta
segunda-feira que é cedo para avaliar possíveis impactos de um acordo
de livre comércio entre União Europeia e Estados Unidos. Ele disse que
existe uma nova configuração de poder no mundo e lembrou que o Brasil
tem se destacado nas relações entre os países da região denominada
Sul-Sul.
"É prematuro falar qual exatamente pode ser o impacto, quando não se
sabe como será a gênese desse acordo. De qualquer maneira, a política
comercial de qualquer país é um processo dinâmico. O Brasil não se
posicionará em desvantagem, na medida que está sempre procurando
vantagens na área do comércio exterior", disse.
Na opinião de Patriota, os países que vão aderir ao acordo terão
dificuldade para chegar a consenso sobre alguns pontos, como o que
trata das tarifas praticadas em alguns setores. Pelas regras da
Organização Mundial do Comércio, o acordo de livre comércio tem que
contemplar todos os segmentos de comércio dos países integrantes. "Lá
tem tarifa relativamente baixa e, talvez, não sejam complementares em
áreas como agricultura. Existe grande dúvida sobre os subsídios à
agricultura, se poderão ser desmantelados ou não", disse Patriota.
A declaração foi feita após um encontro entre o ministro brasileiro e
o chanceler do Suriname, Winston Lackin. Durante toda a manhã, os
diplomatas definiram acordos de cooperação em saúde, educação e
agricultura. O Brasil se comprometeu a ajudar o Suriname no
desenvolvimento da agricultura por meio de assistência técnica aos
produtores.
O chanceler do Suriname manifestou interesse em se tornar membro
associado do Mercosul. "Temos grande interesse em entrar como membro
associado. Mas, é claro que os técnicos têm que estudar bastante as
possibilidades e as consequências. O Suriname tem uma economia bem
menor e vamos esperar o estudo dos técnicos", disse Lackin.
Segundo Patriota, o governo brasileiro está organizando uma missão ao
país "para facilitar a realização dessa aspiração e, até mesmo, olhar
para um horizonte de médio e longo prazo". Antonio Patriota também
aproveitou para desejar votos de recuperação ao presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, que anunciou hoje estar de volta ao seu país,
depois de quase três meses em tratamento contra um câncer em Cuba.

http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201302182315_ABR_82014031

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