PARQUE TECNOLÓGICO DE ÓBIDOS
por Lusa, texto publicado por Paula MouratoHoje1 comentário
Uma aplicação para telemóveis, desenvolvida no Parque Tecnológico de
Óbidos, vai permitir aos fruticultores saberem quando a fruta está
suficientemente madura para ser colhida e evitar um desperdício de
cinco por cento em cada lote de frutos para comercialização.
A aplicação, denominada "ultracarpo", baseia-se na acopulação de "um
dispositivo de ultrassons ao telemóvel (smartphone), ligado a uma
espécie de pinça que, quando encostada ao fruto, emite informações
sobre os níveis de açúcar que permitem identificar com precisão em que
fase de maturação se encontra", explicou à agência Lusa o mentor do
projeto, Ricardo Cardoso.
A ideia "surgiu quase de uma conversa de café com um engenheiro
agrónomo" e pretende pôr fim "às condicionantes com que os produtores
hoje se deparam", já que, "para avaliar a maturação o fruto tem que
ser espetado com uma sonda, um processo sujo, que não dá informações
precisas e que conduz ao desperdício".
O responsável considerou que "muitas vezes a fruta é apanhada mais
cedo do que devia, para aguentar o tempo de armazenamento em câmaras
frigoríficas e nas prateleiras dos supermercados" e por outro lado
"cerca de 5% de cada lote de fruta perde-se neste processo de espetar
a sonda".
Um método que poderá ter os dias contados a partir do segundo semestre
deste ano, ocasião em que Ricardo Cardoso pensa ter o ultracarpo
"testado e a funcionar".
O protótipo está a ser desenvolvido pela Impactwave, uma empresa da
incubadora do Parque Tecnológico de Óbidos e, para além do estado de
maturação permitirá "calcular automaticamente o calibre do fruto e
fazer um registo de informação em que produtor poderá fornecer aos
clientes uma ficha técnica do fruto, desde a floração até à
comercialização", sublinhou.
Um registo que, no caso das grandes superfícies "poderá contribuir
também para diminuir as perdas que agora se verificam quando a fruta
fica madura demais nas prateleiras e já não é vendida".
O projeto recebeu já dois prémios no Concurso de Empreendedorismo
Arrisca C (atribuídos pela Sonae e pela incubadora do Instituto
Politécnico de Leiria) e está a despertar o interesse dos produtores
que disponibilizaram matéria prima e instalações para testar o
equipamento.
A empresa está igualmente a desenvolver contactos com "potenciais
investidores no sentido de conseguir produzir em quantidade para
colocar o produto no mercado a preços acessíveis".
O ultracarpo será, numa primeira fase, utilizado apenas na maçã, pêra,
pêssego, ameixa, tomate e uva, mas Ricardo Cardoso pretende avançar
para "a conceção de uma pinça de maiores dimensões que permita
verificar a maturação de frutos maiores, como o melão ou melancia".
Dependendo do sucesso da aplicação, a empresa admite que o ultracarpo
possa ser "otimizado de forma a poder ser usado pelo consumidor final,
facilmente, no supermercado, para avaliar se a fruta está no ponto de
maturação que aprecia".
Este é o primeiro projeto ligado à agricultura desenvolvido pela
empresa que opera na área das novas tecnologias e fornece soluções ao
nível da programação, internet e aplicações interativas para telefones
e computadores.
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=3057741&seccao=Tecnologia&page=-1
Sem comentários:
Enviar um comentário