domingo, 17 de fevereiro de 2013

Fruticultores sabem se a fruta está madura pelo telemóvel

PARQUE TECNOLÓGICO DE ÓBIDOS

por Lusa, texto publicado por Paula MouratoHoje1 comentário


Uma aplicação para telemóveis, desenvolvida no Parque Tecnológico de
Óbidos, vai permitir aos fruticultores saberem quando a fruta está
suficientemente madura para ser colhida e evitar um desperdício de
cinco por cento em cada lote de frutos para comercialização.

A aplicação, denominada "ultracarpo", baseia-se na acopulação de "um
dispositivo de ultrassons ao telemóvel (smartphone), ligado a uma
espécie de pinça que, quando encostada ao fruto, emite informações
sobre os níveis de açúcar que permitem identificar com precisão em que
fase de maturação se encontra", explicou à agência Lusa o mentor do
projeto, Ricardo Cardoso.
A ideia "surgiu quase de uma conversa de café com um engenheiro
agrónomo" e pretende pôr fim "às condicionantes com que os produtores
hoje se deparam", já que, "para avaliar a maturação o fruto tem que
ser espetado com uma sonda, um processo sujo, que não dá informações
precisas e que conduz ao desperdício".
O responsável considerou que "muitas vezes a fruta é apanhada mais
cedo do que devia, para aguentar o tempo de armazenamento em câmaras
frigoríficas e nas prateleiras dos supermercados" e por outro lado
"cerca de 5% de cada lote de fruta perde-se neste processo de espetar
a sonda".
Um método que poderá ter os dias contados a partir do segundo semestre
deste ano, ocasião em que Ricardo Cardoso pensa ter o ultracarpo
"testado e a funcionar".
O protótipo está a ser desenvolvido pela Impactwave, uma empresa da
incubadora do Parque Tecnológico de Óbidos e, para além do estado de
maturação permitirá "calcular automaticamente o calibre do fruto e
fazer um registo de informação em que produtor poderá fornecer aos
clientes uma ficha técnica do fruto, desde a floração até à
comercialização", sublinhou.
Um registo que, no caso das grandes superfícies "poderá contribuir
também para diminuir as perdas que agora se verificam quando a fruta
fica madura demais nas prateleiras e já não é vendida".
O projeto recebeu já dois prémios no Concurso de Empreendedorismo
Arrisca C (atribuídos pela Sonae e pela incubadora do Instituto
Politécnico de Leiria) e está a despertar o interesse dos produtores
que disponibilizaram matéria prima e instalações para testar o
equipamento.
A empresa está igualmente a desenvolver contactos com "potenciais
investidores no sentido de conseguir produzir em quantidade para
colocar o produto no mercado a preços acessíveis".
O ultracarpo será, numa primeira fase, utilizado apenas na maçã, pêra,
pêssego, ameixa, tomate e uva, mas Ricardo Cardoso pretende avançar
para "a conceção de uma pinça de maiores dimensões que permita
verificar a maturação de frutos maiores, como o melão ou melancia".
Dependendo do sucesso da aplicação, a empresa admite que o ultracarpo
possa ser "otimizado de forma a poder ser usado pelo consumidor final,
facilmente, no supermercado, para avaliar se a fruta está no ponto de
maturação que aprecia".
Este é o primeiro projeto ligado à agricultura desenvolvido pela
empresa que opera na área das novas tecnologias e fornece soluções ao
nível da programação, internet e aplicações interativas para telefones
e computadores.

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=3057741&seccao=Tecnologia&page=-1

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