domingo, 26 de fevereiro de 2012

Carne do Alentejo cresce na exportação

Portugal Excepcional
Em 1992, ano da fundação, a empresa reunia 33 produtores com um volume
de negócios de um milhão de euros. Hoje são 150 com uma facturação de
14 milhões. Exporta para Angola, Macau, Bélgica e Luxemburgo.
24 Fevereiro 2012Nº de votos (1) Comentários (0)
Por:Alexandre M. Silva

Quando, há 20 anos, trinta e três produtores de bovinos de raça
alentejana criaram a empresa Carnalentejana para comercializar os seus
animais estavam longe de imaginar que se tornariam num exemplo para o
sector agrícola em Portugal. Nesse ano, a sociedade facturou um milhão
de euros. Hoje, esgota o produto no mercado português, cresce na
Europa e África e atinge um volume de negócios de 14 milhões de euros.
"A união dos produtores foi decisiva para este sucesso. Aliás, a única
maneira da empresa estar no mercado é manter essa união. Eu, como
produtor, não conseguia nada sozinho porque seria sempre pequeno no
mercado", referiu Fernando Carpinteiro Albino, presidente da
administração da Carnalentejana.

A empresa nasceu em Junho de 1992 na cidade de Elvas, com um capital
social de 118 150 euros. Em 20 anos aumentou esse capital para 685 mil
euros e o número de produtores associados para um total de 150.
"Cada produtor tem um número de acções na empresa igual ao total do
seu efectivo pecuário", explicou o presidente, de 67 anos. Advogado de
profissão desde 1971, com escritório em Lisboa, Carpinteiro Albino é
dos maiores produtores desta raça autóctone produzida em regime
extensivo no Alentejo. Desde 1980 que cria bovinos nas suas herdades
em Monforte, Fronteira e Elvas, distrito de Portalegre.
"São necessários mais produtores e o aumento do efectivo porque a
nossa produção não chega para as necessidades do consumidor. Todas as
semanas são abatidos 120 animais. As 30 toneladas de carne que
colocamos no mercado português, sobretudo nas grandes superfícies,
desaparecem por completo", refere o presidente da empresa, que tem
como um dos maiores associados a Fundação Eugénio de Almeida, em
Évora, com um efectivo de 600 animais de um total de 15 mil vacas
adultas distribuídas pelos produtores alentejanos.
Apesar de não ter resposta para a "enorme procura do mercado", a
Carnalentejana mantém o desafio das exportações, que se aproxima "a
passos largos" dos 10 por cento da produção total. "A maioria das
exportações é para Angola e Macau. Em números mais reduzidos para a
Bélgica e o Luxemburgo", referiu o presidente da empresa certificada
pela Certis, que coloca no mercado peças de bovino com Denominação de
Origem Protegida (DOP) embaladas a vácuo, refrigeradas e
ultracongeladas.
Além da aposta na colocação dos produtos nos mercados europeu e
africano, a Carnalentejana não descura também a inovação. Em 2002
surgiu com o primeiro hambúrguer DOP. Até final deste primeiro
semestre, e para assinalar o 20º aniversário do agrupamento de
produtores, a empresa vai lançar as salsichas de bovino de raça
alentejana para sandes e cachorros e uma gama de produtos
pré-cozinhados, confeccionados com base na receita de um chef
português.
"As empresas têm de se manter activas no mercado e têm também de
abraçar novos desafios que cativem os consumidores. Esperamos que
estes produtos tenham sucesso", frisou Carpinteiro Albino que
anunciou, para Março, a abertura de um restaurante da Carnalentejana
no bairro do Rego, em Lisboa.
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=FBA11AF3-41A6-40A4-AF88-F6C507D44892&channelID=00000011-0000-0000-0000-000000000011

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