terça-feira, 24 de abril de 2012

Nuno Magalhães recusa divisões entre deputados sobre taxa de segurança alimentar de Assunção Cristas

Lusa
23 Abr, 2012, 21:09

O líder parlamentar do CDS-PP recusou hoje que a taxa de segurança
alimentar tenha provocado divisões entre os deputados
democratas-cristãos e a ministra da Agricultura afirmou que sem os
controlos sanitários os produtos portugueses teriam um "embargo
imediato".
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, interveio hoje nas
jornadas parlamentares do CDS-PP, que decorrem até terça-feira nos
Açores, e argumentou ainda que a taxa que propôs irá fazer com que a
"grande distribuição" contribua para um sistema de segurança alimentar
que estava a ser financiado apenas pela produção e pela indústria.



Confrontado com a divisão que a aplicação da taxa, entendida como mais
um imposto, teria provocado no seio do grupo parlamentar, o líder da
bancada, Nuno Magalhães, referiu aos jornalistas que os deputados que
intervieram hoje no debate "fizeram-no justamente, defendendo-a".

"Desde logo, não é um imposto. Em segundo lugar, não foi dito na
reunião do grupo parlamentar [que não está no ADN dos CDS aumentar
impostos]. Em terceiro lugar, o grupo parlamentar do CDS tem dado
mostras de saber, com lealdade, apoiar os membros do Governo, todos
eles, muito mais um membro do Governo indicado pelo CDS. Portanto, é
uma não questão", respondeu, referindo-se à notícia do semanário
Expresso sobre um alegado mal-estar na bancada, provocado pela
introdução desta taxa.

A ministra da Agricultura afirmou ainda que, sem as ações de segurança
alimentar a que a taxa se destina, haveria "embargos imediatos" à
produção.

"Portanto, não se poderia vender nada lá fora. Estamos a falar do
controlo de toda a sanidade, estamos a falar da incineração dos
cadáveres dos animais mortos em exploração, estamos a falar de uma
serie de rastreios que não podem deixar de ser feitos", afirmou.

Segundo Assunção Cristas, "o sistema estava a ser financiado por taxas
na produção e por taxas na indústria" (na indústria, tratando-se de
matadouros e salas de desmanche), mas não havia "um contributo da
distribuição".

"Já tínhamos a produção e a indústria a contribuir, agora passaremos a
ter aquilo que é a grande distribuição, que não dava contributo direto
nesta área e, com isto, temos um quadro financeiro estável para fazer
todas as ações de segurança alimentar e controlos que precisamos de
fazer", declarou.

No debate de hoje à tarde sobre Agricultura interveio também o
presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, num tom
essencialmente elogioso à ação da ministra Assunção Cristas, mas
deixando uma crítica quanto à suspensão das reformas antecipadas.

Para o dirigente, as reformas antecipadas são necessárias para o
"rejuvenescimento" do tecido empresarial e laboral agrícolas, sendo
esta renovação uma ideia que também tem sido defendida por Assunção
Cristas, que se costuma referir à importância de atrair jovens para a
Agricultura.

Confrontada pelos jornalistas com esta crítica, a ministra afirmou que
o setor agrícola precisa do contributo de "todos", tanto os mais
velhos como os jovens, e recusou responder diretamente à questão da
suspensão das reformas antecipadas.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=547612&tm=6&layout=121&visual=49

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