segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mundo pode enfrentar falta de alimentos

24 de Fevereiro, 2013Partilhar Tamanho da letra Enviar Imprimir
Agância das Nações Unidas afirma que a introdução da agricultura
intensiva ajuda mas leva à degradação do solo dos recuros hídricos
Fotografia: AFP
A rápida expansão populacional, a mudança climática e a degradação dos
recursos hídricos e fundiários podem tornar o Mundo mais vulnerável à
insegurança alimentar, com o risco de não ser possível alimentar toda
a população até 2050, disse a FAO (agência da ONU para a alimentação e
agricultura).
Nas próximas quatro décadas, a população mundial deve passar de sete
para nove mil milhões de pessoas, e para alimentá-las seria preciso
uma produção adicional de mil milhões de toneladas de cereais e 200
milhões de toneladas de carne por ano.
A introdução da agricultura intensiva nas últimas décadas ajudou a
alimentar milhões de famintos, mas muitas vezes levou à degradação da
Terra e dos produtos hídricos, segundo a FAO.
"Esses sistemas em risco podem simplesmente não ser capazes de
contribuir conforme o esperado para atender às demandas humanas até
2050", disse o director-geral da FAO, Jacques Diouf. "As consequências
em termos de fome e pobreza são inaceitáveis. Acções paliativas
precisam de ser tomadas agora", advertiu.

Degradação dos solos



De acordo com o relatório, intitulado "Estado dos Recursos Hídricos e
Fundiários do Mundo para a Alimentação e a Agricultura", um quarto das
terras aráveis do Mundo está altamente degradada, oito por cento está
moderadamente degradada, 36 por cento ligeiramente degradada ou
estável e apenas 10 por cento apresenta alguma melhoria.
A escassez de água também se vem agravando, devido a problemas de
salinização e poluição dos lençóis freáticos e de degradação de rios,
lagos e outros ecossistemas hídricos. O uso da terra para fins
industriais e urbanos também agrava o problema alimentar mundial.
De acordo com a FAO, cerca de mil milhões de pessoas estão actualmente
desnutridas, sendo 578 milhões na Ásia e 239 milhões na África
Subsaariana.
Nos países em desenvolvimento, mesmo que a produção agrícola dobre até
2050, cinco por cento da população continuaria desnutrida (370 milhões
de pessoas). Para que a fome e a insegurança alimentar recuem, a
produção de alimentos precisaria de crescer num nível superior ao da
população, o que há anos não sucede no continente.
Isso, acrescenta o relatório daquela agencia das Nações Unidas, teria
de ocorrer principalmente nas áreas já utilizadas para a agricultura,
com um uso mais intensivo e sustentável da terra e da água.

http://jornaldeangola.sapo.ao/15/69/mundo_pode_enfrentar_falta_de_alimentos

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