segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Monsanto considerada responsável por intoxicação de agricultor francês

(AFP) – Há 2 horas
LYON — A justiça francesa declarou nesta segunda-feira o grupo
americano Monsanto "responsável" pela intoxicação de um agricultor
francês em 2004 com um herbicida, o que abre caminho para o pagamento
de uma indenização.
"A Monsanto é responsável pelos danos causados a Paul François após a
inalação do produto Lasso", considerou o Tribunal Superior de Lyon,
consultado pela AFP.
Consequentemente, o tribunal "condena a Monsanto a indenizar
totalmente Pierre François por seu prejuízo", informou o veredicto,
que será avaliado após uma perícia médica no hospital Rothschild de
Paris.

No dia 27 de abril de 2004, Paul François, hoje inválido, recebeu no
rosto emanações do herbicida produzido pelo gigante da indústria
agroquímica ao abrir o contêiner de um pulverizador.
O agricultor, produtor de cereais, sofreu rapidamente náuseas e outros
sintomas (gagueira, vertigem, dores de cabeça, etc) que o obrigaram a
interromper suas atividades por quase um ano.
Em maio de 2005, um ano depois de ter inalado o herbicida, análises
médicas demonstraram que estavam presentes em seu organismo traços de
monoclorobenzeno, um potente solvente que forma parte da composição do
Lasso junto com o produto ativo, o anacloro.
Três anos mais tarde, o agricultor, que se tornou um porta-voz das
vítimas de pesticidas, fez com que a justiça reconhecesse seus
transtornos como doença profissional. Depois disso, abriu um processo
contra a Monsanto.
No dia 12 de dezembro de 2011, o advogado do demandante, François
Lafforgue, acusou a Monsanto no tribunal de "ter feito todo o possível
para manter o Lasso no mercado" quando a periculosidade do produto
havia sido demonstrada nos anos 1980, fazendo com que fosse proibido
no Canadá, Inglaterra e Bélgica. Na França, o produto não foi retirado
do mercado até 2007.
Segundo Lafforgue, a Monsanto também faltou com sua "obrigação de
informação", ao não detalhar a composição do produto na etiqueta e ao
não advertir sobre os riscos de inalação, nem sobre a necessidade de
utilizar uma máscara ao manipulá-lo.
Já o advogado da Monsanto, Jean-Philippe Delsart, colocou em dúvida a
verdade sobre a intoxicação, alegando que os problemas de saúde só
apareceram vários meses depois.
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gtTdADE2SbflGY2QfxZRdMgs8wqw?docId=CNG.7e3f20aec55fc0103fb42addb43d3ee3.811

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