domingo, 7 de agosto de 2011

Burocracia atrasa meios de prevenção de incêndios

PROJECTO "SELF PREVENTION"
por LusaOntem

Os responsáveis pelo projecto transfronteiriço de prevenção de
incêndios florestais "Self Prevention" assumiram que a iniciativa se
encontra atrasada do lado português, por causa dos entraves
burocráticos do país.
O projecto " Self Prevention" visa a prevenção de incêndios com
recurso à reintrodução de 150 mil cabeças de gado caprino, promovendo
ainda o "desenvolvimento económico e rural" das zonas raianas dos
distritos da Guarda, Bragança, e das províncias espanholas de Zamora e
Salamanca. "Em Espanha está a tornar-se mais fácil dar início ao
projecto devido à legislação em vigor naquele país, havendo mesmo dois
municípios que já têm todo o processo em fase avançada de
implementação ", disse à agência Lusa Alexandra Lopes, técnica do
"Self Prevention". A responsável apontou como exemplo a exploração de
terrenos baldios, como um dos "principais entraves", já que não se
sabe quem são os proprietários dos terrenos.

No entanto, a técnica acredita que durante o ultimo semestre de 2011
do lado português haja já algo de visível no terreno para tornar o
projecto mais "homogéneo". "Há muitas dúvidas no seio das populações.
Ainda demonstram algum receio porque têm medo que lhes vamos roubar
algo, mas depois de esclarecidas até se mostram interessadas",
acrescentou Alexandra Lopes. Em 2012 o Self Prevention estará em "
velocidade de cruzeiro" em toda a região transfronteiriça. Para o
efeito estão a ser levadas a cabo um pouco por toda a região
fronteiriça uma serie de acções de esclarecimento com vista a dar
conta de toda a envolvente ao projecto de prevenção de incêndios
florestais. Por seu lado, o presidente da Freguesia de Vale de Porco,
no concelho de Mogadouro, Dulcínio Rodrigues disse que " ainda é muito
cedo para ter uma opinião clara sobre o projecto". " Acredito que no
futuro a iniciativa seja um sucesso, mas tudo dependente da nossa
capacidade de transferir o projecto para o terreno", rematou o autarca
de freguesia.
O " Self Prevention" contemplará a criação de uma empresa, com
capitais públicos e privados, que ficará responsável pela distribuição
dos efectivos caprinos e pela criação de equipamentos que sustentem a
rentabilidade económica do projecto que ficará concluído em 2016. Para
o efeito foi constituída uma Sociedade Gestora de Participações S.A:
com 51 por cento do capital publico e 49 por cento de capital privado
com um " investimento total de 88 milhões de euros". Os Governos
português e espanhol "comprometem-se" no início do projecto a
financiar o valor do projecto em 50 por cento do seu valor. Para além
de investimento global de 88 milhões de euros esta prevista a criação
de 700 postos de trabalho directos.
Como base da iniciativa, está ainda prevista a construção de 11
queijarias, uma unidade de transformação de leite, dois matadouros
para abate dos animais (um em Portugal e outro em Espanha), seis
lojas, uma plataforma logística para distribuição e comercialização da
carnes e derivados de caprino, uma fábrica de rações, entre outros
equipamentos. Na génese de todo o projecto está o AECT Douro/Duero, um
organismo ibérico que junta mais de 187 entidades públicas e privadas
de Portugal e Espanha.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1947209

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