sábado, 15 de junho de 2013

Governo afasta sugestão do FMI sobre aumento do IVA no vinho

PÚBLICO

15/06/2013 - 10:31

Assunção Cristas garante que no Orçamento para 2014 não haverá
surpresas no imposto sobre a bebida alcoólica.

Assunção Cristas entende que a reforma do Estado procura criar
condições para haver uma redução dos impostos RUI FARINHA



A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, afasta a recomendação do
Fundo Monetário Internacional (FMI) para que o IVA no vinho passe de
13% para 23%, garantindo que essa não será uma medida a incluir no
orçamento do próximo ano.

Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, a ministra da Agricultura, do
Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território diz que este "não é um
tema em cima da mesa" no Governo. O relatório do FMI referido, sobre o
qual Assunção foi confrontada na entrevista pelas recomendações feitas
em relação ao IVA de produtos como o vinho, data de Janeiro,
tratando-se de uma sugestão incluída num documento que acompanhava, à
data, o relatório da sexta avaliação datroika ao programa de
ajustamento.

Tal como para o vinho, o FMI sugeria que eventos culturais e alimentos
transformados perdessem o direito a taxas reduzidas (6%) ou
intermédias (13%), por se tratarem do tipo de bens que "não parece
servir para satisfazer necessidades básicas".

A preocupação do executivo, disse Assunção Cristas, é, antes, a de
"tentar rapidamente fazer uma reforma no Estado" que permita alivar a
carga fiscal. Questionada sobre se consegue garantir que no Orçamento
do Estado para 2014, a apresentar em Outubro, não vai haver "uma
surpresa no IVA do vinho", Assunção Cristas respondeu numa palavra só:
"Consigo".

O caminho "difícil" em matéria de impostos, sublinha, foi feito no ano
passado. E "nós não queremos continuar [a via de aumento da carga
fiscal], pelo contrário. Portanto, posso dizer-lhe que, não só em
geral como em particular, este não é um assunto que esteja a ser
discutido".

Na mesma entrevista, a ministra da Agricultura é confrontada com o
facto de o CDS se ter apresentado como um partido que defende os
contribuintes, integrando agora uma coligação de Governo associada ao
aumento da carga fiscal. À pergunta sobre se se sente confortável com
esta descrição tendo em conta o aumento de impostos praticado pelo
actual executivo, Assunção Cristas começa por responder que "as
circunstâncias são difíceis" e que o propósito da reforma do Estado
vai no sentido de criar condições para haver uma redução da carga
fiscal.

Mas os centristas têm "trabalho feito há muito tempo em vários
domínios, incluindo a fiscalidade", contrapõe, embora reconhecendo ser
"um bocadinho frustrante" não conseguir aplicar algumas ideias pela
situação que o país atravessa. "O caminho não se faz num dia, mas é
preciso ir pondo as várias peças em cima da mesa", reforça.

http://www.publico.pt/economia/noticia/governo-afasta-sugestao-do-fmi-sobre-aumento-do-iva-no-vinho-1597420

Assunção Cristas: “Temos respeito pelo Borda D’Água. Mas a dificuldade nas previsões não é só nossa”

A agricultura está a atravessar um bom momento, mas sofre com o
estigma social. A mão-de-obra acaba por vir do Nepal



Assunção Cristas
D.R.
15/06/2013 | 00:01 | Dinheiro Vivo

No discurso, no Dia de Portugal, a palavra mais repetida pelo
Presidente da República foi a palavra "agricultura". 14 vezes. Cavaco
Silva fez elogios mas admitiu um problema: agricultura está
envelhecida. Como é que se chama mais gente? E mais nova?
A agricultura está a atravessar um bom momento, está muito dinâmica.
Os números são positivos: os aumentos da produção, a diminuição do
nosso défice agroalimentar é muito positiva, vemos gente nova a
instalar-se na agricultura, há candidaturas dos jovens agricultores.
Há gente nova a chegar à agricultura e a melhor forma de trazer gente
mais gente, é mostrar que há coisas boas a acontecer, que há gente
satisfeita a ganhar dinheiro, a viver melhor. Na agricultura pode
começar-se com pouco e depois ir crescendo. Nós temos muito bons
exemplos de coisas fantásticas que se desenvolveram ao longo dos anos
no país, uma agricultura muito empresarial. Como a fileira do tomate
ou a agro- indústria, ou outras áreas onde nós temos, de facto,
estruturas muito dinâmicas e competitivas. Mas também temos o exemplo
do pequeno empresário, jovem agricultor, que se instalou, que juntou
uns amigos e começou a crescer, que tem explorações e estruturas
pequenas e ágeis que funcionam bem. Esta diversidade é um aspecto
muito positivo e ajuda as pessoas a sentirem que, se os outros
conseguem, eu também posso conseguir. E experimentar.

Mas ainda falta gente que queira trabalhar nos campos. Há pouco tempo,
presidente do BES, Ricardo Salgado, admitia que, "se os portugueses
não querem trabalhar e preferem estar no subsídio de desemprego, há
emigrantes que trabalham alegremente na agricultura". Ainda há um
estigma social?
A agricultura tem a parte do auto emprego, da criação da sua própria
pequena empresa agrícola, muitas vezes ligada à família. Mas depois
também há a parte do trabalhador agrícola que precisa de ser
contratado para fazer um conjunto de trabalhos, hoje muito menos que
antigamente. Há áreas em que praticamente não há necessidade de ter
gente a trabalhar, como por exemplo num campo de milho, onde tudo é
tratado por máquinas com um operador. Já nos frutos há uma parte
mecanizada mas há outra parte que precisa de ser ainda muito manual.
Eu ando pelo país todo e ouço essa preocupação e essa crítica, pessoas
que me dizem que é difícil encontrar gente para trabalhar na terra. É
um emprego muitas vezes sazonal e esse é um dos aspectos que dissuade
as pessoas, mas há ainda o estigma sobre o trabalho no campo. A
agricultura sempre foi vista como muito ligada à pobreza, um trabalho
muito árduo, de sol a sol. Assistíamos a um upgrade social, onde saíam
do campo para ir para a fábrica, e depois fábrica para o escritório.
Isso era visto como evolução. Hoje em dia ainda temos esse estigma e,
por isso, muitas vezes os portugueses procuram outras coisas e não
querem voltar aqui. Os que voltam é para criar o seu próprio posto de
trabalho, para se transformarem em pequenos empresários agrícolas.
Muitas vezes, a mão-de-obra assalariada vem de fora. Na altura de
fruta, por exemplo, vem gente da Tailândia, do Nepal, da Malásia, para
trabalhar no campo.

O Estado devia de intervir? Criando incentivos?
É muito difícil porque nós temos um sistema social montado, que visa
dar apoios às pessoas - e bem. Mas a verdade é que, por vezes,
sentimos que os incentivos acabam por ser adversos. Às vezes não é por
causa do subsídio, são as outras prestações que estão à volta e as
pessoas muitas vezes sentem que não têm aqui um emprego por muitos
meses e não trocam algo certo por algo que, apesar de tudo, tem alguma
incerteza. Isso está a mudar e a mudança de imagem da agricultura
também ajudará a mudar isso.

Os últimos números do INE mostram que nos últimos 3 meses, o número de
desempregados na agricultura cresceu 50% e já são mais de 27 mil. Nem
tudo está bem na Agricultura?
Já conversámos com o INE sobre esses números, que eles também
estranharam. No terreno não é essa a sensibilidade que temos, nem
pelas nossas Direções Regionais. Os inquéritos do INE também mudaram
há pouco tempo e estamos a ver em que medida é que isso se confirma ou
não.


A Bolsa de Terras, que é uma iniciativa recente, também tem esse
objectivo - abrir espaço para que mais gente entre na agricultura.
Na bolsa de terras, a nossa preocupação é sensibilizar quem tem terra
e não a está a utilizar. Para que a disponibilize, por um lado e para
que o Estado possa alocar essas terras. Já aprovámos a lei, que era um
aspeto relevante para dar um pontapé de saída e, neste momento, temos
a plataforma informática e o regulamento da Bolsa de Terras a
funcionar. Depois há outra fase, que ainda precisa de diploma
legislativo, mais delicada, que tem a ver com as terras que não têm
dono conhecido e que estão abandonadas. Esse processo vai demorar
algum tempo.

Há muitas terras nessa situação?
A nossa percepção é que sim, mas há aqui questões de salvaguarda do
direito da propriedade. Nós temos cinco milhões de portugueses no
estrangeiro e isso tudo precisa de ser visto. A ideia é ter um
processo de identificação, o mais rápido possível mas com todas as
garantias, mas isto nunca demorará menos do que dois anos a acontecer.
E ainda assim terá de existir uma salvaguarda de 15 anos para o caso
do proprietário entretanto aparecer, por exemplo.

Mas é interessante que fale de Portugal como um país de pequenos
agricultores, quando durante muitos anos o que se dizia é que o pecado
de Portugal era ser um país de demasiados pequenos agricultores, onde
faltava dimensão, explorações grandes. Para concorrermos com a Europa
onde se produzia em quantidade.
Há espaço para tudo. A experiencia que nos temos é a de que há espaço
para tudo. Precisamos de uma coisa que não é incompatível com a
pequena propriedade e com os pequenos agricultores, mas que é
essencial: a concentração desses pequenos agricultores e a
concentração da oferta. Uma coisa é nós termos parcelas a funcionar e
a produzir, outra é termos a capacidade, ou não de agregar toda esta
produção, de ter estratégias comerciais conjuntas, importantes para o
próprio mercado interno. Um pequeno produtor não consegue exportar,
mas se for agregado a uma estrutura associativa consegue. Temos o
exemplo da pera rocha, em que a agregação toda da oferta de um
conjunto muito grande produtores na zona de do oeste, faz com que a
pera rocha seja um produto muitíssimo conhecido em várias partes do
mundo. No Brasil é conhecida como pera portuguesa. Portugal exporta
mais fruta para o Brasil do que aquela que importa- 40 milhões de
euros em exportações. Para ter uma ideia, eles conhecem-nos pelo vinho
e o vinho foram 29 milhões de euros. Há aqui um dinamismo grande.
Aliás, o setor das frutas e hortícolas, no ano passado, atingiu quase
os mil milhões de euros. O nosso vinho são 650 milhões. O azeite é
outra área que está a crescer muito e, de facto, isso percebe-se que
pode ser feito também com pequenos agricultores. Com certeza que, se
forem maiores, há mais capacidade e mais competitividade, mas se
houver um estrutura que os agregue , seja a nível de aquisição dos
factores de produção, seja ao nível da comercialização da produção,
isso pode ser consistente com termos pequenos agricultores.

Também está a ser discutida a nova PAC, a nova política agrícola
comum, que deverá custar de forma significativa os apoios que são
dados aos agricultores. Não teme que, daqui a alguns tempos, tenhamos
uma crise económica na agricultura? Com muitos agricultores a deixarem
de competitivos, porque já não têm ajuda?
Esta reforma da PAC é uma reforma muito virada para objetivos
ambientais, curiosamente, é uma reforma que favorece, em tese, países
como Portugal, que têm tipo de culturas muito extensivas, em alguns
casos.

O sector do leite está muito assustado com o que pode acontecer.
Isso é o inverso. Nós, quando olhamos em tese, para o que é que ganha
e o que é que perde com a reforma da PAC, vamos ver que os sectores
mais extensivos, supostamente menos produtivos, mas com produções mais
amigas do ambiente, como um olival extensivo, um pastagem permanente,
a criação extensiva de gado, no fundo o que está ligado normalmente às
regiões mais desfavorecidas, é o que ganha. O que perde são as áreas
de grande intensificação de produção, como a parte do leite, a parte
do tomate, do arroz, onde nós sentimos que fizemos um trabalho maior,
de mais competitividade, mais intensificação. Qual é a nossa
preocupação? Primeiro, a nossa preocupação é a de convergir o que os
nossos agricultores recebem por hectare com a média europeia - porque
nós recebemos a baixo - e isto tem a ver com o histórico, porque
quando Portugal entrou tinha um histórico de produção muito baixo.
Depois, a segunda preocupação é tentar que internamente não haja um
intervalo muito abrupto entre os vários agricultores e que isso não
seja feito de forma muto rápida. É essa diversidade que nós temos
reclamado, Espanha e outros países têm reclamado, para podermos ter
flexibilidade na convergência interna das ajudas, para que não haja
sectores que, de repente, perdem brutalmente. Mas a PAC é, de facto,
um instrumento que faz toda a diferença. Quando deixámos de ter cereal
no Alentejo e passámos a ter pastagem, as pessoas disseram que ficou
tudo abandonado. Isso teve a ver com o desligamento das ajudas

Já falou no vinho, que é outro sector onde tem havido bastante
sucesso, nomeadamente a nível de exportações, mas há aqui um
insistência por parte do Fundo Monetário Internacional para nivelar as
tabelas de IVA, e a continuar desta forma a defender uma subida do Iva
no vinho. Até quando é que Portugal vai conseguir resistir e o que é
que pode garantir nessa matéria?
O que eu posso dizer é que esse não é um tema em cima da mesa. Aliás,
como sabem, a nossa preocupação enquanto Governo, é aliviar e tentar
rapidamente fazer uma reforma no Estado que nos permita aliviar a
carga fiscal. Já foi dado um sinal importante este ano com o crédito
fiscal extraordinário para o investimento. Isto é o inicio de um
caminho que se quer que seja mais consistente nessa matéria e,
portanto, o difícil teve de ser feito o ano passado em matéria de
impostos, nós não queremos continuar, pelo contrário. Portanto posso
dizer-lhe que não só em geral, como em particular, este assunto não é
um assunto que esteja a ser discutido.

Consegue garantir que no orçamento de 2014 não vai haver uma surpresa
no Iva do vinho?
Consigo.

O Presidente da República falou esta semana sobre a necessidade do FMI
ser retirado da troika, obviamente disse isto no contexto de a Europa
se empenhar mais na situação portuguesa. Acha que as sugestões do FMI
estão a perder peso nesta altura?
A nossa maior preocupação agora é libertarmo-nos do FMI e da Comissão
Europeia e do Banco Central Europeu o mais rapidamente possível. Com
certeza que se pode refletir em torno dessa matéria, mas o nosso
empenho enquanto Governo é trabalhar da forma mais eficaz que podemos
para, em julho de 2014, estarmos livres da troika. Ecreio que a troika
também se deve querer ver livre de nós porque, de facto, estes tempos
de convivência são tempos nem sempre fáceis, muitas vezes com
dificuldades. O nosso objectivo é rapidamente virarmos a página, o que
não quer dizer que os nossos problemas acabem nessa altura, todos
sabemos que não acabam, mas apesar de tudo, o podermos sentir que
estamos outra vez por nossa conta com uma autonomia que neste momento
está efetivamente muito cerceada, é o objetivo central do Governo, e o
que mais no estimula a prosseguir.


Já falou da reforma do Estado como equilíbrio para a parte fiscal Os
seus antecessores disseram, por várias vezes, que o seu Ministério
tinha funcionários a mais, que faziam falta agricultores nos campos
mas não tanto nas estruturas centrais. Tem gente a mais no seu
Ministério? Como é que vai ser o impacto da reforma do Estado na
Agricultura?
O Ministério da Agricultura tem uma experiência muito traumática
porque, em 2007, foi o único ministério sectorial que fez na altura a
reforma que estava prevista, era o PRACE, creio eu. O PRACE, na
altura, foi o único Ministério que o aplicou de forma consistente.


Foi o primeiro ministério a aplicá-la, saíram pessoas.
Creio que foi só o Ministério da Agricultura a aplicar a reforma,
talvez as Finanças em alguma coisa. Porque é que eu digo que foi
traumático? Porque foi feita de uma maneira de cima para baixo, com
muito voluntarismo da parte do Ministro de então, e o que aconteceu
foi que o corte que foi feito nas pessoas, que levou cerca de 1500
pessoas para a mobilidade especial. Que levou à paralisação de vários
organismos, nomeadamente do organismo pagador, que é o centro
nevrálgico do fluxo financeiro que vem da União Europeia para os
agricultores, e esse trauma durou muito tempo e ainda persiste. Nós
temos ainda 900 pessoas na mobilidade especial, muitas foram
entretanto aposentadas, mas ainda há muita gente nessa circunstância.
Por isso há sempre um pé atrás por parte do Ministério, que diz:
atenção que nós já fizemos um trabalho que o outros ministérios ainda
não fizeram. Aquilo que eu tenho pedido, quer ao secretário de Estado,
quer aos dirigentes, é que o que fizermos neste período tem que ser
feito com racionalidade e com respeito pelas pessoas. A sensibilidade
que nós temos no Ministério é que, de facto, temos áreas em que
precisamos de gente, nomeadamente áreas técnicas, onde temos poucas
pessoas para aquilo que é o trabalho exigido ao Ministério. Há outras
onde temos gente afeta a procedimentos que hoje, se calhar, estamos a
avaliar e alguns estão a deixar de fazer sentido, e só com este
trabalho conjunto, por um lado, de reforma das próprias funções, e do
próprio trabalho dos organismos, e por outro de avaliação, em concreto
das pessoas que estão afetas, é que nós podemos dizer onde é que
sentimos que há gente que precisa de ser requalificada, e pode ser
reencaminhada para outras áreas, ou gente a quem pode ser proposto um
programa de mobilidade, rescisões por mútuo acordo, sendo certo que o
pontapé de saída é do próprio funcionário, e por ventura outras áreas
onde nós precisamos de ter mais gente qualificada.

Mas espera que muita gente saia, seja por rescisão amigável, seja por
reforma antecipada?
Eu espero que nós possamos fazer um trabalho que tenha em atenção as
pessoas, que demonstre respeito pelas pessoas e a atenção às pessoas e
eu creio que se vê desta maneira, não cortando a direito, mas
procurando analisar, justificar e validar aquilo que são de facto as
opções com este racional que eu expliquei, e depois será aquilo que
for.

Mas quando o Governo aponta o número de 30 mil funcionários a saírem,
é um corte a direito.
Mas isso distribui-se de forma diferente pelos ministérios, primeiro,
e dentro dos ministérios deve, também, distribuir-se de forma
diferente pelos organismos, porque os organismos não são todos iguais,
as suas funções não são iguais, a agilidade que podemos ter num não é
a mesma que podemos ter noutro. A meu ver, o número deve ser o fim da
linha e não o inicio da linha. E isso é o que eu tenho dito sempre e
acho que é o esse o respeito que as pessoas merecem, e se for feito
desta maneira, podemos atingir uma meta hipotética, ou não a atingir,
mas pelo menos sabemos como é que lá chegamos, e esse aspecto para mim
não é irrelevante, pelo contrário.


Fez parte da equipa do Dr.º Paulo Portas, e negociou também esta
coligação. O que é que se pode esperar da reforma do Estado que ele
vai apresentar no final do mês?
Será com certeza muito dentro desta linha de focarmo-nos efetivamente
onde devemos estar, tentar simplificar ao máximo os processos que
muitas vezes os criadores das próprias funções do estado entre os
vários organismos. Há muitas situações em que organismos trabalham
para outros organismos, processos que trabalham para outros processos,
há-se ser seguramente algo focado nesta preocupação fundamental de
diminuir peso, para também podermos diminuir a carga fiscal, e deixar
a sociedade civil, e deixar o mundo empresarial respirarem melhor.

É mais um trabalho estratégico ou é mais um trabalho de pormenor?
De pormenor e detalhe não será porque isso cabe a cada ministério,
sectorialmente, e a cada departamento, mas tem a preocupação de olhar
para a exequibilidade das coisas e não tenho a menor dúvida que terá
essa preocupação.

Um dos casos desta semana foi obviamente o pequeno momento, na
Comissão Parlamentar, com o Borda d'Água, também deve ter visto e se
calhar também se riu. O Governo tem falhado vário previsões macro
económicas, e Vítor Gaspar chegou a atribuir parte da quebra do
investimento ao mau tempo. Este é um Governo que precisa de um Borda
d'Água, para acertar nas previsões?
Não é o governo apenas que tem falhado previsões, todas as
instituições internacionais têm falhado previsões. Nessa medida nós
estamos a viver circunstâncias que ninguém, há dois anos, entendia
que, de facto, pudessem ser exatamente estas. Há revisões sucessivas
em baixa e, por isso, o nosso caminho enquanto Governo é um caminho
mais difícil, quando a situação europeia se degrada de forma
significativa, quando a nossa economia está profundamente integrada
com a economia europeia, tudo isto tem ressentimentos recíprocos. Por
isso, a nossa estratégia, naturalmente, mantendo as ligações que temos
na Europa, tem sido de procurar âncoras em outras partes do mundo,
porque as outras partes do mundo estão fluorescentes, porque estão a
fazer agora um trabalho que a Europa já fez há muito tempo. Vejo, por
exemplo em áreas de águas e resíduos, em questões ambientais,
infraestruturas, tudo isso que nós já fizemos estão agora a ser feitos
noutras partes do globo, isso gera um grande crescimento, como é
evidente.

Não se ri com o Borda d'Água?
Na agricultura nós temos um grande respeito pelo Borda d'Água mas que
o episódio foi caricato foi. Mas eu creio, de facto, que há
dificuldade em acertar mas a dificuldade não é só nossa, a dificuldade
é de todas as instituições.


O Governo de que faz parte já por duas vezes apresentou medidas que
foram depois consideradas inconstitucionais. Não teme que a
convergência retroativa do cálculo das pensões da Caixa Geral de
Aposentações e da Segurança Social seja, mais uma vez, uma medida
inconstitucional?
Nós, quando trabalhamos no Governo procuramos sempre faze-lo de acordo
com a Constituição. Como nós sabemos a Constituição não tem lá tudo.
Nem pode ter e por isso é que existe um Tribunal Constitucional, que
interpreta. O Tribunal Constitucional interpreta, em cada momento,
para aquela circunstância, e com a composição que tem. Nessa medida, o
que nós podemos fazer é estudar a medida da melhor forma possível,
estudar a jurisprudência constitucional, olhar para a situação do
país, que também tem que ter alguma influência na forma como o próprio
Tribunal Constitucional se pronuncia e, naturalmente, dar o nosso
melhor, esperando depois que o Tribunal faça a sua análise. Mas,
certezas nós nunca as podemos ter e é para isso que temos um Tribunal
Constitucional.


O CDS apresenta-se como o partido do contribuinte, ou pelo menos
apresentou-se durante muito tempo, como o partido que defende os
contribuintes. Com todos estes aumentos de impostos, ainda se sente
confortável com essa descrição?
As circunstâncias são muito difíceis e, como é evidente, nós temos
sempre esse foco e quando falamos em reforma de Estado é com esse foco
e com essa preocupação. Nós temos, no CDS, trabalho feito há muito
tempo em vários domínios, incluindo a fiscalidade, que é um dos
domínios prioritários. A fiscalidade, por exemplo, ligada à família,
foi um domínio que me interessou particularmente, o primeiro trabalho
que fiz no CDS foi um relatório sobre demografia, onde a questão
fiscal tinha uma grande importância. E se me pergunta se é difícil
viver numa altura em que não conseguimos fazer nada disso, com certeza
que é difícil. É um bocadinho frustrante, é. Mas a verdade é que
tentamos fazer o melhor que estas circunstâncias nos permitem, com a
convicção de que, ultrapassado este momento, poderemos aplicar algumas
dessas ideias, que estão bem sedimentadas, bem trabalhadas, e nas
quais entendemos que podemos caminhar. E nisso juntando outros
aspectos, por exemplo, agora na parte relacionada mais com o ambiente.
Discute-se muito as questões relacionadas com fiscalidade ambiental,
fiscalidade verde como alternativa à fiscalidade tradicional, uma
fiscalidade mais inteligente. Nós fizemos um congresso em Lisboa, há
um mês e meio, onde vieram várias entidades conversar sobre a matéria
e há aqui uma pista que pode ser explorada em benefício das empresas e
ajudando a uma estratégia de crescimento muito mais sustentável e de
baixo carbono. Essa linha, por exemplo, é uma linha, com a qual o CDS
se pode identificar porque tem a ver com a neutralidade fiscal, com
transferências de cargas fiscais, retirando-as do trabalho,
retirando-a da generalidade das empresas. O caminho não se faz num dia
mas é preciso ir pondo as várias peças em cima da mesa.

Está grávida de oito meses. Até quando vai continuar a trabalhar?
Aaté puder. Naturalmente que tem havido, até por razões de
impossibilidade, por exemplo, agora já não me deixam fazer viagens de
avião. Portanto tem havido um ajustamento do próprio trabalho. Este
mês há reuniões em Bruxelas às quais irão os secretários de Estado
porque eu não posso voar. Também este mês já não faço viagens de
quatro e cinco horas pelo país fora, não vá a criança nascer longe da
família. Tem havido esse ajustamento. Naturalmente que, mais para o
fim, a agenda vai ter que ser mais ligeira mas, até puder irei
trabalhar.


Sente que é um exemplo? Ou melhor: quer dar esse exemplo? De trabalhar
durante a gravidez?
Não olho para essa parte, com franqueza. Em todas as gravidezes
trabalhei o mas que pude até ao final e esta não é diferente das
outras. Nessa matéria faço os ajustamentos que é necessário fazer, até
porque estou mais cansada, e preciso de descansar de quando em vez,
mas enquanto puder trabalhar, trabalharei. Tenho a sorte e a
felicidade de ter uma gravidez que não me dá problemas, há mães que
têm gravidezes terríveis, e que têm de estar deitadas, e são difíceis.
Com certeza que cada um tem que fazer aquilo que pode fazer e aquilo
que é melhor. Se a dada altura for ao médico e o médico me disser que
já estou com dilatação, ou com muitas contrações e tenho que ficar
deitada uns dias, assim farei, com certeza. Isso é o normal. Enquanto
estiver bem e me sentir bem, e o médico também achar que estou bem,
faço estes ajustamentos para as coisas não serem demasiado pesadas.
Ainda agora, quando fiz a visita à Feira Nacional da Agricultura com o
senhor Primeiro Ministro, estive com ele numas partes, noutras
sentei-me e apanhei-o mais à frente. Mas acho que isto tudo é o
possível e é com muita naturalidade.

http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO176017.html?page=0

Feira Nacional de Agricultura discute Política Agrícola Comum e recebe visita do Ministro da Economia

A Agricultura está a ter um grande dinamismo, está a crescer e a criar
emprego, quem o afirmou foi o ministro da Economia na visita que
realizou à Feira Nacional de Agricultura.

Álvaro Santos Pereira também realçou a importância da Campanha
"Portugal Sou Eu" já que durante muitos anos Portugal apresentou uma
balança comercial negativa e actualmente as exportações aumentaram 3%
no global e 9% para fora da União Europeia.

Este programa é da maior importância para a diminuição das importações
que leva a uma maior produção nacional e simultaneamente cria emprego
e promove o crescimento da Economia.

O Ministro admitiu ainda que muitos produtores agrícolas estão a
sentir problemas de financiamento, devido aos altos spreads que são
cobrados pela banca, uma dificuldade que o Governo tem tentado
resolver.



O Futuro da PAC e o Impacto na Península Ibérica esteve em discussão
esta tarde na Feira Nacional de Agricultura.

Neste âmbito, o Deputado Europeu Capoulas Santos, Relator do
Parlamento Europeu para a Reforma da PAC, apresentou hoje os
resultados das negociações do Trilogo Comissão/Parlamento/Conselho
que, nos termos da co-decisão instituída pelo Tratado de Lisboa têm
vindo a decorrer desde 11 de Abril e cujo término está previsto para o
final de Junho.

Esta sessão de esclarecimento contou com participação de Hugo Andrade
da Comissão Europeia, de Isabel Garcia Tejerina, Secretária Geral do
Ministério da Agricultura de Espanha e de José Diogo Albuquerque,
Secretário de Estado da Agricultura que fizeram um balanço e apontaram
as expectativas futuras da Política Agrícola Comum em Espanha e
Portugal, respectivamente.

Na sessão de encerramento estiveram presentes o Presidente da Asaja,
Pedro Barato e João Machado, Presidente da CAP.



Também se realizou o Encontro Biotecnologia e Agricultura – "O Futuro
é Agora" durante o qual se discutiu a utilização das novas tecnologias
no sector agrícola e as condicionantes no aproveitamento da
biotecnologia para a Agricultura. Durante o evento, que contou com a
participação de diversos especialistas, foram apresentados exemplos
portugueses e brasileiros que promovem o uso de culturas transgénicas.


Promover as boas práticas agro-ambientais que fomentam a
biodiversidade e as dificuldades dos agricultores para a sua
implementação foi o objectivo do seminário sobre esta temática que
decorreu durante a manhã. A discussão realizou-se no âmbito do
projecto "Disseminação de boas práticas para a biodiversidade na
aplicação de compromissos agro-ambientais" financiado pelo Programa da
Rede Rural Nacional.

"Mobilizar os agricultores portugueses e a agricultura portuguesa para
a produção de cevada" foi o objectivo do Seminário sobre "Cultura de
Cevada em Regadio", afirmou Francisco Gírio, Secretário Geral da APCV
– Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja, entidade que
promoveu o colóquio. O mesmo responsável adianta que a fileira
agro-industrial da cevada poderá proporcionar "vantagens aos
agricultores, ao aumentar a produção e obter mais - valias
interessantes" num mercado que poderá ir das actuais 40.000 toneladas
até às 120.000 toneladas.

No âmbito do Fersant, decorreu a Sessão Sitio do Empreendedor, que
contou com a participação a presença do Secretário de Estado do
empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Franquelim Alves. "A
NERSANT é das entidades que tem revelado maior dinamismo no sentido de
criar dinâmicas entre as entidades públicas e as empresas para o
desenvolvimento do tecido empresarial. Esta iniciativa é da máxima
importância, porque releva a importância das associações empresariais
junto do tecido empresarial", afirmou o governante, que se referiu ao
papel do empreendedorismo para o desenvolvimento do tecido empresarial
português.

No sector pecuário, o destaque do dia foi a realização do "Concurso
Morfológico Nacional do Porco Alentejano", uma forma de "valorizar e
promover a raça e o seu património genético na maior feira agrícola do
país", afirma Pedro Bento da Associação Nacional de Criadores do Porco
Alentejano. Por outro lado, também " é uma forma de explicar ao
consumidor as características desta espécie."

O dia encerrou com a actuação dos "Flash – Tribute aos Quenn" e com as
inevitáveis Mesa da Tortura e Largadas de Toiros.

fonte: CNEMA

França aumentou consumo de vinho do Porto

IVDP leva 25 produtores à maior Feira de vinhos do mundo, a Vinexpo, em Bordéus



Vinexpo, 16 a 20 de junho

O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) vai levar 25
produtores à Vinexpo, a maior feira do setor vitivinícola realizada em
Bordéus, França, país que ocupa o primeiro lugar dos consumidores
mundiais de vinho do Porto. No primeiro quadriénio de 2013, a França
aumentou em 2,5% a quantidade adquirida de vinho do Porto e 2,8% em
valor - um dado motivador numa altura de contração da economia
europeia e mundial. Para Manuel de Novaes Cabral, presidente do IVDP,
o crescimento das vendas de vinho do Porto para o mercado Francês "vem
comprovar a eficácia da estratégia seguida pelo Instituto, em conjunto
com o setor e já definida no Plano de Promoção e Internacionalização
para 2013, que visa, entre outras metas, a concentração da estratégia
de promoção em países alvo, dos quais a França tem, naturalmente,
destaque".

A Vinexpo é considerada a maior e principal feira de vinhos de todo o
mundo e, no ano em que assinala a sua décima sétima edição, conta com
2400 expositores, de 45 países diferentes. No total, entre
compradores, investidores e amantes do vinho, são esperadas cerca de
50 mil pessoas nos cinco dias de certame. De 16 a 20 de junho, a
comitiva que acompanha o IVDP na Vinexpo pretende atrair e conquistar
compradores e investidores de todo o mundo, de forma a consolidar a
estratégia lançada no Plano de Promoção e Internacionalização para
2013: alargar os mercados de exportação.

Para além do contacto entre produtores e investidores, o IVDP aposta
ainda, durante os cinco dias de duração da Vinexpo, num total de cinco
seminários sobre harmonizações de vinho do Porto com queijo e
patisserie franceses. Os seminários, que se realizam nos dias 17 (2),
18 (1) e 19 (2) vão ser orientados pelos produtores e expositores
portugueses que acompanham o IVDP.

A área comum de animação do stand do IVDP, num total de 223 m2, vai
ser dinamizada em colaboração com a ViniPortugal, também presente no
certame.

fonte: mediana

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Seguro quer Governo firme na agricultura

Preocupado com perda de 700 milhões de euros



O secretário-geral do PS, António José Seguro, exortou nesta
quinta-feira o Governo a ser firme na negociação de fundos
comunitários para a agricultura e a alocar verbas para um cadastro
territorial que defina as áreas destinadas ao setor agrícola.

"É preciso que o Governo seja firme na negociação dos fundos
comunitários para a agricultura", defendeu o líder do PS, António José
Seguro, lembrando que "Portugal vai perder cerca de 13% de parte dos
fundos, 700 milhões de euros, para o desenvolvimento do mundo rural".

Convicto de que a agricultura "está a dar um contributo positivo" para
a economia nacional, Seguro considera ser preciso impedir que a perda
de fundos aconteça, até porque há outros países que estão a
beneficiar, designadamente a França que já tem bastantes recursos
alocados à agricultura".

Seguro destacou ainda a necessidade de "o país alocar verbas para se
fazer um cadastro do território nacional", identificando quais as
propriedades destinadas à agricultura para potenciar "um novo
interesse que começa a despertar no país e também nos mais jovens
quando à atividade agrícola e empresarial".

Em visita à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, onde ouviu
queixas dos agricultores sobre roubos que estão a ser praticados em
diversas explorações, o líder do PS sublinhou ainda a necessidade de
"haver da parte do Ministério da Administração Interna uma maior
atenção ao mundo rural", de modo a "dar mais segurança a quem
investe".

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=0788B637-6B46-4DD4-BDFF-9D10C96A6DB3&channelID=00000021-0000-0000-0000-000000000021

Governo extinguiu Fundação Alter Real

Decisão deveu-se à «situação crítica do passivo acumulado e das dívidas»

Por: tvi24 | 2013-06-13 20:40

O Governo aprovou o diploma que extingue a Fundação Alter Real (FAR),
decreto que se impunha face à «situação crítica do passivo acumulado e
das dívidas» daquela instituição a empresas e colaboradores.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério da Agricultura
explica que esta decisão permite dar início ao processo de liquidação
das dívidas, considerando que a extinção da FAR «assegura uma solução
sustentável» para o futuro de Alter do Chão (Portalegre).

«Esta decisão assegura uma solução sustentável para o futuro de Alter,
salvaguardando as funções do Estado que estavam transferidas até agora
naquela fundação, através da Direção Geral de Alimentação e
Veterinária e, por delegação, da Companhia das Lezírias», lê-se no
documento.

No comunicado, o Governo assegura que a manutenção e desenvolvimento
do património genético das raças Lusitana, Sorraia e Garrano, das
Coudelarias de Alter Real e Nacional, vão ser preservados.

O mesmo acontecendo com o Laboratório de Genética Molecular, do
Registo Nacional do Equino, sendo também assegurada a preservação do
acervo documental e do espólio arqueológico de Alter Real.

«Esta solução encontrada também procura assegurar compromissos
assumidos pela FAR, salvaguardando os postos de trabalho e assumindo
os compromissos com terceiros», adianta o comunicado.

O Ministério da Agricultura atesta ainda que as atividades
desenvolvidas em Alter do Chão continuarão e que será mantido o seu
papel no desenvolvimento regional que se quer reforçado, tirando
partido das «infraestruturas, património e experiência existentes».

Com cerca de 50 funcionários, a FAR foi criada a 01 de março de 2007,
após a extinção do Serviço Nacional Coudélico, no âmbito do Programa
de Reestruturação da Administração Central do Estado.

O projeto da FAR reuniu um grupo de 30 fundadores privados que
investiram 50 mil euros cada, além de se comprometerem a pagar uma
quota anual superior a dois mil euros.

Nos últimos anos, a FAR acumulou um passivo de 2,5 milhões de euros e
dívidas a empresas prestadoras de serviços.

Nos últimos meses, ainda surgiu a possibilidade, por parte dos
fundadores, de avançar para um novo modelo de gestão, mas tal não foi
aceite por Assunção Cristas, tomando assim o Estado, através da
Companhia das Lezírias e da Direção-Geral de Alimentação e
Veterinária, a gestão do património.

A Coudelaria de Alter do Chão, fundada em 1748 por D. João V,
desenvolve atualmente trabalhos de seleção e melhoramento de cavalos
Lusitanos e possui uma unidade clínica dotada com todos os meios para
o acompanhamento e tratamento médico dos animais.

As instalações da coudelaria albergam também um polo da Universidade
de Évora, um espaço dedicado à formação profissional e infraestruturas
hípicas e desportivas, além do laboratório de genética molecular.

O turismo temático e ambiental e a falcoaria são outras das áreas que
fazem parte do dia-a-dia da coudelaria.

http://www.tvi24.iol.pt/economia---economia/fundacao-alter-real-coudelaria-fundacoes-extincao-encerramento/1459952-6377.html

Mais de 110.000 pessoas visitaram a Feira Nacional de Agricultura

Foto: LUSA

É preciso que o Governo seja firme na negociação dos fundos
comunitários para a agricultura", defendeu o líder do PS, António José
Seguro, lembrando que "Portugal vai perder cerca de 13% de parte dos
fundos, 700 milhões de euros, para o desenvolvimento do mundo rural".

Convicto de que a agricultura "está a dar um contributo positivo" para
a economia nacional, Seguro considera ser preciso impedir que a perda
de fundos aconteça, até porque há outros países que estão a
beneficiar, designadamente a França que já tem bastantes recursos
alocados à agricultura".

Seguro destacou ainda a necessidade de "o país alocar verbas para se
fazer um cadastro do território nacional", identificando quais as
propriedades destinadas à agricultura para potenciar "um novo
interesse que começa a despertar no país e também nos mais jovens
quando à actividade agrícola e empresarial".

Em visita que fez ontem à Feira Nacional da Agricultura, onde ouviu
queixas dos agricultores sobre roubos que estão a ser praticados em
diversas explorações, o líder do PS sublinhou ainda a necessidade de
"haver da parte do Ministério da Administração Interna uma maior
atenção ao mundo rural", de modo a "dar mais segurança a quem
investe".

O Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação
Agro-Alimentar, Nuno Vieira e Brito, também esteve na Feira e
participou no Colóquio subordinado ao "Plano Nacional para os Recursos
Genéticos Animais", organizado pela Direcção Geral de Alimentação e
Veterinária com a colaboração do Instituto Nacional de Investigação
Agrária e Veterinária. Para o membro do governo a Feira Nacional de
Agricultura é "uma bela mostra do que é Portugal, do que se faz e dos
seus produtos."

No âmbito das "Conversas de Agricultura", prestar esclarecimentos
sobre a legislação que vai entrar em vigor no mês de Julho
relativamente à circulação de bens foi o objectivo do Workshop "Novo
Regime de Bens em Circulação".

Ao final do dia realce para o Encontro das Caixas Agrícolas do
Ribatejo e da Região Centro, que contou com bastante adesão dos seus
representantes.

No campo da animação a noite culminou com um Baile à Antiga, enquanto
a música popular esteve a cargo dos "Carambolas". Recorde-se que mais
de 110.000 pessoas já visitaram a Feira Nacional de Agricultura.

Fonte: CNEMA

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/06/14b.htm

PE condiciona cortes na PAC 2014 a acordo com os orçamentos 2014-20

O Plenário do Parlamento Europeu votou ontem a favor de cortes nos
pagamentos directos em 2014 desde que estejam concluídas as
negociações entre o Parlamento Europeu e do Conselho relativas ao
Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2014-2020. No caso de não haver
acordo nas negociações, os cortes não seriam necessários.

O plenário do PE aprovou esta resolução sobre a proposta de disciplina
financeira pela Comissão Europeia com 506 votos a favor, 147 contra e
28 abstenções.

Os deputados também apoiam que os produtores que recebem menos de
5.000 euros em pagamentos, estejam isentos de qualquer corte, tal como
os produtores das regiões ultraperiféricas e da pequenas ilhas do
Egeu.

Os eurodeputados são da opinião de que a disciplina financeira
proposta deve estar em consonância com o quadro financeiro plurianual,
o que significa que os cortes nos pagamentos directos em 2014 deverão
ser de 0,748 005% em vez de 4,981759%, conforme proposto pela
Comissão.

Uma vez que se alcance o acordo do Quadro Financeiro Plurianual, a
Comissão deverá apresentar uma proposta ao Parlamento Europeu e ao
Conselho, a fim de propor uma percentagem de redução ajustada. Se não
se chegar a um acordo, a redução linear não seria necessária, uma vez
que o montante disponível para os pagamentos directos seria baseado no
nível do orçamento de 2013 mais 2% para a inflação.

Fonte: Agrodigital

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/06/13g.htm

António José Seguro visita Feira Nacional de Agricultura

Redação em Quinta, Junho 13, 2013 - 22:35


Foto Vítor Neno

É preciso que o Governo seja firme na negociação dos fundos
comunitários para a agricultura", defendeu o líder do PS, António José
Seguro, lembrando que "Portugal vai perder cerca de 13% de parte dos
fundos, 700 milhões de euros, para o desenvolvimento do mundo rural".

Convicto de que a agricultura "está a dar um contributo positivo" para
a economia nacional, Seguro considera ser preciso impedir que a perda
de fundos aconteça, até porque há outros países que estão a
beneficiar, designadamente a França que já tem bastantes recursos
alocados à agricultura".

Seguro destacou ainda a necessidade de "o país alocar verbas para se
fazer um cadastro do território nacional", identificando quais as
propriedades destinadas à agricultura para potenciar "um novo
interesse que começa a despertar no país e também nos mais jovens
quando à atividade agrícola e empresarial".

Em visita à Feira Nacional da Agricultura, onde ouviu queixas dos
agricultores sobre roubos que estão a ser praticados em diversas
explorações, o líder do PS sublinhou ainda a necessidade de "haver da
parte do Ministério da Administração Interna uma maior atenção ao
mundo rural", de modo a "dar mais segurança a quem investe".

O Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação
Agro-Alimentar, Nuno Vieira e Brito, também esteve na Feira e
participou no Colóquio subordinado ao "Plano Nacional para os Recursos
Genéticos Animais", organizado pela Direcção Geral de Alimentação e
Veterinária com a colaboração do Instituto Nacional de Investigação
Agrária e Veterinária. Para o membro do governo a Feira Nacional de
Agricultura é "uma bela mostra do que é Portugal, do que se faz e dos
seus produtos."

No âmbito das "Conversas de Agricultura", prestar esclarecimentos
sobre a legislação que vai entrar em vigor no mês de Julho
relativamente à circulação de bens foi o objectivo do Workshop "Novo
Regime de Bens em Circulação".

Ao final do dia realce para o Encontro das Caixas Agrícolas do
Ribatejo e da Região Centro, que contou com bastante adesão dos seus
representantes.

No campo da animação a noite culminou com um Baile à Antiga, enquanto
a música popular esteve a cargo dos "Carambolas". Recorde-que mais de
110.000 pessoas já visitaram a Feira Nacional de Agricultura.

http://www.entroncamentoonline.pt/portal/artigo/ant%C3%B3nio-jos%C3%A9-seguro-visita-feira-nacional

Importadores visitam o Ribatejo em busca de negócios

INICIATIVA DO AGROCLUSTER PARA A FILEIRA AGROALIMENTAR

Redação em Quinta, Junho 13, 2013 - 21:38



O Ribatejo vai receber, nos meses de junho, julho, setembro e outubro,
a visita de importadores estrangeiros vindos de todo o mudo em busca
de negócio e produtos da fileira agroalimentar. A iniciativa é uma
organização do Agrocluster Ribatejo.

A receção de importadores na região do Ribatejo é o seguimento de uma
estratégia iniciada pelo Agrocluster Ribatejo em junho de 2012 com a
visita de dois importadores alemães (SPEUSER KG e BOM DIA – Agentur
für Direkt-Importe). Fruto dessa iniciativa, até final de 2012 já
haviam sido exportados mais de 700 mil euros em produtos.

A iniciativa do Agrocluster Ribatejo tem como objetivos a promoção de
negócio para as empresas associadas e a exportação de produtos
portugueses agroalimentares para o estrangeiro. No total, nos meses de
junho, julho, setembro e outubro vão ser recebidos na região do
Ribatejo 16 importadores estrangeiros, vindos de todo o mundo.

Em junho, virão dois importadores dos Estados Unidos da América. Em
julho virão dois importadores dos Estados Unidos, um dos Emirados
Árabes Unidos/Kuwait/Bahrein, dois da África do Sul, um da Bélgica e
um dos Países Nórdicos (Dinamarca/Suécia). Em setembro e outubro vão
chegar um importador de Macau, um da Colômbia, um do Uruguai e
Paraguai, um do Brasil, Equador e Venezuela, um dos EUA, Brasil e
China, um da Alemanha e um do Japão.

Os produtos mais procurados pelos importadores são: Azeite,
Doces/Geleias, Carne, Enchidos, Conservas, Vegetais congelados,
Queijos, Vinho, Condimentos/Molhos, Arroz, Sumos, Vinagre, Água,
Azeitonas, Tremoços, Especiarias, Cereais/Farinhas, Bolachas, Frutos
Secos, Café/Chá.

Ainda no âmbito do programa de internacionalização promovido pelo
Agrocluster Ribatejo, para setembro e outubro estão a ser organizadas
duas missões internacionais de negócio, aos Emirados Árabes Unidos
(Dubai) e aos Países Nórdicos (Dinamarca/Suécia).


Sobre o Agrocluster Ribatejo

O Agrocluster Ribatejo foi criado pela NERSANT – Associação
Empresarial da Região de Santarém e constituído em 2009. Conta com 93
associados, que representam um volume de faturação superior a 1.800M€,
cerca de 9 mil postos de trabalho e mais de 40% das exportações da
região.

É responsável por 60% da Superfície Agrícola utilizada a nível
nacional e reconhecido pelo Governo Português como Estratégia de
Eficiência Coletiva. Foi galardoado pela "European Cluster Managers'
Club", projeto criado pela Comissão Europeia para a promoção da gestão
de excelência nos clusters, com o selo de bronze, mediante uma
avaliação de benchmarking efetuada a vários clusters europeus.

Tem como objetivo promover a colaboração e cooperação entre as
empresas, encorajando a competitividade e contribuindo para o
desenvolvimento de um dos setores mais importantes da região do
Ribatejo, que tem condições naturais únicas e um forte potencial de
crescimento e inovação.

As principais linhas de ação do Agrocluster Ribatejo são as seguintes:

- Apoio à internacionalização das empresas do setor agroindustrial
(Visita de importadores estrangeiros à Região do Ribatejo, organização
de missões internacionais de negócio a mercados chave, participação em
feiras internacionais de referência).
- Fomento da inovação e do desenvolvimento de novos produtos e
processos (mais de 80 processos de inovação e qualificação
desenvolvidos pelas empresas associadas nos últimos dois anos com um
investimento de 120 milhões de euros).
- Promoção da realização de negócios (identificação de mais de 80
oportunidades de negócio entre empresas associadas).
- Presença ativa em redes internacionais (realização, em 2012, em
Santarém, da 2.ª edição do Plant Intercluster Meeting (PIC), do qual o
Agrocluster é fundador, e que reuniu em Portugal mais de 45 entidades
participantes de Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Canadá,
Brasil e Polónia. No âmbito desta iniciativa, o Agrocluster celebrou
um protocolo com o PIC, rede francesa que integra cinco clusters, para
a internacionalização das duas organizações e das empresas associadas
e para a partilha de experiências e conhecimento).

http://www.entroncamentoonline.pt/portal/artigo/importadores-estrangeiros-visitam-o

Altri integra Rede Ibérica de Comércio e Florestas

2013-06-14
A Altri, um dos maiores produtores europeus de pasta de eucalipto,
está integrada desde Maio na Rede Ibérica de Comércio e Florestas, o
braço ibérico da Global Forest & Trade Network (GFTN), uma aliança da
WWF com cerca de 300 empresas em todo o mundo.

A GFTN tem como objectivos melhorar a gestão das áreas florestais,
travar a desflorestação e promover a conservação das florestas mais
valiosas do mundo, através do consumo responsável de produtos
florestais, como madeira, papel e cortiça.

Ao integrar este projecto da WWF, a Altri compromete-se a dar
prioridade, na compra e produção, a madeira proveniente de florestas
social e ambientalmente responsáveis, bem como a gerir de forma
responsável as florestas que estão à sua guarda, já certificadas pelo
FSC (Forest Stewardship Council). s.

A GFTN apoiará a Altri na adopção das melhores práticas de gestão,
identificação de áreas de alto de valor de conservação que se
encontram dentro do seu património, na promoção do FSC junto dos
produtores florestais nacionais e procura de novos mercados que
favoreçam a utilização de pasta certificada FSC.

«o compromisso da Altri é um grande contributo para a protecção dos
altos valores de conservação existentes nas áreas de eucalipto e um
exemplo a seguir por outras empresas. Trata-se de uma mensagem clara
para a produção, adivinhando-se o aumento da procura de madeira
certificada nos próximos anos, e para o mercado, indiciando o aumento
da disponibilidade de produto certificado para as cadeias de
distribuição», sublinha Rui Barreira, responsável da WWF.

http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=13670

Agricultores de Mértola apostam forte no sector pecuário

Rádio Voz da Planície - 13/06/2013 - 07:00 - Imprimir

________________________________

Sem água de Alqueva para o regadio e com terras de fraca qualidade, os
agricultores da freguesia de Alcaria Ruiva, no concelho de Mértola, há
muito que decidiram transformar a pecuária na sua principal fonte de
receitas.

Dos 1600 hectares que explora, o agricultor António Cavaco extrai
cereais, palha e restolho que servem para alimentar as 900 ovelhas,
160 vacas mertolengas e 30 porcos que integram a sua exploração.

Depois de criados, os animais são abatidos e vendidos a pequenos comerciantes.

No passado, António Cavaco deteve uma vara de porcos com 300 unidades.
Hoje, a exploração não tem mais de trinta efectivos, muito por culpa
do preço de venda dos leitões e do preço das rações.

Alcaria Ruiva, no concelho de Mértola, é a freguesia em destaque no
Estrada Municipal desta semana.

http://www.vozdaplanicie.pt/index.php?go=noticias&id=338

USDA prevê as maiores existências de milho dos últimos 12 anos

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu, relativamente ao
mês anterior, as suas estimativas de colheita mundial de trigo e
milho, de acordo com o último relatório de Previsões (relatório WASDE)
publicado ontem.

A produção mundial de trigo é estimada em 695,9 milhões de toneladas,
o que representa uma redução de 5,2 milhões de toneladas em comparação
com a estimativa do mês anterior devido a piores números de colheita
na Ucrânia, Rússia e na UE-27. No entanto, apesar da redução, a
produção estimada é superior em 45 milhões de toneladas à colheita do
ano anterior.

O consumo de trigo também deve baixar, especialmente na procura para
rações. Em consequência, as existências de fim de campanha elevam-se a
181,3 milhões de toneladas, ou seja, 5,1 milhões menos que no mês
anterior mas ainda superiores às da campanha anterior.

As previsões de produção mundial de milho também baixaram em
comparação com o mês anterior, devido à menor colheita esperada nos
EUA. Apesar de em Maio as sementeiras de milho no Corn Belt terem
avançado muito rapidamente, as chuvas e o frio provocaram atraso na
campanha, o que pode condicionar o rendimento se as condições
meteorológicas do fim de Julho complicarem a polinização.

A menor produção esperada nos EUA, assim como também na China não
puderam ser compensadas com previsões mais optimista no Brasil. Em
consequência, a produção mundial de milho prevista deve atingir 962,52
milhões de toneladas, menos 3,4 milhões que no mês anterior.

Apesar da descida da produção, as existências no final da campanha
poderiam chegar aos 151,8 milhões de toneladas, o que significa 27,5
milhões mais que o ano anterior e o número mais elevado dos últimos12
anos.

Fonte: Agrodigital

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/06/13f.htm

Abraçar uma árvore em chamas

11 Junho 2013, 00:01 por Bjørn Lomborg | © Project Syndicate, 2008
www.project-syndicate.org


O que estamos prestes a fazer é diminuir a biodiversidade, desperdiçar
água, encarecer os alimentos, e gastar muito dinheiro – tudo isso para
cortar árvores e queimá-las, e possivelmente aumentar as emissões de
CO2. Fomos criados para pensar e fazer melhor do que isto

Ensinam-nos que é preciso reciclar o papel para salvar árvores.
Recebemos inúmeras advertências por e-mail que nos dizem: "Pense no
meio ambiente antes de imprimir esta mensagem". De facto, o movimento
ambientalista nasceu com o objectivo de preservar as florestas.


Mas agora, em nome da salvação do planeta face às alterações
climáticas, os ambientalistas estão a lançar uma campanha global para
cortar e queimar árvores com o objectivo de reduzir a utilização de
combustíveis fósseis. Não passaria de uma estranha ironia, não fossem
os custos gigantescos deste plano, entre eles a provável destruição da
biodiversidade, um aumento do uso da água e uma redução da produção
global de alimentos. E ainda poderia implicar um aumento das emissões
globais de CO2.

Quando a maioria das pessoas pensa em energias renováveis imagina
painéis solares e turbinas eólicas. No entanto, a energia solar e
eólica é apenas uma pequena parte das fontes renováveis: menos de 7%
do total, em 2010. A energia hidráulica é uma fonte muito maior, cerca
de 17% do total. Mas a mais importante é, de longe, a biomassa, o
combustível mais antigo da humanidade, e que representa actualmente
76% das energias renováveis e 10% de toda a energia, no geral. Cerca
de 60% da biomassa é madeira, galhos e estrume, elementos usados por
quase três mil milhões de pessoas que não têm acesso aos combustíveis
modernos. O resultado: níveis terríveis de contaminação do ar e
milhões de mortes.

Mas o Ocidente usa os outros 40% da biomassa para produzir calor. E
usará cada vez mais biomassa para produzir electricidade, porque a
energia solar e eólica são naturalmente imprevisíveis, e a
electricidade é necessária mesmo em dias nublados e quando não há
vento. A biomassa (juntamente com a energia hidráulica) pode ser usada
para suavizar as flutuações inerentes à energia eólica e solar.

A biomassa está a renascer porque é considerada neutra, em termos de
CO2. O conhecimento convencional diz que a combustão da madeira
liberta o dióxido de carbono que a árvore absorveu durante o seu
crescimento, de modo que o efeito sobre o clima é neutro. Mas esta
visão desperta cada vez mais críticas. O Comité Científico da Agência
Europeia do Ambiente assinala que esta hipótese parte de uma
"suposição equivocada" baseada num "grave erro de contabilidade",
porque se for queimada toda uma floresta, será necessário muito tempo
até que cresçam novas árvores que absorvam as emissões de CO2. Se
forem queimadas florestas para plantar, no seu lugar, cultivos
energéticos, o efeito sobre o clima pode ser um aumento líquido das
emissões.

De acordo com os membros do Comité, "deste erro de cálculo da
bioenergia podem resultar consequências enormes". O plano dos
ambientalistas para obter de 20 a 50% de toda a energia a partir da
biomassa pode dar lugar a que se triplique o consumo actual de
biomassa, colocando a sua produção em concorrência directa com a de
alimentos para uma população mundial crescente; ao mesmo tempo que se
esgotam as reservas de água e se reduzem as superfícies de floresta e
a biodiversidade.

Um trabalho de investigação académica deixa isso bem claro logo no
título: "Aumentar a exploração da biomassa florestal para obter
bioenergia em grande escala é insustentável e não é neutral em relação
aos gases de efeito estufa". Os autores sublinham que, ainda que a
Revolução Industrial tenha provocado alterações climáticas, a sua
dependência do carbono foi benéfica para as florestas, porque os
nossos antepassados deixaram de destruí-las em busca de madeira. Isto
foi um dos principais factores de recuperação das florestas na Europa
e nos Estados Unidos; e o oposto explica porque muitas das florestas
dos países em vias de desenvolvimento estão em perigo. Ao mundo
desenvolvido talvez o espere um futuro semelhante se voltar a
fascinar-se pela biomassa.

Mas o maior problema é que a produção de biomassa tem repercussões
noutras produções agrícolas em outros lugares. Alguns estudos começam
agora a avaliar o impacto. Na Dinamarca, um grupo de investigadores
estimou a redução de emissões de CO2 que se pode esperar de várias
culturas energéticas. Por exemplo, a queima de um hectare de
salgueiros num campo anteriormente utilizado para a cevada evita a
emissão de 30 toneladas de CO2 por ano, ao substituir o carvão. Este é
o valor que os produtores de energia verde exibem com orgulho ao
defender a biomassa.

Mas queimar os salgueiros liberta 22 toneladas de CO2. É verdade que
os salgueiros absorveram essa quantidade de CO2 no ano anterior; mas,
se tivéssemos deixado a cevada onde ela estava, também ela teria
absorvido uma quantidade considerável, diminuindo a redução relativa
ao carvão para 20 toneladas. Num sistema de mercado, quase toda a
produção de cevada translada-se, simplesmente, para áreas
anteriormente não cultivadas. Limpar a biomassa existente ali, emite
um extra de 16 toneladas de CO2 por ano, em média.

Assim, em vez de poupar 30 toneladas de emissões, economizamos quatro
toneladas, no máximo. E este é o melhor cenário. Os investigadores
anteriormente mencionados analisaram 12 modos de produção; com dois
deles reduzem-se apenas duas toneladas de emissões anuais de CO2,
enquanto, com os outros dez, o total de emissões aumenta, chegando a
um excedente de até 14 toneladas anuais.

Ao mesmo tempo, a biomassa está a custar-nos os olhos da cara. Só na
Alemanha gastam-se mais de três mil milhões de dólares por ano (167
dólares por cada tonelada de CO2 que se poupa), o que é mais de 37
vezes o custo das reduções de carbono no Sistema de Comércio de
Emissões da União Europeia. E o cálculo de poupança de emissões não
tem em conta as alterações indirectas no uso da terra, pelo que é
provável que o custo real seja, pelo menos, oito vezes maior.

Há dez anos, a União Europeia e os Estados Unidos adoptaram os
biocombustíveis como uma forma de combater o aquecimento global. Hoje,
40% da produção de milho converte-se em bioetanol para os automóveis.
Isso tem impulsionado o preço dos alimentos e provocado a fome em
dezenas de milhões de pessoas, para além de custar mais de 17 mil
milhões de dólares por ano em subsídios agrícolas e provocar a
desflorestação noutras partes do mundo. No fim de contas, acabam por
se produzir mais emissões de CO2 do que as que se poupam com o
bioetanol. Os biocombustíveis tornaram-se um desastre absoluto e
aparentemente imparável.

Precisamos de enfrentar o próximo – e potencialmente muito maior –
elefante branco que é a biomassa. Sim, devemos transformar resíduos em
energia e usar, com inteligência, as sobras agrícolas. Mas o que
estamos prestes a fazer é diminuir a biodiversidade, desperdiçar água,
encarecer os alimentos, e gastar muito dinheiro – tudo isso para
cortar árvores e queimá-las, e possivelmente aumentar as emissões de
CO2. Fomos criados para pensar e fazer melhor do que isto.

© Project Syndicate, 2013.
www.project-syndicate.org
Tradução: Rita Faria

http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/detalhe/abracar_uma_arvore_em_chamas.html

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Douro eleito como melhor destino fluvial da Europa

Publicado às 16.47



A secção de viagens do jornal online norte-americano The Huffington
Post considerou o Douro como melhor itinerário turístico fluvial da
Europa. Natureza, cultura e vinho são algumas das razões apontadas
pela publicação para a escolha.

A região do Douro foi distinguida como o melhor destino fluvial da
Europa, colocando o Douro à frente de destinos como o Reno, que
atravessa a Europa de Sul a Norte, o Guadalviquir, em Espanha, o Sena,
em França, ou mesmo o Elba que atravessa a República Checa e a
Alemanha.

O The Huffington Post admite que, apesar da crise económica que está a
afectar a Europa, os cruzeiros fluviais nos rios europeus estão a
registar grande procura. Em causa estará o facto de se apresentarem
como destinos relaxantes e conseguem conjugar um grande variedade de
factores, como a cultura, história, gastronomia e natureza
assumindo-se como um trajeto turístico da era moderna.

No artigo elaborado pela mesma publicação, o Douro assume, deste modo,
a primeira posição por entre todos os cenários fluviais europeus,
principalmente para os aficcionados na produção de vinho. "Começando
na pitoresca cidade costeira do Porto, os viajantes podem explorar o
vale do Douro, cujo microclima torna a região perfeita para a produção
do lendário vinho do Porto", escreve o jornal.

A conjugação de factores como a cultura local portuguesa, a beleza
natural do Vale do Douro e a produção de vinho são uma das
características que a publicação aponta para a qualidade do destino. O
jornal escreve, ainda, que os cruzeiros realizados ao longo do rio
são, também, potenciados pelas visitas à cidade do Porto e de
Salamanca, em Espanha, bem como excursões e passeios a locais
considerados património mundial pela UNESCO.

"A distinção que é agora atribuída ao Douro pelo HuffPost, não sendo a
primeira vez que acontece, acaba por ser mais um reconhecimento das
capacidades turísticas do Douro e da DouroAzul que ainda este ano
reforçou a sua frota com os navios-hotel AmaVida e o Queen Isabel",
disse Mário Ferreira, presidente da DouroAzul, empresa que vende
cruzeiros turísticos.

http://www.jn.pt/Tendencias/Locais/Interior.aspx?content_id=3267394

Vida de Caracol

O lento percurso dos gastrópodes de um dos maiores importadores
nacionais - do armazém à travessa

Por Sandra Pinto
9:24 Sábado, 1 de Junho de 2013 |


Francisco Caetano, 60 anos, é um empresário otimista, coisa rara nos
tempos que correm. Proprietário da empresa de importação e exportação
Francisco conde, acredita que este é um ano particularmente bom. Para
os caracóis, pelo menos. "As previsões são altas, espero vender cerca
de 2 mil toneladas", diz, confiante. Na época forte de consumo de
caracóis, entre abril e finais de agosto, os camiões chegam ao seu
armazém, em Brejos de Azeitão, na Margem Sul, a um ritmo quase diário.
Todas as madrugadas é preciso descarregar o material - isto é, os
caracóis, que vêm de Marrocos - e, nas horas seguintes, pô-los a
repousar na arca frigorífica.

O turno da manhã começa às nove horas. E desde logo começa a seleção
minuciosa das três espécies: teba pisana(os tradicionais caracóis),
otalla latia (riscada, mais pequena e utilizada para cozer) e hélix
aspersa (a caracoleta maior para grelhar e a mais cara das três
espécies). Após esta "lupa" humana, que serve para detetar as cascas
partidas, também se separam as caracoletas grandes das pequenas. Por
fim, vão para a máquina, a fim de serem embaladas em sacos de um
quilograma. Esta é a última tarefa que aqui se executa, antes de os
caracóis seguirem para os clientes que, segundo diz Francisco Caetano,
são de todo o País, de Vila do Bispo a Viana do Castelo. Em Lisboa, um
dos clientes mais conhecidos é o Júlio dos Caracóis, na Rua Vale
Formoso, número 140 B, chefiado por Vasco Rodrigues, filho do Júlio
dos Caracóis. Há mais de 50 anos que são especialistas em caracóis,
mantendo o segredo da confeção e as quantidades servidas. Sem
reservas, Vasco Rodrigues diz que prefere os caracóis marroquinos aos
nacionais: "Têm o dobro do tamanho", justifica.

Francisco possui dois armazéns: o de Brejos de Azeitão e o de
Marrocos, em Belksiri, na zona de Gharb, liderado pelo filho mais novo
de Francisco Caetano. A empresa tem, ainda, sete lojas de take-away (a
primeira foi aberta em 1998, em Setúbal), três restaurantes e uma box
no interior do Mercado.

Abastecedor da Região de Lisboa. Um "império" dedicado ao gastrópode
que chega de longe porque, como explica o empresário, "não produzimos
caracóis suficientes, em Portugal". Mas, revela, a melhor região para
os apanhar é a de Santarém". A loja recordista desta empresa familiar
fica no Barreiro, na Avenida Calouste Gulbenkian. No ano passado, só
numa tarde, serviu 63 tachos com 20 quilos cada um. A média de um dia
bom ronda os 45 ou 50 tachos. Aqui, em duas filas separadas, vendem-se
caracóis ao quilo (vivos ou cozidos) e caracoleta grelhada. Quando se
entra na cozinha, mais parece que se está numa pequena fábrica.
Primeiro, os caracóis são lavados numa máquina que foi "inventada" por
Nuno Caetano (o filho mais velho de Francisco Caetano, que se
encarrega da gestão da cadeia de lojas) e, depois, vão ao lume, em
tachos grandes. Falta a receita: juntam-se os ingredientes (sal,
cebola, alho, knorr, malagueta e orégãos, não utilizam bacon) e,
depois de levantar fervura, espera-se entre seis e dez minutos pela
sua cozedura. Os tachos que saem dos 17 fogões (e que se enchem com 20
quilos cada um) estão, agora, prontos a serem servidos.

Fotos: José Caria

FRANCISCO CONDE

Pontos de venda: Pingo Doce, Jumbo e Makro; lojas take-away Casa dos
Caracóis: Barreiro, Montijo, Foros de Amora, Brejos de Azeitão e
Lagoinha

Preços: €5 (750 ml), €8,50 (1200 ml), €13 (1,650 ml), €21 (2,50l), €29 (5l)


http://visao.sapo.pt/vida-de-caracol=f732969

AJAP promove internacionalização do sector agrícola no espaço da CPLP

A AJAP - Associação dos Jovens Agricultores de Portugal realiza no
próximo dia 14 de Junho, pelas 10h, na Sala Lezíria do Santarém Hotel,
em Santarém, um Seminário denominado "O Contributo da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa para a Internacionalização do Sector
Agrícola".

O fórum em apreço visa a apresentação de Oportunidades de Negócio e
Cooperação no espaço da CPLP, nomeadamente esclarecer os Empresários
Portugueses relativamente a eventuais apoios nacionais à
internacionalização e contará com a participação activa da Secretaria
de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e
Aquicultura da Bahia - Brasil, para além da FAO e da AICEP.

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/06/13.htm

Futuro da agricultura Ibéria em debate em Santarém

O Deputado Europeu Capoulas Santos, Relator do PE para a Reforma da
PAC, apresenta em Santarém, no dia 14 de Junho, no Auditório do CNEMA,
os resultados das negociações do Trilogo Comissão/Parlamento/Conselho
que, nos termos da co-decisão instituída pelo Tratado de Lisboa têm
vindo a decorrer desde 11 de Abril e cujo término está previsto para o
final de Junho, sob Presidência Irlandesa do Conselho.

Os agricultores portugueses terão assim oportunidade de conhecer "em
primeira mão" os principais aspectos das novas regras da PAC e as
consequências da sua aplicação para Portugal, em particular no que diz
respeito aos novos critérios para o calculo dos apoios financeiros
para o sector para o período 2014/2020.

Fonte: Delegação Socialista Portuguesa no Parlamento Europeu

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/06/13e.htm

PCP exige "conclusão urgente" da Obra Hidroagrícola do Baixo Mondego

Lusa - Esta notícia foi escrita nos termos do Acordo Ortográfico
12:07 Quarta feira, 12 de Junho de 2013 |


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Coimbra, 12 jun (Lusa) -- O PCP anunciou hoje ter recomendado ao
Governo a "conclusão urgente" da Obra Hidroagrícola do Baixo Mondego e
a fixação de um calendário que envolva a totalidade das obras
necessárias, que preveja a sua conclusão em cinco anos.

No projeto de resolução de 07 de junho, hoje divulgado em nota de
imprensa, o PCP pede a "concretização urgente das obras de engenharia
hidroagrícola e de emparcelamento da Obra Hidroagrícola do Baixo
Mondego, integrando-a numa política agrícola que desenvolva as
potencialidades da região e que defenda a produção nacional".

Aquele partido defende também a "dotação através de financiamento
público das verbas adequadas às necessidades da conclusão" da obra e
"a realização de um estudo sobre as potencialidades agrícolas do Vale
do Mondego como instrumento para definição de uma estratégia de
desenvolvimento que deverá estar traçada aquando da conclusão das
obras".


http://visao.sapo.pt/pcp-exige-conclusao-urgente-da-obra-hidroagricola-do-baixo-mondego=f735002

Falemos de agricultura, excelentíssimo Presidente

Daniel Oliveira
8:00 Quarta feira, 12 de junho de 2013


No discurso do 10 de junho, o Presidente da República concentrou a sua
intervenção no "pós-troika". Já aqui disse o que pensava sobre o
assunto: discutir o que fazer depois ignorando o que se está a fazer
agora é uma forma habilidosa de demissão das responsabilidades
políticas de cada um. O futuro de Portugal está a decidir-se agora e
não é indiferente ao que se possa fazer no futuro os erros que, numa
altura tão sensível, sejam agora cometidos.

Cavaco Silva concentrou grande parte da sua intervenção na
agricultura. A agricultura é um excelente tema para discutir o futuro
próximo e o passado recente de Portugal. Porque foi nela que sentiu de
forma mais violenta os erros cometidos na integração europeia - de que
Cavaco Silva foi apenas o estreante que deu o mote para os governos
seguintes -, a função cumprida pelos fundos estruturais, a cegueira do
poder político e do modelo de desenvolvimento em que apostou, os
efeitos do mercado único europeu para os países periféricos e os
efeitos devastadores do euro na nossa economia. E é também o melhor
exemplo de como sair desta crise, já que tem como principal
característica a fraca incorporação, para a produção, de bens
importados. Recordo que as exportações nacionais incorporam, em média,
40% de importações. Na agricultura e nos sectores ligados à floresta
incorporam apenas 27%. Diria mesmo, apesar de não ser esse o tema
desta crónica, que seria o sector que mais ganharia com o fim do euro
ou a saída de Portugal da moeda única.

Mas o que Cavaco Silva queria era "contrariar algumas ideias feitas".
E percebemos imediatamente ao que vinha. É ao que vem sempre:
defender-se de críticas, falar dele próprio fingindo que fala do País.
É sabido que uma das maiores críticas que se faz ao legado cavaquista
é exatamente no sector da agricultura e pescas, cujo peso na economia
era visto, na altura, como sinal de um país atrasado. E Cavaco quis
pintar um retrato diferente. Escolhendo cirurgicamente os números que
o poderiam socorrer e os indicadores que pudessem contrariar o que se
nota à vista desarmada.

Concentro-me nos dados que nos são exibidos pelo recente estudo "25
anos de Portugal Europeu" (cuja leitura aconselho), do insuspeito
Augusto Mateus e da ainda mais insuspeita Fundação Francisco Manuel
dos Santos. Aí, pode observar-se que, ao contrário do que aconteceu
noutros sectores, este foi o único cuja produtividade divergiu em
relação à média comunitária. Entre 1986 e 2008 o Valor Acrescentado
Bruto gerado pelo sector primário passou de 10% para 2%. Portugal
passou de 7º para 12º lugar na representatividade económica do sector
(agricultura, silvicultura e pescas). Houve uma queda do volume de mão
obra usada (que Cavaco quis traduzir numa maior competitividade que
não se verificou) para metade. Entre 1989 e 2009 o número de
explorações agrícolas caiu 50%. Muito bem, ficaram maiores. Mas a
superfície agrícola utilizada também caiu 9%. A capacidade da frota
pesqueira caiu para metade e desapareceram quatro quintos das
embarcações de pesca sem motor.

Entre 1986 e 2008, o aumento real da produção agrícola ficou abaixo
dos 25% e na pesca caiu 7%. Portugal manteve-se a meio da tabela
europeia no crescimento de produção alimentar mas agravou bastante a
taxa de cobertura das importações pelas exportações de bens
alimentares. Ela era de 43% em 1990 e passou para os 32% em 2010. Na
Europa dos 27, só o Reino Unido está pior. Em 1986 importávamos 35% do
que comíamos. Em 2007, importamos 50%. Porque, com as alterações do
consumo, passamos a consumir coisas que não produzíamos? Não. Porque
passamos a importar produtos em que éramos praticamente
autossuficientes: hortaliça, fruta, carne e leite. E em 2007, Portugal
importava mais de quatro quintos do peixe, oleaginosas e cereais que
consumia.

Sim, o tema da agricultura é excelente para discutir porque aceitámos
ser financiados para não produzir, numa visão distorcida do que
deveria ser a modernização deste sector. Sim, é excelente para
falarmos do que foi o desastroso ordenamento do território, a
destruição do mundo rural e a desertificação do interior. Sim, é
excelente para provar o crónico desequilíbrio de poderes na União
Europeia, de que a PAC é apenas um dos exemplos mais escandalosos.
Sim, é excelente para discutir os efeitos de uma moeda forte, que
torna a importação mais interessante do que a produção para exportar e
que arrasou com a competitividade externa de um País que ainda tinha
de fazer muito para viver num mercado aberto. Sim, é um excelente
tópico para discutir os efeitos que a nossa permanência no euro, nas
atuais circunstâncias, terá para a nossa economia. E para
determinarmos quais são os sectores onde temos de apostar.

A agricultura só não é um bom tema para Cavaco Silva puxar dos galões
dos seus 10 anos de tempo, oportunidades e dinheiro perdidos. Não foi,
longe disso, o único responsável pelos números que aqui deixei. Mas
foi o primeiro a ignorar a insustentabilidade de um País que desistia
de produzir bens transacionáveis. Que se entregava a uma insuportável
dependência alimentar. Que se virava quase exclusivamente para os
serviços (muitos deles sem acrescentarem valor ao que era produzido) e
para a construção em obras públicas (que, sendo precisa, foi muito
para além das nossas necessidades quando o dinheiro que chegava em
barda nos permitiria desenvolver as nossas atividades produtivas) e na
habitação (que, através do financiamento público aos pedidos de
empréstimos para compra de casa por jovens e ao absoluto desprezo pelo
mercado de arrendamento e a reabilitação, contribui de forma decisiva
para o endividamento privado). Foi o primeiro, mas não o único, a ter
uma posição acrítica das políticas europeias, que ainda hoje domina a
vida política portuguesa. A resumir toda a discussão do papel de
Portugal na Europa aos montantes dos fundos estruturais que se
encarregou de estourar como se não houvesse amanhã.

Com habilidades estatísticas, Cavaco Silva quis que nos esquecêssemos
das suas responsabilidades políticas. De como o que diz hoje é em tudo
o oposto do que fez ontem. Escolheu mal o tema. O que aconteceu à
nossa agricultura é o melhor retrato de todos os erros que cometemos
na nossa integração europeia. E Cavaco Silva, que teve uma década para
fazer as escolhas certas, o seu principal protagonista.


http://expresso.sapo.pt/falemos-de-agricultura-excelentissimo-presidente=f813253

Jovens agricultores em destaque no Dia Portugal

A convite, de Sua Excelência o Presidente da República, a AJAP marcou
presença com enorme satisfação nas comemorações do Dia de Portugal, de
Camões e das Comunidades Portuguesas, em Elvas.

Duplamente satisfeita porque ouviu um discurso 90% voltado para a
Agricultura e para os Agricultores.

O seu conteúdo pode ser discutido, mas a realidade é que temos em
Portugal um sector, tantas vezes marginalizado, de que nos podemos
orgulhar. Mergulhado em dificuldades e problemas estruturais que se
arrastam do passado, não desta "crise", a actividade Agrícola sempre
soube responder e, nomeadamente agora, que lhe é dado algum conforto
político, destaque na imprensa e na sociedade em geral.

Estes sinais, este destaque, não podem ser apenas momentâneos, pois as
sementes demoram a dar frutos, mas esta resposta dos agricultores
instalados e dos que estão a agarrar este desafio pela primeira vez,
pode, se devidamente acompanhada, demonstrar que a nossa agricultura é
eficiente e competitiva, porque temos produtos de excelência, com
qualidade única.

Uma parte do discurso do Senhor Presidente foi dedicada aos Jovens
Agricultores. Jovens esses para quem a AJAP trabalha todos os dias,
tendo efectuado inúmeros alertas à tutela para que o êxito que todos
lhe desejamos, seja devidamente acautelado.

A nossa agricultura é a mais envelhecida da Europa, e o número de 6000
Jovens Agricultores instalados através do Proder, é extremamente
animador para o futuro. Esse futuro para muitos Jovens Agricultores
que todos queremos construir deve assentar em alicerces devidamente
fundamentados, daí que a formação profissional agrícola, o
acompanhamento técnico qualificado no terreno nos primeiros anos de
vida de instalação, e a concentração da produção, são ferramentas
extremamente importantes que devem constar no próximo período de
programação 2014-2020.

Temos um grande trabalho pela frente, e uma responsabilidade Nacional,
que exige a maior e melhor colaboração entre todos os agentes do
sector.

Rejuvenescer o tecido agrícola e combater a desertificação são
cruciais no futuro, é a dinâmica entendida como necessária para o
Mundo Rural, que deve ter como pilar a inovação e o empreendedorismo
que os Jovens Agricultores e os Jovens Empresários Rurais lhe podem
conferir.

A este propósito a AJAP tem-se empenhado nos últimos anos na
fundamentação dum vasto trabalho que visa reconhecimento de uma nova
figura - Jovem Empresário Rural - apadrinhada por Sua Excelência o
Senhor Presidente da República. Muito resumidamente "Jovem Empresário
Rural" é o jovem que pretende desenvolver no espaço rural uma
actividade empresarial complementar da actividade agrícola, e
preferencialmente potenciadora do ambiente e dos recursos naturais.

Este é um exemplo do trabalho que a AJAP tem feito para contribuir
para um Mundo Rural novo e dinâmico.

Parabéns aos Agricultores e à Agricultura!

O Presidente da AJAP

Ricardo Brito Paes

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/06/13c.htm

Central de cogeração da Galp Energia melhora o desempenho ambiental e energético na Primores do Oeste

Eficiência energética no sector agro-alimentar


A Galp Energia e a Primores do Oeste inauguraram ontem a central de
cogeração Agroger e o novo complexo de estufas por esta servido, um
projecto conjunto que veio contribuir de forma decisiva para a
melhoria da performance energética e ambiental do complexo hortícola.

A instalação desta central ao serviço dos 25 hectares de plantação
permite satisfazer as necessidades de energia térmica essencial ao
funcionamento das estufas, com inequívocos ganhos de eficiência para a
Primores do Oeste, que aproveita a totalidade do calor gerado na
produção de electricidade. Ao assegurar a produção simultânea de
electricidade e calor, a Agroger obtém ainda um rendimento eléctrico
equivalente que ronda os 80% face aos cerca de 60% das mais modernas
centrais de ciclo combinado, um contributo decisivo para uma efectiva
redução da importação de energia a nível nacional.

Também o desempenho ambiental foi substancialmente melhorado. A
utilização do gás natural como energia primária associada à redução do
consumo energético são vantagens ambientais inequívocas, a que se soma
a particularidade deste projecto que aproveita também cerca de 80% do
dióxido de carbono (CO2) gerado pela central para o seu processo
produtivo. De facto, a Primores do Oeste utiliza o CO2 para acelerar a
fotossíntese, estimulando o crescimento dos produtos hortícolas e
permitindo a sua produção fora de época.

Desta forma será possível deslocar a época de produção de hortícolas
intensivas, nomeadamente tomate e pimento, para um calendário temporal
tradicionalmente vedado à produção nacional (produções de
Outono/Inverno), com ganhos significativos na capacidade nacional de
colocação de produtos portugueses, em detrimento de importações de
outros países. Assim, a Primores do Oeste poderá assegurar uma oferta
de produtos de elevada qualidade ininterruptamente ao longo de todo o
ano.

Esta parceria é um exemplo de como a Galp Energia e a Primores do
Oeste promovem a utilização de energia de uma forma mais racional e a
partir de fontes mais limpas, com o objectivo de contribuir para a
redução da factura energética nacional e das emissões de gases com
efeitos de estufa.

Fonte: Galp

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/06/13b.htm