domingo, 9 de outubro de 2016

Barragens em fim de vida dão origem a 20 hectares de terra para cultivo


O Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território deu início em Beja, na barragem da Misericórdia, ao processo de demolição de infraestruturas que atingiram o limite útil de vida.

Ao abrigo da Estratégia Global de Reposição do Continuum Fluvial, o Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território (MAOT) identificou oito barragens que vão ser destruídas.

A estratégia de demolir as barragens "já esgotadas", visa a "reposição de linhas de água" e das características dos "sistemas fluviais, dos habitats aquáticos e ribeirinhos", justificou Carlos Martins, secretário de Estado do Ambiente, que esteve presente em Beja e Pias (Serpa), nas operações de abertura de rasgos no corpo das barragens da Misericórdia e da Sardinha.

André Casadinho, o proprietário da barragem da Misericórdia e terras limítrofes, localizadas na freguesia e concelho de Beja, revelou que "a intervenção custa 50 mil euros", justificando esta vai permitir "rentabilizar dois hectares de terras de cultivo", revelando que inicialmente vai "colocar um pivot de rega e plantar cereais" e que posteriormente poderá reverter para colza, "uma cultura rentável", concluiu.

"A alteração da forma de rega só é possível face às infraestruturas de Alqueva", que permitir passar para o regadio em pressão", disse o secretário de Estado.

Carlos Martins justificou a presença nestas duas ações com o facto das obras de duas infraestruturas serem "suportados pelos empresários" e que ao mesmo tempo "devolvem à capacidade agrícola", vinte hectares de terra (dois em Beja e dezoito em Pias), que segundo o secretário de Estado, "mudam o paradigma e visão de uma importante atividade em Portugal e na região".

Foi criado no Conselho Nacional da Água (CNA) um grupo de trabalho que "vai identificar nas mais de seis mil barragens de Portugal outro conjunto que possa merecer prioridade de intervenção e deixar de perturbar o escoamento da rede hidrográfica", adiantou Carlos Martins.

O secretário de Estado revelou que o estudo do grupo de trabalho do CNA "deverá estar concluído até ao final do primeiro trimestre de 2017", identificando as infraestruturas a intervir, com verbas, "dos proprietários ou fundos públicos", segundo as iniciativas sejam "privadas ou públicas" concretizou.


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