13-10-2016
O Copa-Cogeca lançou um alerta contra os planos da Comissão Europeia de reduzir progressivamente os biocombustíveis convencionais depois de 2020, durante o debate organizado pela "Alianza Europea" das oleaginosas no Parlamento Europeu.
Durante a sua intervenção, o presidente do grupo de trabalho "Oleaginosas" do Copa-Cogeca, Arnaud Rousseau, declarou estar «muito preocupado pela proposta da Comissão de reduzir progressivamente os biocombustíveis convencionais sustentáveis incluídos na Estratégia da União Europeia (UE) sobre a mobilidade de baixas emissões».
Rousseau assinalou que os agricultores têm pela frente desafios excepcionais e retirar-lhes os rendimentos adicionais derivados da produção de biodiesel seria outro duro golpe para os agricultores e para a economia em geral. A saída de biodiesel contribui igualmente para reduzir a volatilidade dos preços das oleaginosas e ao mesmo tempo protege a biodiversidade.
Por seu lado, o secretário-geral do Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, referiu que «os biocombustíveis não ajudam apenas a descarbonizar o sector dos transportes mas também apoiam os países a alcançar os objectivos do clima, para além de equilibrarem o mercado das matérias-primas e asseguram um bom fornecimento de rações, já que apenas uma parte da colza ou do trigo é usada para produzir biodiesel e bioetanol».
O resto é um subproduto rico em proteínas utilizado nas rações. Por cada litro de bioetanol produzido, resulta em 1 a 1,2 quilos de matéria proteaginosa e 60 por cento das sementes de colza são transformadas em farinha. Esta é uma forma eficaz de produtos proteínas vegetais para rações e para a economia. A União Europeia (UE) importa 70 por cento das suas necessidades de farinha de soja a um custo de 12 mil milhões de euros por ano. Para além de fazer parte da bioeconomia, mediante o uso dos biocombustíveis, suporta o crescimento económico e a criação de emprego nas zonas rurais da UE.
A Comissão pretende suprimir progressivamente os biocombustíveis convencionais na UE, pelos supostos efeitos indirectos das emissões de dióxido de carbono (CO2) causadas pela desflorestação e a conversão das turfeiras dos países não membros da UE, o que é inaceitável. Os agricultores europeus não têm que enfrentar este problema, afirma Pesonen.
«A União Europeia deve promover a introdução de uma legislação ambiental efectiva que permita impedir estas mudanças no uso da terra», concluiu o secretário-geral do Copa-Cogeca.
Esta acção será celebrada, igualmente, no quadro da reforma da directiva relativa à energia renovável na União Europeia, que se aguarda para finais do ano.
Fonte: Agrodigital
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