Um matadouro na Polónia foi apanhado por câmaras de televisão a preparar carne de vacas com feridas e tumores. Europa está em alerta.
Imagens captadas com câmara oculta, emitidas pelo canal TVN24 mostram animais doentes a serem mortos num matadouro situado na região de Mazóvia TVN24
A União Europeia está em alerta. Carne de um matadouro polaco apanhado a abater animais doentes pode ter chegado a nove Estados-membros. O Ministério da Agricultura português garante que foi reforçada a fiscalização e que até agora não foi detectado nenhum problema.
O escândalo estourou no último sábado. Imagens captadas com câmara oculta e emitidas pelo canal TVN24 mostram animais doentes a serem mortos num matadouro situado na região de Mazóvia, a pouco mais de cem quilómetros de Varsóvia. O controlo veterinário era pouco ou nenhum. Havia vacas que nem conseguiam manter-se de pé. Ao preparar a carne para vender, os trabalhadores retiravam feridas, tumores e outros sinais de que a carne estava imprópria.
O alarme propagou-se. A Polónia é um dos principais produtores de carne da União Europeia. Produz cerca de 560 mil toneladas de carne bovina por ano e vende 85% para o exterior.
Quem estava a consumir aquela carne? Dentro do espaço comunitário não há operações e importação e exportação, há livre circulação de pessoas e bens. As autoridades puseram-se a investigar. E a Euronews avançou esta manhã que entre os países de destino da carne que saía daquele pequeno matadouro estão Portugal, Estónia, Finlândia, França, Hungria, Lituânia, Roménia, Suécia e Espanha.
Agora, a prioridade "é rastrear e retirar do mercado todos os produtos oriundos deste matadouro". "Eu peço aos Estados-membros afectados que tomem medidas rápidas", declarou, em comunicado, o comissário europeu responsável pela segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis,
Em Portugal, segundo adiantou o Ministério da Agricultura, a Direcção-Geral de Alimentação Veterinária reforçou a fiscalização dos matadouros, uma vez que alguns funcionam como interpostos de carne. Outras entidades, como a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), reforçaram o controlo de outros pontos de distribuição de carne. Para já, não foi detectada carne contaminada.
O caso levanta dúvidas sobre os mecanismos de controlo instituídos dentro do espaço comunitário. "Exorto as autoridades polacas a concluírem urgentemente as suas investigações, tomando todas as medidas necessárias para garantir o respeito da legislação da UE, incluindo sanções eficazes, rápidas e dissuasivas contra os autores de um comportamento criminoso que representa um risco para a saúde pública e retrata um tratamento inaceitável dos animais", escreveu Vytenis Andriukaitis.
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