24 fev 2019 10:32
Atualidade · 22 fev 2019 13:39
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O porco alentejano, criado e produzido pelo criador português Rodrigo Duarte nos Estados Unidos, ganhou hoje o prémio na categoria de melhor gordura de porco no concurso Charcuterie Masters, em Nova Iorque.
NUNO VEIGA/LUSA
O Charcuterie Masters é considerado um campeonato nacional de charcutaria dos Estados Unidos da América (EUA) e decorreu, junto com uma feira de charcutaria, na noite de sábado (madrugada de domingo em Lisboa) num salão emblemático de Nova Iorque, o Flushing Town Hall.
Dois andares, duas salas, quatro dezenas de vendedores e concorrentes, 60 variedades de produtos, muitos cheiros e sabores fizeram a edição de 2019 de um prémio nacional, que, através dos seus participantes, se estendeu ao vizinho Canadá, Inglaterra e a Portugal.
O prémio para o porco alentejano, o sétimo ganho pela empresa portuguesa neste concurso, significa muito para Rodrigo Duarte, imigrante português que em 2006 abriu o mercado de produtos gourmet Caseiro e Bom em Newark, Estados Unidos.
"É muito importante para Portugal, para a nossa raça portuguesa e para desenvolver a cultura portuguesa", diz Rodrigo Duarte, que considera que a carne de origem portuguesa tem "extrema qualidade", "um paladar excelente" e está a ser reconhecida nos EUA.
O porco alentejano "é uma raça extraordinária, com poder tremendo de charcutaria", descreve o suinicultor.
"É um facto, nós somos portugueses no meio dos americanos a lutar com produtos típicos portugueses, de forma que é um bocado duro", reconhece Rodrigo Duarte, dizendo que "temos que ser persistentes e continuar sempre a bater na mesma tecla: o que é português é bom".
A afluência da clientela à banca de Rodrigo Duarte foi grande, chamada por uma demonstração em palco dos produtos portugueses, que incluíam presunto e chouriço alentejano, paio caseiro, morcela, orelha de porco, salsicha "saucisson" em vinho do Porto e outros.
A produção anual da Caseiro e Bom é de três mil presuntos anuais, dos quais um terço é de porco de pata negra vindo de Portugal, de linha pura alentejana, mas já nascido nos Estados Unidos e criado de forma natural e artesanal.
"Somos um bebé no mundo dos presuntos, ainda", diz Rodrigo Duarte, mas a ambição da empresa portuguesa é a implantação de uma fábrica nos Estados Unidos, para aumento do nível de produção e de venda, com o objetivo de chegar a 30 mil peças por ano, dentro de cinco anos.
Rodrigo Duarte orgulha-se de ser o primeiro a conseguir importar porcos portugueses e importar sémen de porco de pata negra para os Estados Unidos, através de um protocolo com o governo português.
Há quatro anos, a visão de negócio passou a ser partilhada em escolas dos EUA, ao receberem aulas de charcutaria lecionadas por Rodrigo Duarte e pela sua equipa para manter viva esta parte da cultura portuguesa, mesmo fora de casa.
"Se nos não sairmos de casa e não mostrarmos, ninguém vai a nossa casa ver como é que funciona a nossa cultura", reflete o emigrante português.
Na visão de Rodrigo Duarte, ainda há muitas oportunidades para desenvolver e promover a cultura portuguesa nos Estados Unidos e o futuro para isso é "risonho", sendo que promete continuar a trabalhar nesse sentido.
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