08 DE MAIO DE 2019 - 22:25
Controlo de viajantes é uma das medidas preventivas que está em cima da mesa.
O ministro da Agricultura disse hoje, em Rio Maior, que o Governo está a preparar medidas, como a redução de javalis e controlos de viajantes, para evitar que o vírus da peste suína africana (PSA) afete a suinicultura nacional.
Luís Capoulas Santos, que hoje abriu o 9.º Congresso Nacional de Suinicultura, a decorrer até quinta-feira no Cineteatro de Rio Maior (distrito de Santarém), salientou o "bom momento" que o setor está a viver e pediu uma "atenção redobrada" para que não seja posto em causa por uma peste que afetou o país durante 30 anos e que se encontra erradicada desde 1996.
"O país está indemne, não estou a lançar alarmismo, mas a chamar a atenção da população para uma conduta consciente", pois "toda a atenção e todo o cuidado é pouco", disse, referindo que, além de um plano para a redução da população de javalis, estão a ser preparadas medidas de controlo de viajantes provenientes de países afetados.
Capoulas Santos afirmou que se trata de um vírus "muito resiliente" que tem vindo a alastrar na Ásia e no leste europeu, tendo já atingido países como a Bélgica e a Itália, o que é facilitado pela "enorme movimentação de pessoas de todo mundo".
"Muitas trazem alimentos contaminados, o vírus pode vir com a roupa, nos sapatos", disse, sublinhando que, apesar de as explorações estarem confinadas e terem adotado todas as prevenções possíveis, há "sempre um risco enorme".
Tendo alastrado a partir das populações de javalis, este será um dos alvos das medidas em curso, estando a Direção Geral de Alimentação e Veterinária e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) a trabalhar com as organizações de caçadores para reduzir os efetivos destes animais, afirmou.
"Por outro lado, vamos ver nos aeroportos e nos controlos de pessoas até onde poderemos ir para introduzir algumas medidas preventivas adicionais e alertando a população de que se abstenha de consumir todos os produtos que sejam trazidos", como enchidos ou alimentos frescos que venham das origens afetadas, e tenha "todo o cuidado com a forma como são destruídos", pois, muitas vezes, são dados aos animais ou lançados nos campos, onde estes os consomem, declarou.
Capoulas Santos lembrou que, há três anos e meio, quando iniciou funções, o setor atravessava, há um ano, uma "enorme crise", tendo revelado uma "enorme resiliência", a ponto de estar agora a viver um momento de "grandes oportunidades", nomeadamente com a possibilidade de exportar para a China, um dos países afetados pela PSA.
Segundo disse, o ministro chinês das Alfândegas, respondendo a um convite feito há seis meses, estará em Portugal nos próximos dias 26 e 27, altura em que espera assinar protocolos relativos a este setor, mas também ao dos frutícolas (uva de mesa, pera, maçã).
Capoulas Santos afirmou que a internacionalização tem sido uma "prioridade" para o seu Ministério, exemplificando com a abertura de 55 mercados para 208 produtos (159 de origem animal e 49 de origem vegetal), a que se juntou hoje a possibilidade de exportação de pombos-correio para o México.
Disse ainda que está a ser trabalhada a abertura de outros 59 mercados, para viabilização da exportação de 273 produtos (221 da área animal e 52 da área vegetal).
O 9.º Congresso Nacional de Suinicultura tem como temas centrais as potencialidades do mercado chinês para o setor e os desafios que se abrem com a produção de carne sintética, atualmente em fase de investigação.
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