segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Produção de castanha sofre quebra de 20% devido ao clima

Terras de Montenegro


A produção de castanha no concelho de Valpaços, que representa um
volume de negócio de 15 a 20 milhões de euros na região, sofreu uma
quebra de 20 por cento devido ao verão seco, disse hoje um
responsável.

As três denominações existentes em Trás-os-Montes e Alto Douro
correspondem a 85 por cento da produção de castanha nacional As três
denominações existentes em Trás-os-Montes e Alto Douro correspondem a
85 por cento da produção de castanha nacional Imagem:
Fir0002/Flagstaffotos licença GFDL

O presidente da junta de freguesia de Carrazedo de Montenegro, Alípio
Barreira, afirmou à agência Lusa que era esperado um decréscimo na
produção da castanha, devido ao verão prolongado, quente e seco, mas
não "tão acentuado".

As últimas chuvas melhoraram a produção e a qualidade da castanha que,
este ano, é "de excelência", acrescentou.

Por este motivo, o fruto está a ser pago, diretamente ao produtor,
entre 2 e 2,5 euros, comparativamente ao preço máximo de 1,80 euros do
ano passado.

Segundo o autarca, a produção é menor, mas como o preço subiu ajuda a
colmatar os prejuízos.

"Nenhum produtor fica com castanhas em armazém, tal é a procura,
aliás, há mesmo compradores que esperam pelos agricultores à entrada
dos soutos para negociarem na hora", garantiu.

O "petróleo" da região, Terras de Montenegro, é escoado entre os 70 a
80 por cento para países como França, Itália, Brasil e Canadá,
sublinhou.

Sendo uma atividade rentável, Alípio Barreira arriscou dizer que
"quase 95 por cento" da população da região tem um souto porque é um
extra no rendimento do agregado familiar e, nalguns casos, o principal
meio de subsistência.

Por isso, explicou, a plantação de soutos têm aumentado
significativamente, sobretudo por jovens agricultores, ajudando a
atenuar a destruição de castanheiros pelas doenças da tinta e cancro.

O presidente da Câmara de Valpaços, Francisco Tavares, garantiu que a
castanha é o "ouro" da região de Trás-os-Montes porque é o principal
sustento económico das famílias e, anualmente, gera uma receita entre
os 15 e 20 milhões de euros.

"A castanha é uma riqueza e uma mais-valia concelhia para os
agricultores da região que, ao longo dos tempos, vão sabendo
aproveitá-la e tirar partido das suas potencialidades", frisou.

As Terras de Montenegro estão inseridas na Denominação de Origem
Protegida (DOP) da Padrela, que se estendem pelos concelhos de
Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, Chaves e Murça que produzem,
anualmente, entre seis a oito mil toneladas de castanha.

As três denominações existentes em Trás-os-Montes e Alto Douro,
designadamente Soutos da Lapa, Terra Fria e Padrela, correspondem a 85
por cento da produção de castanha nacional.

A 16.ª edição da Feira da Castanha, que decorre em Carrazedo de
Montenegro até domingo, divulga o "ouro" da região, produtos e doces
convencionados com o fruto, peças de artesanato e dá a provar um bolo
com 600 quilos.

Lusa

http://noticias.sapo.pt/economia/artigo/producao-de-castanha-sofre-quebr_5189.html

Sem comentários:

Enviar um comentário