INCÊNDIOS FLORESTAIS RESSURGEM COM VIOLÊNCIA
MEDIDAS DEMOGÓGICAS DO GOVERNO NÃO OS APAGAM NEM OS EVITAM…
Com condições climáticas mais propícias, aí temos os Incêndios Florestais extensos e violentos ! Aí temos a Floresta Nacional pasto das chamas com os consequentes e muito elevados custos económicos e ambientais. Com a insegurança e o drama das Populações.
Até 1 de Julho, já tinha ardido três vezes mais área de Floresta e Matos (cerca de 18 mil ha) que durante igual período do ano passado em que houve mais chuva.
Saliente-se que só agora começou a fase mais aguda dos Incêndios Florestais – a chamada fase "charlie" – que vai desde 1 de Julho a 30 de Setembro.
A Floresta Nacional continua desprotegida e desordenada, pronta para arder e, isto, para além de atacada por doenças e pragas de todos os tipos e sem controlo eficaz. Doenças e pragas que incidem sobre quase todas as espécies florestais
Mas a mais devastadora "doença crónica" da Floresta Nacional é provocada pela continuada falta de prevenção efectiva de Incêndios e pela ausência prática de um correcto ordenamento florestal por parte dos sucessivos Governos. Com tamanha negligência oficial Governo atrás de Governo, são anos e anos seguidos com políticas agro-florestais verdadeiramente "incendiárias"…
Foi mesmo na Floresta que o PRODER (2007 – 2013) registou a mais baixa taxa de execução - menos de metade - do investimento agro-florestal inicialmente previsto. Aliás, a meio percurso deste Programa, foram cortados, pelo Governo, na ordem de 150 milhões de Euros inicialmente destinados à Floresta, inclusivé para acções de Prevenção de Incêndios.
Falham também alguns dos principais meios aéreos de combate aos Incêndios e o Governo não melhorou os apoios financeiros (e outros) às equipas de Sapadores Florestais.
MEDIDAS DEMAGÓGICAS E TAMBÉM FRAUDULENTAS POR PARTE DO GOVERNO
"APENAS" VÃO PÔR EM RISCO A SEGURANÇA DE MUITA GENTE…
Falamos da demagogia Governamental – perigosa para as Pessoas a envolver e não só – da "mobilização" de 2 200 desempregados e beneficiários do RSI para acções ditas de limpeza e vigilância da Floresta contra Incêndios.
Trata-se de uma autêntica fraude, perante os meios a disponibilizar e os objectivos a que é suposto estar destinada, fraude engendrada pelo Governo para a sua propaganda demagógica. Para fazer de conta que está com muita intervenção perante o flagelo dos Incêndios Florestais.
É perigoso colocar Pessoas impreparadas em acções ditas de vigilância e prevenção de Incêndios Florestais porque, deflagrado que seja um desses Incêndios, o impulso maior leva a que as Pessoas assim arregimentadas também se lancem no combate às chamas.
Também é puro cinismo o Governo vir dizer que faz essa malfeitoria para bem dos desempregados envolvidos…
E é, ainda, mais uma forma de desvalorizar, objectivamente, a nossa Floresta de uso múltiplo ou não-intensiva.
Fazer acções de vigilância, de limpeza da Floresta e sobretudo dar combate a Incêndios Florestais – quase sempre violentos e extensos – exigem preparação profissionalizada.
Exigem muito conhecimento do terreno, dos caminhos, dos ventos irregulares que os próprios Incêndios provocam e do estado da Floresta em cada caso. E, ainda assim, muitas vezes acontece a tragédia…
São, pois, situações que não se compadecem com esta espécie de duplo castigo: – primeiro, o estar-se desempregado; depois o ser-se obrigado a andar dentro da Floresta e assim poder vir a ser uma vítima dos Incêndios. Duplo castigo a aplicar pelo Governo a 2 200 desempregados que vão ficar em risco, pelo menos de cada vez que forem metidos (ou que se metam) a dar combate directo a Incêndios Florestais.
SIM, É NECESSÁRIA UMA POLÍTICA AGRO-FLORESTAL ALTERNATIVA !
QUE DEFENDA A AGRICULTURA FAMILIAR !
QUE DEFENDA A NOSSA FLORESTA DE USO MÚLTIPLO !
Coimbra, 13 de Julho de 2015
A Direcção da C N A
fonte: Comunicado CNA
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