A balança comercial portuguesa de derivados de carne agravou-se no ano passado, com as exportações a caírem 24 milhões de euros, para 104 milhões, e as importações a aumentarem 17 milhões, para 181 milhões de euros.
27 de março de 2018 às 12:08
Portugal anda a substituir exportações por importações de derivados de carne. A balança comercial deste sector, que vinha melhorando na primeira metade desta década - passou de um défice de 61 milhões de euros em 2010 para 19 milhões em 2015 - piorou bastante nos últimos dois anos.
As exportações nacionais de derivados de carne fixaram-se em 104 milhões de euros no ano passado, menos 24 milhões do que no ano anterior e inferiores em 31 milhões em relação a 2015, de acordo com um estudo da Informa D&B sobre o sector, a que o Negócios teve acesso.
Já as importações, que tinham estabilizado nos 155 milhões de euros em 2015, foram de 181 milhões em 2017, mais 17 milhões do que no ano anterior.
Resultado: o défice da balança comercial agravou-se em 41 milhões de euros no último ano, atingindo os 77 milhões.
O valor da produção situou-se em 970 milhões de euros em 2017, menos 0,5% do que em 2016, "alterando a tendência de moderado crescimento registada no biénio 2013-2016, num contexto de deterioração do saldo comercial com o exterior", explica a Informa D&B.
Apesar de tudo, ainda segundo o mesmo estudo, registou-se um aumento do número de empresas e de postos de trabalho no sector - em 2016 operavam em Portugal 480 empresas fabricantes de derivados de carne, mais 32 do que no ano anterior, as quais geravam um volume de emprego de 6.814 trabalhadores, o que traduz um crescimento anual de mais de duas centenas de empregos. Isto depois de ter perdido cerca de 800 trabalhadores nos anos anteriores.
É um sector em que predominam os operadores de pequeno tamanho, sendo que 77% do total tem um quadro de pessoal abaixo de 10 empregados e só 23 empresas empregam mais de 50 trabalhadores.
"Percebe-se uma notável concentração da actividade produtiva nas zonas Norte e Centro de Portugal, que reuniram 38% e 27%, respectivamente, do total de empresas em 2015. Segue-se a zona do Alentejo, com 21% dos fabricantes", remata a Informa D&B.
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