Fontainhas Fernandes
19 Junho 2018 às 00:00
Os jovens que pretendem frequentar a Universidade estão em fase de preparação dos exames nacionais e, em breve, terão de escolher o curso e a instituição onde irão obter formação superior. Os indicadores comprovam que os diplomados pelas universidades têm maior capacidade de inserção no mercado de trabalho, pelo que a empregabilidade tem vindo a ganhar maior relevância como critério de escolha.
Nos últimos anos, temos assistido a conhecidas mudanças e a novas tendências na escolha do curso. Vejamos o caso particular do setor agroalimentar, cuja procura de formação superior deverá aumentar nos próximos anos.
A agricultura era considerada uma atividade económica pouco relevante e sem futuro, fruto de políticas públicas erradas. No presente, o posicionamento é diferente e o setor agroalimentar e florestal tem revelado dinamismo, propulsor de novas tecnologias, estratégico e com futuro sustentável.
As projeções sobre o mercado de trabalho na União Europeia até 2025 confirmam também novas oportunidades de emprego em Portugal no setor da agricultura. Segundo os dados da FAO, a população mundial deverá atingir 8 biliões em 2025 e 9,6 biliões em 2050, o que irá exigir um aumento significativo da produção alimentar.
Por outro lado, Portugal traçou como meta atingir o equilíbrio da balança agroalimentar, em valor, o que exige aumentar a competitividade e a sustentabilidade do setor. O aumento das exportações portuguesas neste setor sugere que há mais produção, mais gente a trabalhar, a inovar, a acrescentar valor e, acima de tudo, tende a ser competitivo numa economia cada vez mais global e aberta.
O alcance desta ambição exige uma nova visão para a agricultura, com mais incorporação de conhecimento, recorrendo a tecnologias inovadoras, novos serviços de informação e a sistemas de decisão que recorram a tecnologias de comunicação. Indubitavelmente, esta agenda exige recursos humanos qualificados com competências em soluções tecnológicas, envolvendo a robótica, a imagem assistida por computador, a sensorização e a monitorização ambiental, na linha da chamada agricultura de precisão.
Em suma, a decisão de escolher uma formação superior obriga a uma reflexão prospetiva sobre as tendências do mercado de trabalho e os desafios da sociedade.
REITOR DA UTAD
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