Quatro empresas estatais angolanas do setor agrícola estão em risco, por não gerarem lucros, e o futuro será avaliado em 30 dias por um grupo de trabalho nomeado pelos ministros das Finanças e da Agricultura e Florestas.
Lusa
16 Julho 2018 — 09:12
Em causa, segundo despacho conjunto de 10 de julho, consultado pela Lusa, estão a Sociedade de Desenvolvimento de Perímetros Irrigados (Sopir), Sociedade de Desenvolvimento do Polo Agro-industrial de Capanda (Sodepac), da Empresa Nacional de Mecanização Agrícola (Mecanagro), bem como a Empresa de Rebeneficiamento e Exportação de Café (Cafangol).
O despacho conjunto reconhece o "esforço que o Estado angolano tem empreendido na busca de soluções para recuperação e revitalização das empresas públicas e a necessidade de se desenvolver ações concretas" para "aferir a situação atual" das quatro empresas de capital público.
O documento acrescenta, além da criação do grupo de trabalho, a "necessidade de acompanhar e monitorizar" as quatro empresas, "visando apresentar propostas concretas sobre o futuro" das mesmas.
O grupo será liderado por Walter da Cruz Pacheco, da Unidade de Gestão da Dívida Pública, e entre as tarefas consta a identificação das "principais causas que estão na base da incapacidade" daquelas empresas "em desenvolver os planos de negócios pré-concebidos para rentabilização" das mesmas.
A Lusa noticiou a 10 de maio que o Governo angolano prevê privatizar 74 empresas públicas a médio prazo, sobretudo do setor industrial, processo que entre 2013 e 2017 permitiu um encaixe financeiro para o Estado de quase 20 milhões de euros.
A informação consta de um documento enviado aos investidores, no qual é referido que Angola privatizou entre 2013 e 2017 um total de 29 pequenas empresas.
"Angola pretende privatizar mais 74 empresas a médio prazo. Globalmente, o Governo pretende vender toda a sua participação nessas empresas, a maioria das quais opera no setor industrial", lê-se no documento. Recorda ainda que a política de longo prazo do Governo é que as empresas que não sejam obrigadas a permanecer na esfera pública, por questões políticas, "devem ser privatizadas".
Contudo, o documento não adianta quais as empresas a privatizar ou o montante que o Governo estima arrecadar com essas operações.
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