05-09-2016
A produção agrícola bateu recordes na campanha de 2014/2015, nomeadamente de tomate para a indústria, girassol e azeite, com o rendimento da actividade a aumentar 3,5 por cento em termos homólogos, divulgou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística.
Nas "Estatísticas Agrícolas 2015", o Instituto Nacional de Estatística (INE) informa que o ano 2014/2015 foi «globalmente positivo para as produções agrícolas», com a produção de tomate para a indústria a bater recordes em 2015, com 1,8 milhões de toneladas, a maior produção dos últimos trinta anos.
Em destaque esteve também o girassol, com uma produção de 24,7 mil toneladas, o maior registo desde 2000. Para as culturas mediterrânicas o ano agrícola foi «igualmente favorável», com o aumento de 13,9 por cento da produção de vinho, face a 2014 e de azeite que registou um máximo histórico, atingindo 1,19 milhões de hectolitros, o terceiro maior registo dos últimos cem anos.
Com excepção da redução das produções de cereais de Outono/Inverno, pêra e batata, todas as restantes produções agrícolas vegetais aumentaram na campanha agrícola 2014/2015, destacando-se as subidas da produção nos frutos de caroço, frutos secos e maçã.
Na pecuária, a produção total de carne em 2015 aumentou 5 por cento, (mais 1,7 por cento em 2014, «tendência generalizada à produção de carne de todas as espécies pecuárias», sublinha o INE.
A produção de carne de bovino aumentou 11 pontos percentuais (p.p.) depois de três anos em queda, e atingiu as 89 mil toneladas, 80 mil toneladas em 2014, enquanto a produção de carne de suíno subiu 4,9 p.p., para o qual contribuiu o aumento do efectivo suíno verificado no final de 2014.
A produção das carnes de ovinos e caprinos aumentou 2,1 pontos, diz o INE, salientando que em 2015 foi atribuído um maior montante para o prémio aos ovinos e caprinos, tendo sido simplificadas as respectivas condições de candidatura.
Quanto à carne de animais de capoeira, esta atingiu as 352 mil toneladas, o que corresponde a um aumento de 4,3 por cento, face a 2014, valor para o qual «contribuiu decisivamente o acréscimo da produção de frango em 5,1 por cento», resultado de uma maior produção dos aviários de multiplicação.
A produção bruta de ovos de galinha atingiu um aumento global de 9,8 pontos, na sequência dos aumentos de produção de 10,2 p.p. nos ovos para consumo e 7,9 pontos nos ovos para incubação.
A produção total de leite apresentou uma variação positiva de 0,6 por cento face a 2014, atingindo os 1.953 milhões de litros, 1.940 milhões de litros em 2014.
O INE explica que a descida em 2 por cento do índice de preços dos alimentos compostos para animais e o escoamento pela indústria, cooperativa e privada, de todo o leite produzido explicam em grande parte este acréscimo.
Em 2015, verificou-se uma descida de 2,1 por cento no índice de preços de produção dos bens agrícolas (preços no produtor), -5,2 p.p. em 2014, tendo sido o leite em natureza, -15 por cento; os suínos, -13,3 e os outros animais, -9,6 por cento os que mais contribuíram para essa variação.
Além disso, afirma que o ano agrícola 2014/2015 ocorreu entre um ano de 2014 climatologicamente classificado como húmido e quente e um ano de 2015 extremamente seco, o sexto mais seco desde 1931 e o quarto desde 2000, e adianta que as condições climatéricas favoreceram as produções das culturas de Primavera/Verão, pomares, vinho e azeite.
O instituto de estatística refere também que a segunda estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2015, elaborada com dados disponíveis até 29 Janeiro 2016, apontou para uma subida do rendimento da actividade agrícola, por unidade de trabalho ano (UTA), de 3,1 por cento em termos reais, face a 2014.
A evolução estimada reflete o efeito conjugado do aumento nominal do valor acrescentado bruto (VAB) a preços de base, 4,5 por cento, da diminuição dos subsídios, -7,4 pontos e do decréscimo do volume de mão-de-obra agrícola, -3,7 por cento.
Fonte: Lusa; INE
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