01-09-2016
A riqueza do município da Sertã assenta na natureza, principalmente, na floresta e na madeira, sector que é o maior polo empregador e mais importante fonte de receitas de uma economia que apostou, também, na ciência para se desenvolver.
Com uma área de cerca de 450 quilómetros quadrados e uma mancha florestal a cobrir mais de 70 por cento do seu território, a Sertã assistiu à inauguração, no verão de 2015, do Centro de Inovação e Competências da Floresta (SerQ) da Sertã, um investimento de mais de dois milhões de euros, que «veio permitir trabalhar a certificação das madeiras e o desenvolvimento de produtos e soluções para o sector», segundo o presidente daquela autarquia do distrito de Castelo Branco.
Farinha Nunes, 66 anos, presidente da Câmara da Sertã desde 2009, realça a importância da instalação de um equipamento que «vem promover o desenvolvimento económico e a criação de riqueza», destacando a parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e a Universidade de Coimbra (UC) na atribuição das competências, nomeadamente, em áreas como as ciências da terra e da vida, engenharia civil, florestal e mecânica e que se traduzem na optimização de produtos, qualificação e controlo da sua qualidade e criação e divulgação de produtos e soluções.
«Para que os produtos da floresta tenham um valor acrescentado é necessário alavancar a investigação científica e investir no conhecimento da área da floresta», defende o autarca, notando que a aposta neste investimento vai «contribuir para a gestão sustentável das florestas e para a fixação de população altamente qualificada».
Na Sertã, onde habitam cerca de 16 mil pessoas, «mais de metade da economia regional depende desse sector, que envolve transacções anuais de largos milhões de euros e é responsável por centenas de postos de trabalho directos. É possível evoluir e crescer tecnologicamente para gerar mais riqueza neste sector que nos diferencia», defende.
«Sendo a floresta um produto endógeno por excelência, procurámos investir em fatores distintivos e que nos permitam alcançar ainda mais valor no futuro. Não tanto na floresta do eucalipto, que essa tem a sua própria velocidade, mas, essencialmente, no pinho e na indústria da madeira. O SerQ é uma aposta natural. Vai no sentido da nossa visão para o sector da madeira, pinho e eucalipto, que é o nosso principal polo empregador e a mais importante fonte de receitas da nossa economia», vinca Farinha Nunes. Na Sertã, segundo o autarca, «muito mudou» nos últimos 30 anos.
«Se, há 30 anos, a aposta pura e dura era nas infra-estruturas, como estradas, edifícios, saneamento e electricidade, hoje, as incumbências de uma Câmara Municipal são mais alargadas e as questões económicas e sociais são, além de uma competência, um imperativo. E é aqui que temos de actuar», aponta, destacando a aposta no Turismo e na renovação da capacidade hoteleira, onde «mais fácil e rapidamente» se conseguem resultados.
A Sertã é um concelho com cerca de 450 quilómetros quadrados, «tem paisagens lindíssimas e muita água, sendo banhada por três albufeiras e muitas ribeiras e riachos. Tem montes e vales, três vilas e muitos lugares interessantes. E é em todo este território que coabita o nosso ouro verde, a floresta», não se cansa de afirmar Farinha Nunes.
Fonte: Lusa
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