22/1/2019
Principal fornecedor de hortícolas de fora da União Europeia, a África do Sul exporta mais de 600 milhões de euros em citrinos, que estão nos supermercados nacionais. Estudo pede suspensão das vendas.
As laranjas da África do Sul têm mais de 50 substâncias ativas de produtos fitofarmacêuticos proibidos na União Europeia, de acordo com um estudo feito por uma instituição espanhola e noticiado esta terça-feira pelo jornal La Vanguardia. O estudo, realizado pela Unió de Llauradors — organização que reúne agricultores da Comunidade Valenciana —, identificou nas laranjas importadas daquele país substância ativas de mais de 50 produtos utilizados para eliminar pragas e doenças nas plantas, como inseticidas.
As normas da União Europeia mandam que os produtos utilizados nas plantas sejam comprovadamente seguros para a saúde humana, havendo dezenas de substâncias ativas consideradas inseguras e por isso proibidas.
Um dos produtos encontrados foi o paraquat, herbicida que afeta os intestinos, os rins e o coração. Também foram descobertos vestígios de azinfos-metilo, uma substância proibida pela União Europeia por ser um inseticida tóxico para os animais, como explica o jornal catalão.
A organização agrária que realizou o estudo apela a que seja suspensa a venda das laranjas importadas da África do Sul, por colocarem em risco a segurança alimentar e representarem "um possível risco para os consumidores".
De acordo com o Observatório dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-Alimentares, a África do Sul é o principal fornecedor extracomunitário de frutas e hortícolas frescas da União Europeia, tendo essas importações representado em 2016 1,63 milhões de euros.
"As frutas representaram 99 por cento do valor da importação da União Europeia procedente de África do Sul", segundo explica o mesmo organismo, acrescentando que os citrinos lideram essa lista de produtos, representando 601 milhões de euros.
De acordo com a base de dados europeia de relações económicas, em 2017 Portugal importou da África do Sul 66,3 mil toneladas de laranjas, o que representa um gasto de 51,5 milhões de euros.
Em Portugal, uma pesquisa pelas páginas dos principais hipermercados mostra que as laranjas com origem na África do Sul são vendidas na maioria das superfícies do país.
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