Estrasburgo, França, 17 abr 2019 (Lusa) -- O presidente da Comissão Europeia defendeu hoje que se deixe de falar do 'Brexit', que tem "ocupado muito a agenda", para se destacar "os feitos" de Bruxelas neste mandato, em que foram aprovadas 350 propostas.
Lusa
17 Abril 2019 — 10:42
"O 'Brexit' tem ocupado muito a nossa agenda e acho que agora, antes das eleições europeias, é uma boa altura para se chamar a atenção dos cidadãos para os feitos dos últimos anos", declarou Jean-Claude Juncker, falando na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.
Naquela que foi a sua última intervenção no plenário da assembleia europeia, dadas as eleições para o Parlamento Europeu marcadas para final de maio, o líder do executivo comunitário insistiu que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o 'Brexit', "é importante, mas a vida quotidiana dos cidadãos europeus é mais ainda".
Fazendo um balanço deste mandato da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker salientou que, entre maio de 2018 e até hoje, "foram aprovadas 350 propostas e 164 continuam na mesa dos colegisladores".
"E falo aqui de propostas importantes, como o regime de asilo", exemplificou.
Acresce que, segundo o responsável, esta foi também "a Comissão do diálogo".
"Conseguimos levar a cabo reuniões com os vários cidadãos, num total de 1.600 diálogos, o que mostra que a Comissão não fecha as suas portas no 'bunker' do Berlaymont [edifício sede do executivo comunitário, em Bruxelas]".
Frisando que a Comissão Europeia "está aberta à Europa", Jean-Claude Juncker considerou que a instituição "não é ilegítima porque está sempre em contacto com os cidadãos".
"A Europa não existe contra a vontade dos povos, sem as nações", sustentou, numa alusão também ao 'Brexit'.
E vincou: "Não há qualquer contradição entre um patriotismo responsável e fazer parte de uma grande comunidade como a UE".
Já falando sobre o futuro, Jean-Claude Juncker defendeu que se continue a "apostar na inovação, na investigação, na juventude e na defesa", admitindo que "isso só é possível se houver cortes noutras políticas, por exemplo na coesão e na agricultura".
"Não é algo que me apraz particularmente, mas temos de pensar nas novas prioridades que devem ser financiadas", observou.
Aludindo às discussões com os Estados-membros e com o Parlamento Europeu sobre o orçamento da UE nestas áreas, Jean-Claude Juncker referiu que é necessário "ver o que fazer com as políticas".
"As políticas de coesão e de agricultura são importantes, mas mais para uns países do que para outros", concluiu.
Jean-Claude Juncker falava num debate, em plenário, em que participou também o primeiro-ministro da Letónia, Krisjanis Karins, sobre o futuro da Europa.
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