segunda-feira, 8 de abril de 2019

Há quatro anos que os agricultores não recebem apoios para produção biológica


29 DE MARÇO DE 2019 - 12:29

Há dois anos, o Governo apresentou a Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica, o plano de uma década que previa o aumento da área de cultivo de produtos biológicos e das exportações. Mas os produtores queixam-se de falhas.

O presidente da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio) afirma que a falta de dinheiro está a condicionar o ritmo de execução da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica.

"Era necessário ter ido mais longe, sobretudo na questão dos apoios para a conversão em agricultura biológica", defende Jaime Ferreira, em declarações à TSF.

"Um dos grandes problemas foi a programação do quadro comunitário atual", critica o presidente da Agrobio, que lembra que a ajuda "só funcionou durante um ano, em 2015, e entretanto os apoios esgotaram-se". Agora será necessário esperar pelo próximo quadro comunitário de apoio para que voltem a existir verbas.

Jaime Ferreira, presidente da Agrobio, queixa-se de falhas na programação dos quadros comunitários
Aumentar a oferta de produtos biológicos

Jaime Ferreira diz que, apesar da área de cultivo estar a aumentar, os agricultores devem apostar mais na produção de legumes e frutas. "Aquilo que os portugueses mais querem consumir é fruta, legumes, alguns cereais, laticínios, carne e leguminosas. É aí que nós devíamos apostar claramente e temos capacidade para isso", defende.

A produção nacional de alimentos biológicos não acompanha a elevada procura, diz a Agrobio
O presidente da Agrobio alerta que "a agricultura biológica ocupa 7% da superfície agrícola útil em Portugal, (...) só que grande parte dessas áreas não colocam produtos no mercado".

Uma alteração importante a fazer, uma vez que a procura por produtos biológicos não para de aumentar. "Haverá poucas atividades como esta em Portugal, com o mercado a crescer na ordem dos 15% a 20% ao ano. E há um gap (falha) enorme do lado da produção", conclui Jaime Ferreira.

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