sábado, 25 de junho de 2016

Água do Alqueva dá vinho com sabor a piratas e navios afundados



17.06.2016 às 13h253
 
O projeto do vinho de água passa por recuperar uma "história antiga, em que barcos que se afundavam com vinhos revelaram, depois, ter vinhos extraordinários"
D.R.
Há um produtor português que está a submergir vinho, numa espécie de armazém subaquático, para lhe dar características únicas. Chama-lhe vinho de água

RUBINA FREITAS
Mais de doze mil garrafas de vinho foram retiradas do Alqueva em abril, onde estiveram durante vários meses, e já estão ser enviadas um pouco por todo o mundo. O Vinho da Água, um lote de Conde D'Ervideira Reserva Tinto 2014, é a mais recente aposta da Ervideira e nasce de uma mistura produzida a partir da seleções dos melhores lotes das castas Touriga Nacional, Aragonez, Tinta Caiada, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, mas com sabor a histórias de piratas e navios afundados.

E está a gerar muita curiosidade entre os amantes do néctar. "Os nossos clientes estão curiosos, querem testar este vinho", afirmou o diretor executivo da Ervideira, Duarte Leal da Costa, realçando que, neste primeiro ano, vão ser lançadas no mercado "cerca de 32 mil garrafas". Já há encomendas da Bélgica, Luxemburgo, Alemanha e Suíça, Finlândia, Hong-Kong e Brasil.

E o que levou a empresa de Évora a apostar em mergulhar vinhos no Alqueva? A resposta à inovação é trazida pelo passado. "O projeto é recuperar uma história antiga, em que barcos que se afundavam com vinhos revelaram, depois, ter vinhos extraordinários", relatou aos jornalistas o diretor executivo da empresa, em outubro, aquando da submersão de várias destas caixas recheadas de garrafas de vinho. As características que este processo fornece ao vinho não se conseguem obter no envelhecimento em cave, segundo a Ervideira, que realizou vários testes para verificar a evolução.

Seladas, lacradas e acondicionadas dentro de caixas de grande dimensão, as garrafas estagiaram vários meses neste "armazém debaixo de água", como lhe chama Duarte Leal da Costa, mesmo junto à Marina da Amieira. As águas do Alqueva vão continuar a receber garrafas. No dia em que as primeiras foram retiradas das profundezas, outras ocuparam o lugar estando prevista uma rotação de 32 mil garrafas. Ou seja, vai-se transformar o fundo da albufeira numa espécie de armazém subaquático com um mínimo constante de 15 mil, estando já a ser testada a mesma solução nos vinhos brancos. Para isso vão colocar na água três ou quatro mil garrafas para depois se analisar o resultado.

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