21-06-2016
Esta semana é importante para o mercado internacional de cereais, no arranque do desenvolvimento das culturas de soja e milho dos Estados Unidos e também da colheita na Europa e dos trigos nos Estados Unidos.
A meteorologia, as divisas, a procura e também o referendo britânico na próxima quinta-feira e que implica muito na cotação do euro, são factores que condicionam a situação do mercado internacional dos cereais nos próximos dias, de acordo com a avaliação de Toño Catón, director das Culturas Arvenses das Cooperativas Agroalimentarias de Espanha.
Nos Estados Unidos, a meteorologia prevista para as próximas duas semanas aponta para que uma quarta parte do cinturão de milho possa apresentar défice hídrico e altas temperaturas nas zonas de milho e soja. Na Europa, a qualidade dos trigos é boa. Segundo a France Agrimer, 75 por cento do trigo está em uma condição de boa a excelente, mas ainda abaixo da semana anterior, que registava 79 por cento.
No Brasil, o aumento da cotação do real em relação ao dólar, de 20 por cento desde o início do ano, leva os preços brasileiros a perderem competitividade. Para além disso, a meteorologia adversa reduz a produção. De acordo com os últimos dados, a seca no Centro-Oeste do Brasil reduziu a colheita de cereais em 6,5 por cento, menos 13,5 pontos percentuais (p.p.), até as 195,9 milhões de toneladas, que é a maior descida desde 1990. Em 2015, registou-se uma colheita recorde de 209,4 milhões de toneladas.
O Brasil vai colher 96,8 milhões de toneladas de soja, menos 0,4 por cento; 47,6 de milho, menos 14,1 e 10,9 milhões de toneladas de arroz, menos 11,6 por cento. Estas três culturas representam mais de 92,5 por cento da produção agrícola de grão.
Na Argentina a situação é semelhante em relação ao ocorrido com os preços no Brasil, assinala Catón. Os preços de exportação argentinos de farinha de soja subiram cerca de 50 por cento desde as inundações de Abril.
Fonte: Agrodigital
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