Lisboa, 28 mai 2019 (Lusa) - A Lusomorango, associação de 42 produtores agrícolas de pequenos frutos, enviou hoje uma carta a várias entidades, incluindo o Presidente da República, a manifestar as suas preocupações relativas ao desenvolvimento do Perímetro de Rega do Mira (Sudoeste Alentejano).
28 Maio 2019 — 14:48
28 Maio 2019 — 14:48
De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, a associação, que representou no ano passado mais de um quarto (26%) das exportações do setor, salienta que a área do Perímetro de Rega do Mira, é "um dos territórios em Portugal com maior potencial agrícola", mas "os instrumentos de gestão territorial atualmente existentes não permitem explorar de forma consistente esse potencial".
Em causa está a situação dos trabalhadores imigrantes, alojamentos e ainda entraves ao processo de expansão agrícola.
Na carta, enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro, António Costa, e aos ministros da Administração Interna, Agricultura, Economia e Ambiente, a Lusomorango sublinha que "está empenhada no diálogo institucional" e que nos últimos anos envolveu-se em dois grupos de trabalho, tendo apresentado propostas concretas na área do trabalho e do ambiente.
"Acreditamos que o diálogo institucional é a via para o desenvolvimento, mas a multiplicidade de entidades envolvidas neste diálogo, por um lado, e algum imobilismo de algumas dessas entidades em solucionar questões prementes, por outro, têm causado, senão um retrocesso, pelo menos um travão quanto às respostas que o setor merece e que, estamos certos, o território precisa", refere.
"A situação da escassez de mão-de-obra disponível para trabalhar na agricultura levou a que as empresas se vissem na contingência de recorrer a trabalhadores estrangeiros", prossegue a associação, salientando que no universo das empresas que integram a Lusomorango "trabalham cerca de 2.200 pessoas de mais de 30 nacionalidades".
Dos 205 milhões de euros que o setor dos pequenos frutos exportou no ano passado, que já representa 30% do valor da exportação de frutas nacionais (689 milhões de euros), "26% teve origem na Lusomorango: amoras, framboesas, mirtilos e morangos", o que corresponde a 54 milhões de euros (99% é vendido aos mercados externos).
A associação destaca o contributo dos trabalhadores imigrantes nos resultados das empresas associadas, mas adianta que estes "merecem mais" de Portugal, "desde logo condições mais dignas para as suas vidas e para a suas famílias".
"As empresas da Lusomorango, conscientes das suas responsabilidades, já apresentaram soluções de alojamento que, invariavelmente, esbarram em burocracias labirínticas", aponta, considerando que as empresas "estão muito mais avançadas na sua disponibilidade para integrar estes trabalhadores migrantes do que as entidades públicas, que não têm resposta, mas que também não aceitam as soluções propostas".
Manifestando querer fazer parte da solução, já que se trata de um setor que garante a "preservação da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas", bem como a agricultura permite "fixar populações e desenvolver o território" e ser "um travão aos incêndios, ao abandono e à desertificação", a Lusomorango considera que "é preciso um decisor capaz de olhar para o território de uma forma estratégica e de funcionar como um efetivo impulsionador de um diálogo que seja consequente".
Adianta que a Universidade Católica, a pedido da associação, "está a concluir um estudo sobre o impacto do crescimento da hortofruticultura na economia de Odemira, cujos resultados preliminares apontam para vendas estimadas de 211 milhões de euros em 2017.
Em causa está a situação dos trabalhadores imigrantes, alojamentos e ainda entraves ao processo de expansão agrícola.
Na carta, enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro, António Costa, e aos ministros da Administração Interna, Agricultura, Economia e Ambiente, a Lusomorango sublinha que "está empenhada no diálogo institucional" e que nos últimos anos envolveu-se em dois grupos de trabalho, tendo apresentado propostas concretas na área do trabalho e do ambiente.
"Acreditamos que o diálogo institucional é a via para o desenvolvimento, mas a multiplicidade de entidades envolvidas neste diálogo, por um lado, e algum imobilismo de algumas dessas entidades em solucionar questões prementes, por outro, têm causado, senão um retrocesso, pelo menos um travão quanto às respostas que o setor merece e que, estamos certos, o território precisa", refere.
"A situação da escassez de mão-de-obra disponível para trabalhar na agricultura levou a que as empresas se vissem na contingência de recorrer a trabalhadores estrangeiros", prossegue a associação, salientando que no universo das empresas que integram a Lusomorango "trabalham cerca de 2.200 pessoas de mais de 30 nacionalidades".
Dos 205 milhões de euros que o setor dos pequenos frutos exportou no ano passado, que já representa 30% do valor da exportação de frutas nacionais (689 milhões de euros), "26% teve origem na Lusomorango: amoras, framboesas, mirtilos e morangos", o que corresponde a 54 milhões de euros (99% é vendido aos mercados externos).
A associação destaca o contributo dos trabalhadores imigrantes nos resultados das empresas associadas, mas adianta que estes "merecem mais" de Portugal, "desde logo condições mais dignas para as suas vidas e para a suas famílias".
"As empresas da Lusomorango, conscientes das suas responsabilidades, já apresentaram soluções de alojamento que, invariavelmente, esbarram em burocracias labirínticas", aponta, considerando que as empresas "estão muito mais avançadas na sua disponibilidade para integrar estes trabalhadores migrantes do que as entidades públicas, que não têm resposta, mas que também não aceitam as soluções propostas".
Manifestando querer fazer parte da solução, já que se trata de um setor que garante a "preservação da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas", bem como a agricultura permite "fixar populações e desenvolver o território" e ser "um travão aos incêndios, ao abandono e à desertificação", a Lusomorango considera que "é preciso um decisor capaz de olhar para o território de uma forma estratégica e de funcionar como um efetivo impulsionador de um diálogo que seja consequente".
Adianta que a Universidade Católica, a pedido da associação, "está a concluir um estudo sobre o impacto do crescimento da hortofruticultura na economia de Odemira, cujos resultados preliminares apontam para vendas estimadas de 211 milhões de euros em 2017.
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