O eurodeputado eleito pelo PAN, Francisco Guerreiro, aterrou hoje em Bruxelas com vontade de "mexer com a máquina" e de integrar a Comissão de Agricultura de forma a alertar para o impacto da agropecuária e do bem estar animal.
Francisco Guerreiro aterrou em Bruxelas com vontade de "mexer a máquina"
13:30 - 29/05/19 POR LUSA
Acabado de chegar a Bruxelas, para completar o registo como eurodeputado e reunir-se com os Verdes europeus, a família política que o partido Pessoas--Animais--Natureza (PAN) elegeu, Francisco Guerreiro fez a sua declaração de intenções, assumindo que tem "muito interesse" em integrar a Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu (PE).
"[Agricultura] é uma área fundamental para as alterações climáticas - e muitas vezes não é falada - por causa do impacto da agropecuária, mas também em questões relacionadas com o bem estar animal. Portanto, temos estas duas grandes componentes que achamos que a nível dos eurodeputados portugueses não tem sido trabalhada, e achamos que é importante acrescentar este valor não só na componente ambiental, mas também na proteção dos direitos dos animais", salientou.
O novo eurodeputado esclareceu que não quer fugir à lógica dos fundos, que tem sido a prioridade dos representantes portugueses na assembleia europeia na área da agricultura, mas sim tratá-los de "outra perspetiva", nomeadamente a de redirecionar essas verbas para "outras culturas", como "a produção de alimentos de modo biológico e extensivo", que o PAN considera ser "muito mais positivo do que cimentar e esbanjar dinheiro em indústrias poluentes, como a agropecuária tem sido".
Outras das "bandeiras" do partido no hemiciclo será acabar com a exportação de animais vivos, confirmou.
O primeiro representante do PAN no PE quer trazer "dinamismo" à assembleia europeia, "quebrar um bocadinho as regras dentro dos procedimentos normais, tentar mexer com a máquina, sabendo que há procedimentos e dinâmicas instaladas".
"Queremos trazer novos temas, mesmo dentro da família dos Verdes europeus e queremos que haja mais reforço desta componente de priorização das alterações climáticas. Queremos fazer desse tópico ainda mais reforçado dentro desta família", especificou, explicando que o seu partido elegeu aquele grupo político, depois de se reunir com vários, por considerar que era o que mais se aproximava dos objetivos e da forma de trabalhar do PAN.
O eurodeputado de 34 anos estimou que a ascensão dos Verdes a quarta força política na assembleia europeia, com 69 representantes, demonstra quanto os cidadãos europeus "estão despertos para a urgência de fazermos alterações profundas na nossa sociedade, não só a nível económico mas social".
Assumindo estar disposto a estabelecer compromissos com outras famílias políticas, Francisco Guerreiro pronunciou-se sobre a eventual formação de uma aliança progressista no PE, uma ideia impulsionada por socialistas e liberais.
"Se os Verdes tiverem uma posição forte dentro dessa aliança, possivelmente será de validar. Agora, se os Verdes estiverem excluídos, será muito difícil porque iremos ver mais uma vez a dinâmica que tem sido imposta, a economia pela economia, e isso não é positivo para a Europa", estimou.
Nesse sentido, o eurodeputado português espera que a renovada preocupação das instituições europeias, nomeadamente do Conselho Europeu, com as alterações climáticas não seja mera retórica política.
"Nós temos visto que a retórica abunda sempre nestes períodos pós-eleitorais, mas depois na prática é muito difícil lutar contra alguns lobbies e setores já estabelecidos. O que queremos é que haja prática política", frisou.
"[Agricultura] é uma área fundamental para as alterações climáticas - e muitas vezes não é falada - por causa do impacto da agropecuária, mas também em questões relacionadas com o bem estar animal. Portanto, temos estas duas grandes componentes que achamos que a nível dos eurodeputados portugueses não tem sido trabalhada, e achamos que é importante acrescentar este valor não só na componente ambiental, mas também na proteção dos direitos dos animais", salientou.
O novo eurodeputado esclareceu que não quer fugir à lógica dos fundos, que tem sido a prioridade dos representantes portugueses na assembleia europeia na área da agricultura, mas sim tratá-los de "outra perspetiva", nomeadamente a de redirecionar essas verbas para "outras culturas", como "a produção de alimentos de modo biológico e extensivo", que o PAN considera ser "muito mais positivo do que cimentar e esbanjar dinheiro em indústrias poluentes, como a agropecuária tem sido".
Outras das "bandeiras" do partido no hemiciclo será acabar com a exportação de animais vivos, confirmou.
O primeiro representante do PAN no PE quer trazer "dinamismo" à assembleia europeia, "quebrar um bocadinho as regras dentro dos procedimentos normais, tentar mexer com a máquina, sabendo que há procedimentos e dinâmicas instaladas".
"Queremos trazer novos temas, mesmo dentro da família dos Verdes europeus e queremos que haja mais reforço desta componente de priorização das alterações climáticas. Queremos fazer desse tópico ainda mais reforçado dentro desta família", especificou, explicando que o seu partido elegeu aquele grupo político, depois de se reunir com vários, por considerar que era o que mais se aproximava dos objetivos e da forma de trabalhar do PAN.
O eurodeputado de 34 anos estimou que a ascensão dos Verdes a quarta força política na assembleia europeia, com 69 representantes, demonstra quanto os cidadãos europeus "estão despertos para a urgência de fazermos alterações profundas na nossa sociedade, não só a nível económico mas social".
Assumindo estar disposto a estabelecer compromissos com outras famílias políticas, Francisco Guerreiro pronunciou-se sobre a eventual formação de uma aliança progressista no PE, uma ideia impulsionada por socialistas e liberais.
"Se os Verdes tiverem uma posição forte dentro dessa aliança, possivelmente será de validar. Agora, se os Verdes estiverem excluídos, será muito difícil porque iremos ver mais uma vez a dinâmica que tem sido imposta, a economia pela economia, e isso não é positivo para a Europa", estimou.
Nesse sentido, o eurodeputado português espera que a renovada preocupação das instituições europeias, nomeadamente do Conselho Europeu, com as alterações climáticas não seja mera retórica política.
"Nós temos visto que a retórica abunda sempre nestes períodos pós-eleitorais, mas depois na prática é muito difícil lutar contra alguns lobbies e setores já estabelecidos. O que queremos é que haja prática política", frisou.
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