Agência Estado
BUENOS AIRES - O fenômeno climático La Niña está gerando intensas
preocupações entre produtores agrícolas argentinos, que temem que os
efeitos meteorológicos possam acarretar graves problemas à produção da
soja na temporada 2010/2011, além de outras complicações para a
própria economia do país.
Semanas atrás, a Bolsa de Cereais de Rosário havia calculado que a
produção da safra seria de 49,5 milhões de toneladas, valor
significativamente inferior aos 55 milhões da colheita realizada no
início deste ano e menor do que a estimativa de 52 milhões elaborada
pelo Ministério da Agricultura da Argentina, que prometia ser um
recorde nacional.
Na semana passada, porém, a revista especializada Oil World foi ainda
mais pessimista do que a Bolsa de Cereais em suas previsões e indicou
que a colheita de soja da Argentina poderia oscilar entre 43 milhões
toneladas e 48 milhões de toneladas.
Entre as áreas mais afetadas pela falta de chuvas está a zona noroeste
e oeste da maior província do país, Buenos Aires; a província de Entre
Ríos; a área sul e norte de Córdoba (a área central da província teve
chuvas regulares nas últimas semanas); Santiago del Estero e o sul de
Corrientes.
Segundo a Bolsa de Cereais portenha, a área total a ser semeada é de
18,5 milhões de hectares. Isso equivale a 200 mil hectares a menos do
que a superfície prevista no início de dezembro.
"O ano de 2011 dependerá muito do clima dos próximos dias", afirmou em
declarações ao jornal "Perfil" o maior produtor de soja da Argentina,
Gustavo Grobocopatel, presidente do Grupo Los Grobo. "Se chover, a
Argentina crescerá. Mas, caso não chova, o crescimento será baixo."
La Niña impedirá safra recorde de soja na Argentina
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