terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Nova geração de Alvarinho

00h15m
ANA PEIXOTO FERNANDES
Na sub-região Monção Melgaço, as antigas "vinhas de bordadura" em
torno dos campos de cultivo, estão a dar lugar a vinhedos de
continuidade, modernizando e expandindo a produção de Alvarinho e
agarrando as novas gerações à terra.
Há cada vez mais jovens a aproveitar terrenos de família para produzir
vinho verde como meio de subsistência ou segunda actividade. "O único
produto agrícola que é rentável na região é o Alvarinho". Nesta frase
do vice-presidente da Adega Cooperativa Regional de Monção (ACRM),
Armando Fontaínhas, pode estar a explicação para o que está a suceder
em Monção e Melgaço.

As vinhas estão a ser arrancadas e substituídas por novas, a uva tinta
está a desaparecer e a ser substituíada pela (muito mais) rentável
casta Alvarinho, os vinhedos que outrora circundavam as terras onde
cresciam milho, batatas ou feijões ocupam agora toda a área, riscando
a paisagem com linhas paralelas a perder de vista. Por trás desta
transformação está, em muitos casos, sangue novo de filhos ou
familiares de produtores cuja idade admite o abandono da terra ou a
"passagem de testemunho".
"São jovens que seguem uma tradição de produção de vinho aproveitando
o património familiar", explica Márcio Lourenço, responsável pelo
Gabinete de Apoio ao Viticultor, de onde nos últimos três anos foram
encaminhadas para o Ministério da Agricultura um total de 310
candidaturas ao programa "Vitis" de Apoio à Reconversão e
Reestruturação de Vinhas.
Em 2008 foram efectuadas 66 candidaturas, em 2009 mais 92 e em 2010
foram 152, num total de 74 hectares. Dos candidatos à ajuda, que ronda
os 10600 euros por hectar de vinha a reconverter, cerca de "20 a 25%"
serão jovens, segundo Márcio Lourenço, e os restantes, embora antigos
produtores, terão a geração seguinte na rectaguarda. "O escalão etário
dos nossos viticultores é bastante elevado, anda acima dos 60 anos e
há jovens por trás dessas pessoas", afirma, lembrando que a adega tem
actualmente 1700 associados, dos quais os 90 que se associaram à ACRM
em 2008 e 2009, têm idades à volta dos 40.
Este responsável comenta ainda que a corrida dos viticultores da
região ao "Vitis" estará a acontecer a "um ritmo que impressiona".
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Viana%20do%20Castelo&Concelho=Mon%E7%E3o&Option=Interior&content_id=1743676

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