sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Portugueses têm de aprender a "racionalizar os gastos" em 2011

Portugueses têm de aprender a "racionalizar os gastos" em 2011
Hoje

crise Com menos dinheiro na carteira e os artigos mais caros nas prateleiras, os portugueses vão ter de "ganhar novos hábitos" e, sobretudo, aprender a ser "mais racionais nos gastos". Já o Estado, deve apoiar as empresas e as actividades que "ajudem o País a diminuir a sua dependência do exterior, contribuindo para a redução do endividamento externo". Esta é a opinião do economista Eugénio Rosa que acredita que Portugal, em 2011, "vai cair numa recessão económica (estima uma quebra da actividade de 2%), que determinará um aumento do desemprego e consequente quebra na procura interna, com o inevitável aumento das falências". Um panorama "terrível mas real" e do qual "todos temos de estar conscientes", defende.

Se a este cocktail juntarmos o aumento dos preços, uns por efeitos da subida do IVA outros, como os medicamentos e o gasóleo, determinados por alterações a nível das comparticipações, o resultado é quase bombástico. "Vai ser um ano muito difícil e a situação das classes mais desfavorecidas, como os pensionistas ,vai agravar-se", afirma Eugénio Rosa. Atendendo a que tudo isto resulta dos esforços pedidos aos portugueses para ajudar a conter o problema do défice do Estado, o economista salienta que "o pior é que vamos chegar ao fim de 2011 sem ter valido a pena".
E porquê? Porque a economia "vai estar ainda mais destruída", a taxa de desemprego "vai ser ainda maior" e será preciso "continuar a travar o combate do défice", salienta. Para o economista, o "problema mais grave do País é o endividamento externo", que, acredita, "vai continuar a crescer em 2011". Convicto de que o Banco Central Europeu vai limitar o acesso ao dinheiro, Eugénio Rosa frisa que isso vai "estrangular ainda mais o crédito para as empresas e as famílias".
Por outro lado, o economista recorda que os níveis de sobreendividamento das famílias são já elevados, pelo que "têm de começar a racionalizar gastos". Como exemplo lembra que "todos os dias entram em Lisboa 100 mil veículos só com um passageiro. Não nos podemos dar a esses luxos". Já o Estado deve apoiar as empresas exportadoras, mas também os sectores que podem ajudar a substituir as importações, sobretudo na agricultura e na produção agro-alimentar. "Em 2009 importaram-se oito mil milhões de produtos agrícolas e alimentares. Isso é insustentável", diz.


http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1742014

Sem comentários:

Enviar um comentário