domingo, 14 de julho de 2013

João Portugal Ramos investe um milhão nos vinhos verdes

A entrada na região de Monção consolida o negócio do enólogo e
produtor que já está no Alentejo, Tejo, Beiras e Douro



Enólogo e produtos alarga portfólio
Diana Quintela
13/07/2013 | 00:00 | Dinheiro Vivo

João Portugal Ramos acaba de lançar o seu primeiro vinho verde
Alvarinho para os mercados dos EUA e Reino Unido. "Faltava-nos esta
região [Monção] para fechar o leque das regiões portuguesas com mais
notoriedade", diz o enólogo e produtor, em entrevista ao Dinheiro
Vivo, na Adega de Estremoz.

Cauteloso, como os atuais tempos obrigam, João Portugal Ramos aponta
um investimento de um milhão de euros para esta entrada, dedicados
sobretudo à transferência da unidade de vinificação no Paço do
Cardido, Ponte de Lima, para Monção.

O enólogo confessa que gosta que seja o mercado a pedir-lhe o vinho. E
foi isso que aconteceu: os canais de distribuição lá fora pediam
vinhos verdes. "Quando começámos o projeto, confesso que nunca pensei
vender muitos verdes", assume Portugal Ramos. Fez poucas garrafas (13
mil) e já estão todas vendidas.

"É o nosso primeiro Alvarinho, de 2012, com bastante sucesso, por isso
estou bastante satisfeito." Ainda que diga que prefere que os projetos
cresçam "com conta, peso e medida, do ponto vista do grupo e dos
mercados". Nomeadamente no norte-americano e no inglês, mas também no
português, onde o novo vinho está à venda por 10 euros.

Proveniente de solo granítico, o João Portugal Ramos Alvarinho é um
vinho de cor citrina, com 13,5% de volume de álcool. Segundo nota de
prova, é um vinho de "aroma intenso, cítrico e floral, com notas
minerais e de frutos tropicais. Elegante e envolvente, termina com
notas minerais num longo final de boca".

Este lançamento vem consolidar o negócio de João Portugal Ramos, que
conta já com presença nas regiões do Alentejo, Tejo, Beiras e Douro.
Partes de um todo, sendo que "o core business, o negócio com maior
movimento, a maior adega, vem do Alentejo". "Foi aqui que comecei e, é
claro, é aqui que tenho os meus mercados mais cimentados."

Revelando que foi convidado muitas vezes para fazer vinhos em vários
países e que resistiu sempre, o produtor diz que gosta de andar com a
bandeira dos vinhos portugueses às costas. "Se se pode fazer tantos
vinhos em Portugal, e únicos, porquê fazer fora?" Foi como que
respondendo a esta questão que, em 2008, João Portugal Ramos se lançou
com José Maria Soares Franco na região do Douro Superior, num
investimento de 10 milhões de euros.

"Como agrónomos, acreditamos que temos de plantar vinhas e na
verticalização do negócio de A a Z, daí um investimento grande no
Douro", explica o enólogo. Para destacar que nos vinhos verdes foi
mais cauteloso, apesar de manter o foco na qualidade - veja-se o
Loios, Marquês de Borba, Vila Santa, entre outros.

Passados cinco anos, o Douro é uma aposta ganha. "Estamos a sentir o
projeto cada vez mais consolidado, não só a nível de reconhecimento
nacional [Duorum foi o Melhor Fortificado 2013 no Concurso Vinhos de
Portugal] e internacional como também ao nível de vendas, que estão no
ponto que queremos." A ponto de defender que o "Douro vai ser a grande
região de Portugal fora do país e dos vasos comunicantes - o broad
market".

Algum vinho novo no atual portfólio? "Talvez2, responde, lembrando que
tem dito várias vezes que não fará mais vinhos, mas têm aparecido
sempre outros projetos... Por isso, prefere não arriscar respostas
definitivas.

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO202487.html?page=0

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