Por aquilo que se vai sabendo, o "TTIP, Tratado de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento", vulgo "Tratado Transatlântico", não interessa a Portugal, não interessa à nossa Agricultura e à nossa Alimentação.
Por isso, é de dizer "NÃO !" desde logo à possibilidade de aprovação de um "Tratado" como este que abre as portas do mercado português, e de entre outros, aos produtos agro-alimentares produzidos nos EUA de forma superintensiva, fortemente apoiados, directa e indirectamente, pelo governo dos EUA, sem obedecerem às apertadas normas vigentes no processo de controlo sanitário e ambiental europeu. É um "Tratado" que ameaça, de facto, as nossas produções únicas, ainda que nos digam que haverá produções "excepcionadas" que ficam de fora dos "acordos"...
Mas também é necessário dizer "NÃO !" ao TTIP por questões estratégicas ligadas à defesa da Soberania Nacional e à independência do poder político e dos Estados-Membro da UE perante o poder económico transnacional.
Razões de sobra para se reclamar ao Governo Português e aos demais Órgãos Nacionais de Soberania que juntem a sua intervenção à de outros países dispostos a dizerem "NÃO !" ao TTIP.
SÃO REVELADORAS DO SECRETISMO ANTIDEMOCRÁTICO
DAS "NEGOCIAÇÕES" DESTE TTIP
AS POSIÇÕES CONTRADITÓRIAS ENTRE GOVERNOS EUROPEUS A COMISSÃO EUROPEIA E O GOVERNO DOS EUA
As recentes posições de altos responsáveis pelos governos da Alemanha e da França, e independentemente das respectivas motivações, vão no sentido do "fracasso" das negociações entre a UE e os EUA sobre o TTIP.
Estas posições "contra" o decorrer das negociações do TTIP são, entretanto, contrariadas por outras posições a nível da Comissão Europeia e do governo dos EUA que afiançam da boa marcha dessas mesmas negociações em que a última ronda decorreu em Julho passado, dizem-nos.
Estas posições pelo menos aparentemente contraditórias são, em si próprias, evidências da forma nada transparente e nada democrática como tem sido conduzido o processo "negocial" deste TTIP, "cozinhado" nas costas dos Povos e, certamente, contra os seus direitos e interesses.
Sabe-se, todavia, que o TTIP tende para obedecer aos interesses das grandes multinacionais, interesses supranacionais de vários sectores, onde também entra o sector agro-alimentar pressionado pelos grandes laboratórios dos fármacos, das hormonas e dos OGM com aplicações, sobretudo, na alimentação animal.
A LUTA CONTINUA ATÉ À REJEIÇÃO COMPLETA DESTE TTIP !
É NECESSÁRIO REABRIR O PROCESSO DE REJEIÇÃO AO CETA !
Os Povos e diferentes tipos de Organizações – em Portugal, a CNA tem estado na linha da frente do debate e da contestação – têm expressado a sua justificada desconfiança e o seu protesto democrático durante estes últimos anos em que têm decorrido as "negociações secretas" deste TTIP.
É pois necessário manter a luta e a maior unidade possível para impedir recuos no processo de rejeição completa deste "Tratado Transatlântico"!
Aliás, é também necessário reabrir o debate e a consequente rejeição de um outro "tratado" semelhante, no caso o "CETA" entre a UE e o Canadá, este um outro "Tratado de Livre Comércio" cujos detalhes ainda não foram bem revelados mas que, em linhas gerais, inclui a liberalização "selvagem" do acesso a bens e serviços, a protecção de investimentos multinacionais, a cooperação nas normas e a liberalização "selvagem" dos mercados públicos.
É pois necessário reforçar a luta contra a imposição da "lei da selva" nas relações comerciais, económicas e sociais que estes "tratados" visam consagrar, sempre em proveito e sob o comando dos grandes interesses financeiros e económicos multinacionais!
Coimbra, 31 de Agosto de 2016
A Direcção da CNA
Sem comentários:
Enviar um comentário