Programa a desenvolver até 2022 prevê mais 54 mil hectares de regadio e 10 550 postos de trabalho.
JORGE TALIXA 3 de Março de 2018
Alargar e modernizar as áreas de regadio e criar novas de reservas de água são os principais objectivos do Programa Nacional de Regadio (PNR) apresentado, este sábado, na Lezíria Grande de Vila Franca de Xira. Com 534 milhões de euros financiados por fundos comunitários e pelo Banco Europeu de Investimentos, o PNR deverá permitir desenvolver 54 projectos, sobretudo na zona sul do País, capazes de beneficiar 95 mil hectares de terrenos agrícolas e de gerar 10 550 novos postos de trabalho.
Numa manhã de sábado marcada pela chuva persistente, animadora para os agricultores ribatejanos, o primeiro-ministro António Costa e o ministro da Agricultura Capoulas Santos estiveram no complexo-sede da Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira (ABLGVFX) para a cerimónia de consignação de uma empreitada que resultará num investimento de 30 milhões de euros na modernização do sistema de regadio desta região. Trata-se de um dos 54 investimentos englobados no Programa Nacional de Regadio, que o Governo apresentou agora e que pretende concretizar até final de 2022. Capoulas Santos admitiu que a negociação do PNR foi difícil com as autoridades europeias, mas vincou que esta é a primeira fase de um plano que deverá ter sequência já no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio. Também António Costa apontou essas dificuldades, frisando que as negociações iniciaram-se há quase 2 anos. "Tivemos muitas dificuldades em financiar este programa, tendo em conta o que constava do Plano de Desenvolvimento Regional 2020. Foi difícil convencer muitas instituições internacionais, tivemos que fazer pedagogia, tendo em conta que o regadio é essencial para a nossa produção agrícola, não tem impactos ambientais e é fundamental para a preservação dos ecossistemas", observou o chefe do Governo.
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Este PNR será, assim, financiado a 50 por cento por fundos comunitários, em cerca de 35 por cento pelo Banco Europeu de Investimentos e no valor restante pelo Banco do Conselho da Europa. Segundo Capoulas Santos já estão aprovados 22 projectos e outros 32 empreendimentos candidatados estão em fase de apreciação. Tudo deverá ficar totalmente definido até final deste ano, seguindo-se quatro anos de execução até final de 2022. Em causa estão projectos que deverão beneficiar 95 mil hectares de regadio – 54 mil em novas áreas de regadio e 41 mil de sistemas já existentes que vão ser modernizados. De acordo com as contas do Governo, todo este programa deverá gerar um valor acrescentado bruto anual de 280 milhões de euros e criar 10 550 novos postos de trabalho.
Dos 22 projectos já aprovados, cinco situam-se na zona do Algarve e Sudoeste Alentejano, sete no restante território alentejano, outros sete no Litoral Norte e Centro e três no Interior Norte e Centro. Capoulas Santos observou, no entanto, que também estão previstos investimentos de 50 milhões no distrito de Bragança, cerca de 10 por cento do total. "Damos hoje início a um programa estruturante para o país. O sector agrícola tem dado um importante contributo para o crescimento económico do país, tem crescido acima da média da nossa economia. Investir na água é criar melhores condições para um maior crescimento económico e para melhorar a nossa produção", salientou António Costa, frisando que, num quadro de alterações climáticas e de maiores períodos de seca, estes investimentos vão também gerar mais eficiência e reduzir consumos, contribuir para aumentar as capacidades de reserva de água e ajudar a criar novas respostas para questões fundamentais como o combate aos incêndios.
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