Com o aumento de produção, a queda do desemprego, há mais dificuldades em ter mão-de-obra disponível. O perfil de emprego também está a mudar com exigência de mais competências.
06 de junho de 2018 às 11:59
"A mão-de-obra é um factor limitador da actividade agrícola e, em especial, no sector hortofrutícola ainda necessita de muita mão-de-obra, porque na vinha, olival, cereais, milhos já há um grau de mecanização relevante,", disse Domingos dos Santos, presidente da Frutoeste. Na zona da Chamusca, por exemplo, já se utilizam tractores autónomos.
Na sua opinião, podem-se automatizar muitos dos processos produtivos, mas há outros, como as colheitas ou o manuseamento dos produtos nas centrais hortofrutícolas, que necessitam de recursos humanos. "Com o aumento de produção, a queda do desemprego, temos muitas dificuldades em ter mão-de-obra disponível para a actividade", assinalou Domingos dos Santos.
Importação de mão-de-obra
Aponta para uma necessidade de se reverem processos e procedimentos para a importação de mão-de-obra. No seu entender, "o IEFP e o SEF têm processos utópicos, burocráticos e morosos". Domingos dos Santos considerou que "é um desígnio dos agricultores e das suas organizações e das autarquias, que têm de ter um papel muito importante na pressão politica que se tem de fazer para que se consiga a importação de mão-de-obra. Tem de se cumprir um conjunto de procedimentos mas deviam ser rápidos e céleres".
António Gomes preferiu lançar um outro olhar sobre a questão. Na agricultura não se necessita só mão-de-obra para as colheitas. "A agricultura é geradora de emprego de qualidade, precisa de pessoas como engenheiros agrónomos, qualidade, tecnologia, engenheiros de ambiente, técnicos agrícolas. Vêm do Instituto Superior de Agronomia, dos Politécnicos de Santarém, Leiria", concluiu António Gomes, presidente da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste.
"É preciso trazer profissionais, por exemplo, de marketing, comunicação, o que era uma coisa impensável há 15 anos. Hoje ser agricultor não é só plantar e produzir, é necessário adicionar uma série de competências como a área tecnológica, farmacêutica", referiu Francisco Fragoso, gestor de negócios na Luís Vicente.
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