O ano agrícola 2016/2017 foi marcado por máximos históricos nas produções de olival e pomares, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatísticas. O Alentejo foi a região com melhores resultados. Pomares também com produções recorde.
Campanha de azeite foi a mais produtiva desde que há registo
20 de julho de 2018 às 12:32
A produção de azeite na campanha de 2016/2017 ultrapassou os 1,47 milhões de hectolitros, revelou esta sexta-feira, 20 de Julho, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Trata-se de um aumento de 94,1% face ao ano agrícola anterior e o melhor resultado desde que se dispõe de registos sistemáticos. Além do azeite, também os pomares apresentaram excelentes produções, com registos recordes de maçã, cereja, kiwi, laranja e amêndoa.
No caso da azeitona, o aumento é explicado sobretudo "pelas condições meteorológicas favoráveis na fase da floração e vingamento, que originaram uma carga inicial de azeitona muito elevada", refere o INE, que sublinha igualmente "a gestão criteriosa das regas dos modernos olivais intensivos, que permitiram a maturação em boas condições de grande parte dos frutos".
O Alentejo foi a principal região produtora com quase três quartos da produção em 2017. Os números espelham o grande investimento que tem vindo a ser efectuado na zona pelo sector do olival, principalmente no perímetro de rega do Alqueva. Aliás, desde 2009 que o Alentejo passou a produzir mais de metade do azeite nacional.
Pomares de macieiras com máximos históricos
Também nos pomares de macieiras se registaram máximos históricos, com a produção a atingir cerca de 330 mil toneladas (+36,3% face a 2016) com frutos com bons calibres. As produções de cereja e laranja foram as maiores das últimas décadas, beneficiando das boas florações e de desenvolvimentos vegetativos adequados e também o kiwi, com uma produção de 35,4 mil toneladas (+68,0% face a 2016), alcançou a campanha mais produtiva de sempre, devido à entrada em plena produção de plantações recentes, revela o INE.
Nos frutos secos destacam-se os amendoais com uma produção de 20 mil toneladas (+131,1% face a 2016), a maior deste século.
O ano agrícola 2016/2017 foi muito quente e seco – 2017, lembra o INE, foi o segundo ano mais quente desde 1931 e o terceiro mais seco – e no final de 2017 78% do território estava em situação de seca meteorológica. Ainda assim, sublinha o INE, as sementeiras dos cereais de inverno foram concluídas em condições agronomicamente aceitáveis.
Para a campanha de 2017/2018 o INE antecipa um aumento generalizado da produtividade dos cereais de outono/inverno (5% no centeio, 15% no trigo e aveia e 20% no triticale e cevada).
Quanto às culturas de primavera/verão, que, devido à saturação dos solos, registaram atrasos nos trabalhos de instalação, estima-se uma superfície de milho semelhante à da campanha anterior, e rendimentos unitários próximos dos alcançados em 2017 no arroz, tomate para a indústria e girassol. Na batata de regadio, espera-se uma redução de 5% na produtividade.
Nas árvores de fruto, perspectiva-se uma boa campanha no pêssego, com frutos de boa qualidade. Na cereja, e após uma campanha de 2017 que foi historicamente elevada, antecipa-se uma redução de 10% na produção, com frutos de baixo calibre e reduzido teor de açúcar. Para as pomóideas, também se deverá registar uma diminuição de 10% no rendimento, para valores próximos da média do último quinquénio.
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