A escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China, que atingem directamente muitas matérias-primas, está a penalizar este sector. O subíndice da Bloomberg para a agricultura está no nível mais baixo de sempre.
11 de julho de 2018 às 21:52
O anúncio, por parte dos EUA, de novas tarifas alfandegárias sobre produtos chineses que entrem no país – desta vez no equivalente a 200 mil milhões de dólares, valor que se junta aos primeiros 50 mil milhões anunciados em Junho – levou a que a China respondesse na mesma moeda.
Resultado: com muitas matérias-primas no meio desta guerra, alvo de tarifas comerciais de parte a parte, crescem os receios de que a procura dessas "commodities" diminua. É o caso do petróleo, que levou os preços do "ouro negro" a afundarem hoje nos principais mercados.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que serve de referência às importações europeias, segue a cair 5,92% para 74,19 dólares por barril, depois de já ter estado a afundar mais de 7%. No mercado nova-iorquino, o "benchmark" West Texas Intermediate recua 4,32% para 70,91 dólares, tendo estado já a perder mais de 5%.
Mas, no reino das matérias-primas, além do subsector da energia também o dos produtos agrícolas está a ser fortemente penalizado. A China, por exemplo, impôs tarifas adicionais sobre o principal produto agrícola que os EUA exportam para aquele país: a soja. Já a Administração Trump decidiu taxar adicionalmente produtos como aço e alumínio.
Assim, o "castigo" de Trump está a fazer ricochete, uma vez que muitas "commodities" que os EUA exportam para Pequim estão a ser apanhadas nesta guerra. Hoje, os preços do trigo caíram perto de 4%, ao passo que os do algodão, café, soja e milho recuam cerca de 2% e mais.
Com esta guerra, o subíndice da Bloomberg para a agricultura atingiu, também hoje, um mínimo histórico, sendo um sector que os investidores vão continuar a acompanhar de perto – e para o qual não se esperam dias felizes num futuro próximo.
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